Coletânea de Entrevistas

Coletânea
de Entrevistas

Prazer em trabalhar
Prazer em trabalhar
Antônio Carlos de Souza, Chiquinho, 40 anos, gestor da recepção.

Eu entrei no hotel com 24 anos como mensageiro. Ficava recepcionando os hóspedes. Acompanhava, ajudava com a bagagem até o apartamento... Creio que fiquei mais ou menos dois anos como mensageiro. Eu queria ir para a recepção Tinha um grande interesse em aprender o serviço, mas no meu horário de serviço não tinha como. Então, todo dia eu fechava o meu ponto em vez de ir embora. Eu ficava duas, três horas a mais por dia, para eles poderem me ensinar o serviço deles na recepção. E aí eu fui aprendendo. Surgiu uma vaga de recepcionista noturno. Me ofereceram essa vaga. Trabalhei por mais ou menos quase um ano, na parte da noite. Depois, voltei para o dia. E já peguei a gestão da recepção. Estava com uma bagagem: sempre tive foco, eu conversava muito com o pessoal dos outros setores. O Gustavo foi um cara que me deu muita força na época — e o Roberto também —, e estou aqui até hoje. Eu posso falar que aprendi muita coisa, praticamente a minha vida eu construí aqui. Eu tenho minha casa própria, fruto do meu trabalho. Comecei a trabalhar aqui novo. Não tinha nem filhos. Hoje eu já tenho dois filhos, graças a Deus! Não vejo obrigação nenhuma quando eu cruzo aquela porteira para trabalhar. Eu tenho prazer de trabalhar aqui. Eu gosto das pessoas que trabalham aqui. A gente acaba passando mais tempo com pessoal daqui do que com a própria família.  O Gustavo, assim que eu entrei, sempre ficava na minha cabeça: “Você tem que ter uma profissão. Você tem que ter foco”.

Por isso que eu foquei muito nisso. Eu adoro essa empresa, adoro as pessoas. Seu João e Dona Lili são muito especiais. Eu lembro quando seu João chegava à recepção. Às vezes eram 4h30, 5h30 da manhã, e ele já estava na recepção. Ele chegava, sentava, esperava o restaurante abrir para tomar um café. Eu tenho uma gratidão muito grande por ele. Pela dona Lili, pela Monique e pelo Frederico também, mas o seu João é muito próximo da gente. Eu lembro que a gente sempre fazia umas comemorações. Às vezes era na casa de um, de outro, de vários funcionários, cada semana na casa de um. Um dia era uma sopa, um dia era um chá, um café, então juntava e ele sempre estava no meio.  Ele sempre ia. Ele sempre perguntava:

— O que vão fazer hoje?

— Hoje vai ser na casa da Léia (cozinheira). Ela vai fazer um caldo verde hoje à noite.

Ele pegava o carro e ia lá comer com a gente. Sempre foi uma pessoa simples. Ele foi bom para muita gente. As pessoas trabalham com amor. Por isso que a gente é bem elogiado. Isso é muito mérito dele também. Ele tem um calor humano que passa pra gente e para os hóspedes. Essa é a essência do hotel. Participei da festa de 25 anos e, se Deus quiser, eu vou estar na de 40 anos. A gente é uma família. Eu gosto muito dessa empresa. Então, cruzo aquela porteira feliz. Eu visto a camisa do hotel com orgulho. O Vilarejo representa muito na minha vida. Eu cresci como pessoa, virei  pai de família aqui dentro, tudo que eu consegui foi através do meu trabalho. Só gratidão. Hoje eu sou gestor da recepção já deve ter uns 12 anos. São mais de 15 anos de comprometimento.  Isso aqui é uma escola.  Aqui você entra não sabendo nada, mas você sai sabendo tudo.  Você está pronto para trabalhar em qualquer empresa aí fora. Tenho muita gratidão por eles e pelo profissional que eu me tornei, pelos companheiros que eu fiz aqui.

Eu entrei no hotel com 24 anos como mensageiro. Ficava recepcionando os hóspedes. Acompanhava, ajudava com a bagagem até o apartamento... Creio que fiquei mais ou menos dois anos como mensageiro. Eu queria ir para a recepção Tinha um grande interesse em aprender o serviço, mas no meu horário de serviço não tinha como. Então, todo dia eu fechava o meu ponto em vez de ir embora. Eu ficava duas, três horas a mais por dia, para eles poderem me ensinar o serviço deles na recepção. E aí eu fui aprendendo. Surgiu uma vaga de recepcionista noturno. Me ofereceram essa vaga. Trabalhei por mais ou menos quase um ano, na parte da noite. Depois, voltei para o dia. E já peguei a gestão da recepção. Estava com uma bagagem: sempre tive foco, eu conversava muito com o pessoal dos outros setores. O Gustavo foi um cara que me deu muita força na época — e o Roberto também —, e estou aqui até hoje. Eu posso falar que aprendi muita coisa, praticamente a minha vida eu construí aqui. Eu tenho minha casa própria, fruto do meu trabalho. Comecei a trabalhar aqui novo. Não tinha nem filhos. Hoje eu já tenho dois filhos, graças a Deus! Não vejo obrigação nenhuma quando eu cruzo aquela porteira para trabalhar. Eu tenho prazer de trabalhar aqui. Eu gosto das pessoas que trabalham aqui. A gente acaba passando mais tempo com pessoal daqui do que com a própria família.  O Gustavo, assim que eu entrei, sempre ficava na minha cabeça: “Você tem que ter uma profissão. Você tem que ter foco”.

