Um relato emocionante de Lili Mello, cofundadora do pedacinho do paraíso
Com mais de 4 décadas de história, o Hotel Fazenda Vilarejo construiu um legado memorável, que foi comemorado nas páginas do livro “40 Encantos”. Entre relatos de vida e memórias entrelaçadas, emerge uma história singular que remonta aos primórdios do Hotel Fazenda Vilarejo.
É uma narrativa tecida com a delicadeza dos tempos idos e a resiliência de um legado familiar que se ergueu sobre sonhos. Vamos conferir?
“Ainda menina, tinha como uma das obrigações, entre os afazeres de casa, apanhar água na mina onde é, hoje, a capelinha do Hotel Vilarejo. Era uma pedra, onde fizemos uma bica de bambu. A água ia para o filtro, para bebermos. Uma vez, fui beber água e havia um sapinho lá em cima. E eu embaixo, a beber a água como se fosse da barriga do sapo. Uma graça, só mesmo rindo. Por volta dos meus 10 a 12 anos de idade, tive sonhos repetidos, onde ao apanhar água nessa fonte deparava-me com muito dinheiro.
A cada sonho, o dinheiro se apresentava de uma forma. Às vezes, em papel-moeda; outras, em barras de ouro e ainda em pedras preciosas. A quantidade era tanta que, na ânsia de apanhá-lo e levá-lo à minha mãe, mal conseguia encher a minha saia rodada. Quanto mais catava, mais aparecia. O que mais me encantava era poder ofertar tudo à minha mãe. Hoje, resta-me a lembrança dos tempos idos e a interpretação dos sonhos de criança: essa fonte de água cristalina que sacia a sede dos nossos hóspedes é a mesma que, afortunadamente, nos dá uma riqueza infindável. São os amigos que aqui fizemos, que aqui conquistamos, que nos fazem sorrir de felicidade, com as graças de Deus.
Esse sonho se repetiu várias vezes, durante aqueles anos. Acordava e, novamente,
contava à mamãe que havia achado dinheiro, ouro, diamante. Minha mãe dizia:
“ah!, minha filha, isso é sonho, a gente sonha muita coisa”. “Mas, mãe, era muito
dinheiro, a senhora não pode imaginar, afirmava para ela”. Uma vez, não foi sonho: eu tinha cinco anos de idade, e sempre que o trem passava eu corria para dar adeus às crianças. Morávamos no casarão, onde nasci. Criança, uma vez enchi minha saia de cocô de cabrito e disse para minha mãe que era café. “Mamãe, não precisa comprar café”. Vejam só como é pura a infância! Anos depois, os sonhos se tornaram realidade. Compramos as terras do meu pai e falei para minhas irmãs: “Vou ficar rica, vou descobrir ouro, vou dinamitar aquela pedra”, tamanha era aquela idéia dos sonhos. Descobri que o ouro veio de outra forma, através do hotel, da clientela, dos hóspedes e dos amigos que criamos.
Além de tantos deles, poderia existir maior riqueza do que a união de nossa família? Quanto valem essas barras de ouro, naqueles degraus de um sonho? Não há dinheiro que pague.”
_Lili Mello, Cofundadora do Hotel Fazenda Vilarejo.
Aqui se revela não apenas a história de um empreendimento, mas o testemunho da força da comunidade e do calor humano que transformaram um sonho em um legado de quatro décadas de acolhimento e amizade.
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