Por isso que eu foquei muito nisso. Eu adoro essa empresa, adoro as pessoas. Seu João e Dona Lili são muito especiais. Eu lembro quando seu João chegava à recepção. Às vezes eram 4h30, 5h30 da manhã, e ele já estava na recepção. Ele chegava, sentava, esperava o restaurante abrir para tomar um café. Eu tenho uma gratidão muito grande por ele. Pela dona Lili, pela Monique e pelo Frederico também, mas o seu João é muito próximo da gente. Eu lembro que a gente sempre fazia umas comemorações. Às vezes era na casa de um, de outro, de vários funcionários, cada semana na casa de um. Um dia era uma sopa, um dia era um chá, um café, então juntava e ele sempre estava no meio.  Ele sempre ia. Ele sempre perguntava:

— O que vão fazer hoje?

— Hoje vai ser na casa da Léia (cozinheira). Ela vai fazer um caldo verde hoje à noite.

Ele pegava o carro e ia lá comer com a gente. Sempre foi uma pessoa simples. Ele foi bom para muita gente. As pessoas trabalham com amor. Por isso que a gente é bem elogiado. Isso é muito mérito dele também. Ele tem um calor humano que passa pra gente e para os hóspedes. Essa é a essência do hotel. Participei da festa de 25 anos e, se Deus quiser, eu vou estar na de 40 anos. A gente é uma família. Eu gosto muito dessa empresa. Então, cruzo aquela porteira feliz. Eu visto a camisa do hotel com orgulho. O Vilarejo representa muito na minha vida. Eu cresci como pessoa, virei  pai de família aqui dentro, tudo que eu consegui foi através do meu trabalho. Só gratidão. Hoje eu sou gestor da recepção já deve ter uns 12 anos. São mais de 15 anos de comprometimento.  Isso aqui é uma escola.  Aqui você entra não sabendo nada, mas você sai sabendo tudo.  Você está pronto para trabalhar em qualquer empresa aí fora. Tenho muita gratidão por eles e pelo profissional que eu me tornei, pelos companheiros que eu fiz aqui.

Antônio Carlos de Souza, Chiquinho, 40 anos, gestor da recepção.
Do acaso, uma nova profissão
Do acaso, uma nova profissão
Wallace Lacerda Alves, 37 anos, responsável pela ornamentação do hotel

Trabalho no Vilarejo há 18 anos. Eu comecei na recepção como mensageiro. Aí fiquei dois ou três anos, ajudando no que eles precisavam na época. Depois estava precisando de uma pessoa na piscina do Acalanto. Fui para lá, fiz uma experiência e fiquei mais uns dois anos. Aí surgiu uma vaga no restaurante, eu fui para lá fazer uma experiência passei a trabalhar de garçom, fiquei mais quatro anos lá. Na época eles estavam pagando um curso, e fomos eu e o Marcelo Sorriso para Barra do Piraí. Eu fui indicado para ser o responsável do restaurante. Por um bom tempo a gente começou a decorar o buffet. Cada dia a gente fazia uma coisinha diferente. Tinha um responsável pela decoração, o Othon de Barra do Piraí, que fazia a ornamentação das festas na época. Eu acabei gostando dessa parte de ornamentação e fui ajudando. Aí surgiu um Natal, e ele não pôde vir.  A festa ia ser aqui no salão do Vilarejo. E a gente esperando. Uma semana antes e nada. A Renata falou assim:

— Você mesmo vai ter que fazer isso aí.

Fiquei com medo. Ajudar é uma coisa. Fazer é bem diferente. Mas aí todos pegamos juntos e fizemos. Um ano depois, ela começou a me deixar na ornamentação somente. Todo mundo ajuda. Eu gosto muito. É gratificante. E estou até hoje nessa parte de eventos.

É um peso, é uma responsabilidade! A gente tenta fazer o melhor. Aprendi muito! Sou grato ao Vilarejo por tudo o que sei. Às vezes, eu penso: “Vim lá da roça, sabia nada e agora faço a decoração do hotel Vilarejo”. Eu fico orgulhoso!  Tem que gostar, tem que ter habilidade, tem que ter esse olhar.

O seu João e a dona Lili são pessoas muito boas.  Uns 10 anos atrás eles davam muitas viagens para os funcionários. Fomos para Rio das Ostras. Saíram dois ou três ônibus daqui, com tudo pago. Fizemos uma farra doida. Eles lá receberam a gente com um sorriso no rosto. Teve também uma viagem para o Paraguai! A gente não fazia ideia. Que viagem maravilhosa!  A gente pôde levar as esposas. Eu agradeço a eles, né, foi uma viagem muito bacana! Há um tempo dona Lili recebeu um convite para visitar o Projac, na Globo, e me deu, disse para eu aproveitar no lugar dela. Foi muito bom! Nós fomos conhecer a Globo. Toda viagem você vai desenvolvendo um olhar, a gente sempre aprende mais. Hoje eu vou assistindo novela, já fico de olho nos arranjos, já fico mais ligado.

Foi o primeiro emprego que eu tive, de carteira assinada e estou aqui até hoje. Sou grato ao Vilarejo. Eu penso que eu quero pendurar minha chuteira aqui mesmo. Eu gosto do que eu faço, eu gosto daqui, é uma empresa familiar mesmo. No começo a gente se virava com o que tinha, hoje temos bastante coisa, um acervo de material, mobília, essas coisas. Hoje temos uma equipe, serralheria, marceneiro, pintor, tudo que precisa é só falar que a Monique compra, ela manda fazer, graças a Deus. Hoje eu sei que tem que ser um trabalho de equipe. Para fazer uma ornamentação grande é mais de 15 dias decorando. Tem mão de obra que precisar e ficou bem mais fácil!

Só tenho a agradecer ao seu João e à dona Lili por tudo que eu tenho.  Obrigado pela pessoa que eu sou hoje, tudo que eu tenho hoje foi mérito do meu trabalho no Vilarejo.

Trabalho no Vilarejo há 18 anos. Eu comecei na recepção como mensageiro. Aí fiquei dois ou três anos, ajudando no que eles precisavam na época. Depois estava precisando de uma pessoa na piscina do Acalanto. Fui para lá, fiz uma experiência e fiquei mais uns dois anos. Aí surgiu uma vaga no restaurante, eu fui para lá fazer uma experiência passei a trabalhar de garçom, fiquei mais quatro anos lá. Na época eles estavam pagando um curso, e fomos eu e o Marcelo Sorriso para Barra do Piraí. Eu fui indicado para ser o responsável do restaurante. Por um bom tempo a gente começou a decorar o buffet. Cada dia a gente fazia uma coisinha diferente. Tinha um responsável pela decoração, o Othon de Barra do Piraí, que fazia a ornamentação das festas na época. Eu acabei gostando dessa parte de ornamentação e fui ajudando. Aí surgiu um Natal, e ele não pôde vir.  A festa ia ser aqui no salão do Vilarejo. E a gente esperando. Uma semana antes e nada. A Renata falou assim:

— Você mesmo vai ter que fazer isso aí.

Fiquei com medo. Ajudar é uma coisa. Fazer é bem diferente. Mas aí todos pegamos juntos e fizemos. Um ano depois, ela começou a me deixar na ornamentação somente. Todo mundo ajuda. Eu gosto muito. É gratificante. E estou até hoje nessa parte de eventos.

É um peso, é uma responsabilidade! A gente tenta fazer o melhor. Aprendi muito! Sou grato ao Vilarejo por tudo o que sei. Às vezes, eu penso: “Vim lá da roça, sabia nada e agora faço a decoração do hotel Vilarejo”. Eu fico orgulhoso!  Tem que gostar, tem que ter habilidade, tem que ter esse olhar.

O seu João e a dona Lili são pessoas muito boas.  Uns 10 anos atrás eles davam muitas viagens para os funcionários. Fomos para Rio das Ostras. Saíram dois ou três ônibus daqui, com tudo pago. Fizemos uma farra doida. Eles lá receberam a gente com um sorriso no rosto. Teve também uma viagem para o Paraguai! A gente não fazia ideia. Que viagem maravilhosa!  A gente pôde levar as esposas. Eu agradeço a eles, né, foi uma viagem muito bacana! Há um tempo dona Lili recebeu um convite para visitar o Projac, na Globo, e me deu, disse para eu aproveitar no lugar dela. Foi muito bom! Nós fomos conhecer a Globo. Toda viagem você vai desenvolvendo um olhar, a gente sempre aprende mais. Hoje eu vou assistindo novela, já fico de olho nos arranjos, já fico mais ligado.

Foi o primeiro emprego que eu tive, de carteira assinada e estou aqui até hoje. Sou grato ao Vilarejo. Eu penso que eu quero pendurar minha chuteira aqui mesmo. Eu gosto do que eu faço, eu gosto daqui, é uma empresa familiar mesmo. No começo a gente se virava com o que tinha, hoje temos bastante coisa, um acervo de material, mobília, essas coisas. Hoje temos uma equipe, serralheria, marceneiro, pintor, tudo que precisa é só falar que a Monique compra, ela manda fazer, graças a Deus. Hoje eu sei que tem que ser um trabalho de equipe. Para fazer uma ornamentação grande é mais de 15 dias decorando. Tem mão de obra que precisar e ficou bem mais fácil!

Só tenho a agradecer ao seu João e à dona Lili por tudo que eu tenho.  Obrigado pela pessoa que eu sou hoje, tudo que eu tenho hoje foi mérito do meu trabalho no Vilarejo.

Wallace Lacerda Alves, 37 anos, responsável pela ornamentação do hotel
Dedicação e reconhecimento
Dedicação e reconhecimento
Waldomiro Arêdes Louzada, 66 anos, trabalhou 17 anos, aposentado.

Henrique foi lá em casa me chamar para trabalhar. Precisava de gente para cortar cana. Meu primeiro serviço aqui foi cortar cana para tratar do gado. Eles tiravam bastante leite, era no trato do gado. Passei por muita coisa, várias áreas.

Nesse tempo todo aqui o que mais aprendi foi a forma de produzir. O diferencial do Vilarejo é que tudo é feito com muita dedicação, muita vontade de fazer. Eles planejavam para ir para frente. Eu trabalhei seis anos na fábrica fazendo ração, na época fazia a própria ração aqui. O Frederico puxou o pai. Ele gosta de gado. Tem vontade de expandir e está só expandindo. Melhorou a qualidade do gado. Poucos fazem isso, tanto que o nome Vilarejo é respeitado na pecuária.  O Brasil inteiro conhece o grupo Vilarejo por causa do gado. Teve leilão aqui que vendeu vaca para o Amazonas, para a Bahia.

Vilarejo cresceu muito, foi importante e essencial para Conservatória. Emprega muita gente. Eu costumo falar que 90% da população de Conservatória vive direta ou indiretamente do Vilarejo. Quem trabalha no Vilarejo gasta nas lojas, no comércio.  O Vilarejo gira a economia e divulga muito Conservatória. Seu João tinha muita visão.

Hoje eu estou aposentado, mas eu trabalhei muito tempo na roça. A minha vinda de Santa Isabel para cá foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Se tivesse ficado lá, não tinha nem estudado meus filhos.  Hoje todos os três são formados. O Orlando está terminando o doutorado dele. A Rolandra fez Pedagogia, está empregada. O Jorlando é formado em Pedagogia, tem mestrado, doutorado, dá aula, tá fazendo outra faculdade. Vou te falar uma coisa: seu João é um homem muito bom, não tem igual.

Eu tenho pouca intimidade com ele, mas teve um dia que, vindo trabalhar de manhã cedo, seu João parou o carro e me ofereceu carona. Quando chegou na porteira, ele falou:

— Gosto muito do seu serviço. Você trabalha direitinho. Eu vou falar para a menina do RH dar um aumento de R$ 100 para o senhor.

Eu respondia que agradecia muito porque estava com meu menino na faculdade no Rio e a coisa estava feia, apertada. Ele olhou para mim e falou assim:

— Eu vou falar com a menina pra dar R$200. Eu vou viajar. Pode ir lá e falar com ela que eu mandei te dar um aumento de R$ 200.

Fui lá e falei com a menina. Ela não conseguiu falar com ele, que estava fora do Brasil. Aí deixei para lá, né. Quando ele chegou, me perguntou:

— Seu Miro, vem cá. E aí, falou com a menina lá?

Eu respondi que sim, mas que ela não conseguiu entrar em contato com ele.

E nisso ele colocou a mão no bolso, tirou o dinheiro e disse:

— Toma o desse mês de uma vez. Eu vou falar com ela.

Quem que faz isso? É difícil quem faz isso! Ele viajou e não esqueceu. A cabeça dele é muito boa! Ele reconhece o valor das pessoas.  Ele parecia que se sentia bem em ajudar. Eu só queria agradecer ao grupo Vilarejo por tudo que me ajudou, muito obrigado!

 

 

Henrique foi lá em casa me chamar para trabalhar. Precisava de gente para cortar cana. Meu primeiro serviço aqui foi cortar cana para tratar do gado. Eles tiravam bastante leite, era no trato do gado. Passei por muita coisa, várias áreas.

Nesse tempo todo aqui o que mais aprendi foi a forma de produzir. O diferencial do Vilarejo é que tudo é feito com muita dedicação, muita vontade de fazer. Eles planejavam para ir para frente. Eu trabalhei seis anos na fábrica fazendo ração, na época fazia a própria ração aqui. O Frederico puxou o pai. Ele gosta de gado. Tem vontade de expandir e está só expandindo. Melhorou a qualidade do gado. Poucos fazem isso, tanto que o nome Vilarejo é respeitado na pecuária.  O Brasil inteiro conhece o grupo Vilarejo por causa do gado. Teve leilão aqui que vendeu vaca para o Amazonas, para a Bahia.

Vilarejo cresceu muito, foi importante e essencial para Conservatória. Emprega muita gente. Eu costumo falar que 90% da população de Conservatória vive direta ou indiretamente do Vilarejo. Quem trabalha no Vilarejo gasta nas lojas, no comércio.  O Vilarejo gira a economia e divulga muito Conservatória. Seu João tinha muita visão.

Hoje eu estou aposentado, mas eu trabalhei muito tempo na roça. A minha vinda de Santa Isabel para cá foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Se tivesse ficado lá, não tinha nem estudado meus filhos.  Hoje todos os três são formados. O Orlando está terminando o doutorado dele. A Rolandra fez Pedagogia, está empregada. O Jorlando é formado em Pedagogia, tem mestrado, doutorado, dá aula, tá fazendo outra faculdade. Vou te falar uma coisa: seu João é um homem muito bom, não tem igual.

Eu tenho pouca intimidade com ele, mas teve um dia que, vindo trabalhar de manhã cedo, seu João parou o carro e me ofereceu carona. Quando chegou na porteira, ele falou:

— Gosto muito do seu serviço. Você trabalha direitinho. Eu vou falar para a menina do RH dar um aumento de R$ 100 para o senhor.

Eu respondia que agradecia muito porque estava com meu menino na faculdade no Rio e a coisa estava feia, apertada. Ele olhou para mim e falou assim:

— Eu vou falar com a menina pra dar R$200. Eu vou viajar. Pode ir lá e falar com ela que eu mandei te dar um aumento de R$ 200.

Fui lá e falei com a menina. Ela não conseguiu falar com ele, que estava fora do Brasil. Aí deixei para lá, né. Quando ele chegou, me perguntou:

— Seu Miro, vem cá. E aí, falou com a menina lá?

Eu respondi que sim, mas que ela não conseguiu entrar em contato com ele.

E nisso ele colocou a mão no bolso, tirou o dinheiro e disse:

— Toma o desse mês de uma vez. Eu vou falar com ela.

Quem que faz isso? É difícil quem faz isso! Ele viajou e não esqueceu. A cabeça dele é muito boa! Ele reconhece o valor das pessoas.  Ele parecia que se sentia bem em ajudar. Eu só queria agradecer ao grupo Vilarejo por tudo que me ajudou, muito obrigado!

 

 

Waldomiro Arêdes Louzada, 66 anos, trabalhou 17 anos, aposentado.
Uma família que serve de exemplo para tantas outras
Uma família que serve de exemplo para tantas outras
Vanessa da Silva Maria, 36 anos, setor financeiro.

Eu trabalho há 10 anos no Vilarejo.  Entrei no setor administrativo, como auxiliar administrativo. Logo em seguida eu fui transferida para o setor financeiro. Fiquei no setor financeiro um tempo. Fui para a central de reservas, onde fiquei um ano, e depois voltei para o financeiro, onde estou até hoje.  Para minha experiência profissional foi um aprendizado muito grande, porque a gente passa a conhecer o trabalho de todo mundo, passa a ver a dificuldade do nosso colega, vê o que a gente pode estar ajudando.  Para mim foi um crescimento muito bom. Somou muito na minha área de estudo.  Me deu uma base muito boa para minha carreira profissional. Eu sou formada em Administração, eu entrei como auxiliar administrativo. Estava terminando a faculdade e logo depois eu já fui para o setor financeiro.

Meu pai trabalhou aqui por muitos anos. Sempre falava que é uma empresa boa, ajuda a gente aprender e a crescer profissionalmente. Eu e meus irmãos começamos a nossa vida profissional aqui no Vilarejo. É muito legal. Os proprietários convivendo com os funcionários é como se fosse pais e filhos. Eles sempre estão preocupados com cada um. Não só com a vida profissional, mas procuram a gente, gostam de conversar e perguntam se estamos precisando de ajuda.  São bem pai e mãe mesm. Aqui todo mundo veste a camisa.

Eles sempre faziam viagens também para os funcionários. Como meu pai trabalha aqui, eu desde pequena sempre aproveitei. Nós sempre vínhamos para as festas, mesmo antes de eu vir trabalhar eu já frequentava aqui. Seu João tinha uma casa em Itacuruçá e emprestava para os funcionários e para família dos funcionários também.

O hotel faz parte da nossa vida, desde pequena, era de onde meu pai levava o sustento para nossa casa e hoje eu trabalho aqui.  Então o hotel representa muito, foi aqui que eu cresci profissionalmente e pessoalmente. Uso muito a família Melo como exemplo para muitas coisas. Eles realmente são exemplos para gente, seu João e a dona Lili correram muito atrás para ter o patrimônio que eles têm hoje. São um exemplo em todos os tempos, de família, de união, porque eles são muito unidos. Eu acho muito bonito o jeito com a Monique se refere ao Frederico, o jeito que eles trabalham. O João (neto) demonstrando muito interesse, cuidado com o que o avô dele fez para eles. Seu João influenciou muito os filhos e os netos. Ele tem uma postura firme. E eles dão continuidade ao trabalho que ele começou.

Eu só tenho a agradecer. Muito obrigado por tudo que eles fizeram para minha família. Não só por mim, mas pela minha família, dando emprego para o meu pai primeiramente e nos ensinando valores. A gente usa muito eles como exemplo de casal, de família e de profissional. Eles não têm a dimensão da importância que eles têm na minha vida e na vida da minha família. Sou imensamente grata a eles por tudo que eles fizeram e fazem ainda.  Muito gratificante. Não tem palavras, só agradecer! (lágrimas). Muito obrigada, muito obrigada mesmo por tudo.

Eu trabalho há 10 anos no Vilarejo.  Entrei no setor administrativo, como auxiliar administrativo. Logo em seguida eu fui transferida para o setor financeiro. Fiquei no setor financeiro um tempo. Fui para a central de reservas, onde fiquei um ano, e depois voltei para o financeiro, onde estou até hoje.  Para minha experiência profissional foi um aprendizado muito grande, porque a gente passa a conhecer o trabalho de todo mundo, passa a ver a dificuldade do nosso colega, vê o que a gente pode estar ajudando.  Para mim foi um crescimento muito bom. Somou muito na minha área de estudo.  Me deu uma base muito boa para minha carreira profissional. Eu sou formada em Administração, eu entrei como auxiliar administrativo. Estava terminando a faculdade e logo depois eu já fui para o setor financeiro.

Meu pai trabalhou aqui por muitos anos. Sempre falava que é uma empresa boa, ajuda a gente aprender e a crescer profissionalmente. Eu e meus irmãos começamos a nossa vida profissional aqui no Vilarejo. É muito legal. Os proprietários convivendo com os funcionários é como se fosse pais e filhos. Eles sempre estão preocupados com cada um. Não só com a vida profissional, mas procuram a gente, gostam de conversar e perguntam se estamos precisando de ajuda.  São bem pai e mãe mesm. Aqui todo mundo veste a camisa.

Eles sempre faziam viagens também para os funcionários. Como meu pai trabalha aqui, eu desde pequena sempre aproveitei. Nós sempre vínhamos para as festas, mesmo antes de eu vir trabalhar eu já frequentava aqui. Seu João tinha uma casa em Itacuruçá e emprestava para os funcionários e para família dos funcionários também.

O hotel faz parte da nossa vida, desde pequena, era de onde meu pai levava o sustento para nossa casa e hoje eu trabalho aqui.  Então o hotel representa muito, foi aqui que eu cresci profissionalmente e pessoalmente. Uso muito a família Melo como exemplo para muitas coisas. Eles realmente são exemplos para gente, seu João e a dona Lili correram muito atrás para ter o patrimônio que eles têm hoje. São um exemplo em todos os tempos, de família, de união, porque eles são muito unidos. Eu acho muito bonito o jeito com a Monique se refere ao Frederico, o jeito que eles trabalham. O João (neto) demonstrando muito interesse, cuidado com o que o avô dele fez para eles. Seu João influenciou muito os filhos e os netos. Ele tem uma postura firme. E eles dão continuidade ao trabalho que ele começou.

Eu só tenho a agradecer. Muito obrigado por tudo que eles fizeram para minha família. Não só por mim, mas pela minha família, dando emprego para o meu pai primeiramente e nos ensinando valores. A gente usa muito eles como exemplo de casal, de família e de profissional. Eles não têm a dimensão da importância que eles têm na minha vida e na vida da minha família. Sou imensamente grata a eles por tudo que eles fizeram e fazem ainda.  Muito gratificante. Não tem palavras, só agradecer! (lágrimas). Muito obrigada, muito obrigada mesmo por tudo.

Vanessa da Silva Maria, 36 anos, setor financeiro.
Colaboradores aprendem sobre todos os setores
Colaboradores aprendem sobre todos os setores
Thaisa Amâncio Teodoro Duque, 28 anos, funcionária do setor de compras.

Tenho 28 anos e vou fazer 10 anos no hotel em setembro. Comecei como baby sister, trabalhei no restaurante do Acalanto, na recepção. Foi meu primeiro emprego de carteira assinada, eu tinha meus 18 anos. Depois eu tive a proposta de ir para o escritório, na parte financeira. Trabalhei um bom tempo lá. Um belo dia eu cheguei, e o João Batista estava me esperando na guarita. Levei um susto. Ele disse que tinha uma proposta, pra eu ir pro setor de compras. Fiquei com medo, mas fui. Foi um trabalho muito bom, aprendi muito e assumi o setor de compras. Hoje tenho 10 anos de empresa muito bem vividos. Seu João é uma pessoa incrível. Na época da recepção, ele vinha para recepção conversar com a gente. Todo mundo adorava. Ele contava as histórias dele, cada coisa que ele passou. Ele é muito inteligente e tinha ideias maravilhosas. Foi muito bom conviver com ele.  Eu acho que a oportunidade que a gente tem de passar por diversos setores é muito boa, aprende um pouco cada um.

Vejo o Vilarejo como um local muito importante para Conservatória. O tamanho que a gente chegou, na proporção que o hotel tomou, tem muita coisa em torno dele. A evolução do hotel foi muito rápida. Foi o momento de mexer e melhorar. Depois desses dois anos de pandemia, conforme foi voltando, a mudança foi muito grande. A parte do pesqueiro, da fazendinha, o tanto que mudou, o quanto que evoluiu, foi incrível.  Tudo para os hóspedes chegarem e verem coisas novas, trazerem mais gente para Conservatória.  Isso que atrai pessoas, que faz a gente crescer. Acho que muita gente em Conservatória não consegue dimensionar a potência que é o Vilarejo. Nós temos mais de 150 funcionários. Quantas famílias da região que trabalham no hotel?

Eu comecei a faculdade de engenharia. Quando eu entrei para o setor de compras, eu me interessei em fazer logística. E agora estou fazendo uma pós-graduação. Mudei de faculdade. Hoje sou graduada em Logística. Eu olho para trás. São 10 anos fazendo parte da empresa! A gente não quer mais sair. Aqui tenho tantos benefícios, tanto crescimento. Os anos foram passando e hoje eu não me vejo longe daqui.  Eu gosto daqui. É uma empresa boa para gente, como funcionário e para a nossa família também.

A vinda da Monique e do Frederico para cá foi muito importante. Eles têm outra visão. A gente tem um grupo de treinamento. Tem mentorias com os gestores. A empresa sempre deu muito esse suporte para a gente. Quando surge uma dúvida, a gente sabe aonde correr.

Eu lembro que teve um belo dia que seu João falou queria todo mundo no salão às 3h para uma reunião para dizer que ia gratificar todos depois da alta temporada. Ele foi chamando um por um, nome por nome e cada recebeu um envelope. O mais bacana que esse envelope era reconhecimento por tempo de trabalho, você tinha 10 anos era tanto, se tinha cinco era tanto, quem estava há pouco tempo também ganhou. Ele agradava todos os funcionários. Eu acho muito bacana. Ele sempre chamava e perguntava como a gente estava, se estava tudo bem em casa. Ele sempre estava muito preocupado com todo mundo. E a Monique e o Frederico não deixaram de fazer esse trabalho que envolve as famílias. Isso é o diferencial. Eles se preocupam com a gente.

Hoje, para seu João e a dona Lili, a minha palavra é gratidão! Gratidão por tudo que eles construíram, gratidão por todas as oportunidades que eles deram aqui dentro, por tudo que eles proporcionaram para nós todos nesses anos de Vilarejo. Todo cuidado, o carinho com os funcionários, essa preocupação que eles sempre tiveram. Isso é um diferencial na nossa vida. É isso que faz a gente querer ficar 10, 20, 30 anos aqui dentro. Eu sinto muita gratidão pela vida dos dois e peço que Deus os abençoe sempre.

Tenho 28 anos e vou fazer 10 anos no hotel em setembro. Comecei como baby sister, trabalhei no restaurante do Acalanto, na recepção. Foi meu primeiro emprego de carteira assinada, eu tinha meus 18 anos. Depois eu tive a proposta de ir para o escritório, na parte financeira. Trabalhei um bom tempo lá. Um belo dia eu cheguei, e o João Batista estava me esperando na guarita. Levei um susto. Ele disse que tinha uma proposta, pra eu ir pro setor de compras. Fiquei com medo, mas fui. Foi um trabalho muito bom, aprendi muito e assumi o setor de compras. Hoje tenho 10 anos de empresa muito bem vividos. Seu João é uma pessoa incrível. Na época da recepção, ele vinha para recepção conversar com a gente. Todo mundo adorava. Ele contava as histórias dele, cada coisa que ele passou. Ele é muito inteligente e tinha ideias maravilhosas. Foi muito bom conviver com ele.  Eu acho que a oportunidade que a gente tem de passar por diversos setores é muito boa, aprende um pouco cada um.

Vejo o Vilarejo como um local muito importante para Conservatória. O tamanho que a gente chegou, na proporção que o hotel tomou, tem muita coisa em torno dele. A evolução do hotel foi muito rápida. Foi o momento de mexer e melhorar. Depois desses dois anos de pandemia, conforme foi voltando, a mudança foi muito grande. A parte do pesqueiro, da fazendinha, o tanto que mudou, o quanto que evoluiu, foi incrível.  Tudo para os hóspedes chegarem e verem coisas novas, trazerem mais gente para Conservatória.  Isso que atrai pessoas, que faz a gente crescer. Acho que muita gente em Conservatória não consegue dimensionar a potência que é o Vilarejo. Nós temos mais de 150 funcionários. Quantas famílias da região que trabalham no hotel?

Eu comecei a faculdade de engenharia. Quando eu entrei para o setor de compras, eu me interessei em fazer logística. E agora estou fazendo uma pós-graduação. Mudei de faculdade. Hoje sou graduada em Logística. Eu olho para trás. São 10 anos fazendo parte da empresa! A gente não quer mais sair. Aqui tenho tantos benefícios, tanto crescimento. Os anos foram passando e hoje eu não me vejo longe daqui.  Eu gosto daqui. É uma empresa boa para gente, como funcionário e para a nossa família também.

A vinda da Monique e do Frederico para cá foi muito importante. Eles têm outra visão. A gente tem um grupo de treinamento. Tem mentorias com os gestores. A empresa sempre deu muito esse suporte para a gente. Quando surge uma dúvida, a gente sabe aonde correr.

Eu lembro que teve um belo dia que seu João falou queria todo mundo no salão às 3h para uma reunião para dizer que ia gratificar todos depois da alta temporada. Ele foi chamando um por um, nome por nome e cada recebeu um envelope. O mais bacana que esse envelope era reconhecimento por tempo de trabalho, você tinha 10 anos era tanto, se tinha cinco era tanto, quem estava há pouco tempo também ganhou. Ele agradava todos os funcionários. Eu acho muito bacana. Ele sempre chamava e perguntava como a gente estava, se estava tudo bem em casa. Ele sempre estava muito preocupado com todo mundo. E a Monique e o Frederico não deixaram de fazer esse trabalho que envolve as famílias. Isso é o diferencial. Eles se preocupam com a gente.

Hoje, para seu João e a dona Lili, a minha palavra é gratidão! Gratidão por tudo que eles construíram, gratidão por todas as oportunidades que eles deram aqui dentro, por tudo que eles proporcionaram para nós todos nesses anos de Vilarejo. Todo cuidado, o carinho com os funcionários, essa preocupação que eles sempre tiveram. Isso é um diferencial na nossa vida. É isso que faz a gente querer ficar 10, 20, 30 anos aqui dentro. Eu sinto muita gratidão pela vida dos dois e peço que Deus os abençoe sempre.

Thaisa Amâncio Teodoro Duque, 28 anos, funcionária do setor de compras.
João, uma inspiração para outros empresários
João, uma inspiração para outros empresários
Sérvio de Araújo Consentino, amigo e proprietário do Hotel Rochedo

Sou valenciano, conterrâneo do João. Temos a mesma idade. Eu praticamente vi desde o início a luta dele aqui em Conservatória. Eu me encontrava com João em Valença ou na estrada indo para o Rio, e a gente sempre falava alguma coisa. Ele me contava da luta dele. Ao mesmo tempo, me falava também no momento muito importante que Conservatória vivia naquela época. Isso em torno de 1990, 1991. Era a situação de ter mais procura do que oferta. Na época, um guia para montar um grupo para trazer para cá precisava de três, quatro meses de espera, tal era a procura por Conservatória. Principalmente pelo Hotel Vilarejo, que se destacava assim como é até hoje. Nessa mesma época eu tinha uma filha se formando em economia e mercado de trabalho muito complexo. Ela dizia que não tinha perspectiva de emprego aqui no Brasil. Perguntava se eu não tinha uma ideia de fazer alguma coisa aqui em Conservatória, já que eu tinha uma fazenda. Isso me fez logo lembrar o negócio do João.

Com isso eu resolvi comprar uma obra inacabada aqui. Mais uma vez o João foi importante, nesse sentido também, porque ele já tinha toda a experiência de ter construído o hotel. E eu tinha que adaptar a obra de uma pousada para fazer um hotel. Eu e meu arquiteto, João Reis, fomos muitas vezes ao Vilarejo conversar com ele e a Lili. E também com a Monique, porque ela era novinha, muito amiga das minhas filhas, já estava no batente, já conhecia o mercado.  Fomos fazendo o meu plano baseado muito no que o João fez a vida inteira. Continuamos aqui nessa luta. Ele viu o nosso crescimento e eu vi o crescimento dele. Eu acho até que fizemos uma concorrência muito interessante. Nós temos um amigo comum, o Coronel, que dizia assim:

— A coisa mais importante na região é a concorrência, a luta pelo hóspede, porque aqui cada um procura fazer o melhor.

Com isso, o mercado ganhou e a cidade também. Passamos a nos destacar na hotelaria da região. Nós não devemos nada a muita região mais famosa que Conservatória, porque um se espelhava no exemplo do outro. E com isso nós fomos crescendo. Nós nos firmamos no mercado. Esses 40 anos do Vilarejo do João são uma história. As nossas histórias são muito parecidas. Nascemos no mesmo lugar, na mesma cidadezinha. Todos nós, jovens, querendo crescer. Fui pro Rio. João foi para Bahia. E acabamos aqui em Conservatória, no mesmo município e nós estamos deixando esse legado.

O João tinha uma qualidade um faro muito grande para imprensa. Ele sempre tratou a imprensa muito bem, porque sabia que era uma forma de divulgar a cidade mais em conta que a gente tinha. Era um elogio grátis que a gente recebe quando um repórter passa para frente informações daqui. Isso me lembrava também o José Borges, seresteiro. Ele parava qualquer conversa quando ele sabia que tinha um jornalista por perto. O João fez isso muito bem. Ele conheceu o jornalista Ayrton Baffa, que foi diretor do Estadão no Rio.  Ele conseguiu mostrar Conservatória para muita gente. Na verdade foram várias lutas. Outra característica do João, que eu posso destacar, foi essa luta pela melhoria da infraestrutura da cidade. Brigou pelo asfalto, por mais energia, pelo bom serviço de jardinagem, de limpeza pública, água e esgoto. Ele era um grande empreendedor. Continua investindo sempre, trazendo boas ideias, a modernidade para os nossos negócios, que é importante para você se manter no mercado. Eu tenho que dar parabéns a toda a família Marinho de Mello e dizer que eu devo essa entrada no mercado às conversas com João.  E depois o auxílio os e conselhos dele para a gente crescer. Eu acho quem agradece muito também é a região, nós servimos de modelo para muita gente nova começar. Eu recebi vários hoteleiros da região, assim como o João me recebeu quando eu estava com a ideia de abrir um empreendimento. Eles foram se espelhando no nosso trabalho e foram criando bons hotéis. Nossa região está muito bem estruturada nessa área de hotelaria e graças ao trabalho, a vontade de fazer uma coisa boa para todo mundo

Sou valenciano, conterrâneo do João. Temos a mesma idade. Eu praticamente vi desde o início a luta dele aqui em Conservatória. Eu me encontrava com João em Valença ou na estrada indo para o Rio, e a gente sempre falava alguma coisa. Ele me contava da luta dele. Ao mesmo tempo, me falava também no momento muito importante que Conservatória vivia naquela época. Isso em torno de 1990, 1991. Era a situação de ter mais procura do que oferta. Na época, um guia para montar um grupo para trazer para cá precisava de três, quatro meses de espera, tal era a procura por Conservatória. Principalmente pelo Hotel Vilarejo, que se destacava assim como é até hoje. Nessa mesma época eu tinha uma filha se formando em economia e mercado de trabalho muito complexo. Ela dizia que não tinha perspectiva de emprego aqui no Brasil. Perguntava se eu não tinha uma ideia de fazer alguma coisa aqui em Conservatória, já que eu tinha uma fazenda. Isso me fez logo lembrar o negócio do João.

Com isso eu resolvi comprar uma obra inacabada aqui. Mais uma vez o João foi importante, nesse sentido também, porque ele já tinha toda a experiência de ter construído o hotel. E eu tinha que adaptar a obra de uma pousada para fazer um hotel. Eu e meu arquiteto, João Reis, fomos muitas vezes ao Vilarejo conversar com ele e a Lili. E também com a Monique, porque ela era novinha, muito amiga das minhas filhas, já estava no batente, já conhecia o mercado.  Fomos fazendo o meu plano baseado muito no que o João fez a vida inteira. Continuamos aqui nessa luta. Ele viu o nosso crescimento e eu vi o crescimento dele. Eu acho até que fizemos uma concorrência muito interessante. Nós temos um amigo comum, o Coronel, que dizia assim:

— A coisa mais importante na região é a concorrência, a luta pelo hóspede, porque aqui cada um procura fazer o melhor.

Com isso, o mercado ganhou e a cidade também. Passamos a nos destacar na hotelaria da região. Nós não devemos nada a muita região mais famosa que Conservatória, porque um se espelhava no exemplo do outro. E com isso nós fomos crescendo. Nós nos firmamos no mercado. Esses 40 anos do Vilarejo do João são uma história. As nossas histórias são muito parecidas. Nascemos no mesmo lugar, na mesma cidadezinha. Todos nós, jovens, querendo crescer. Fui pro Rio. João foi para Bahia. E acabamos aqui em Conservatória, no mesmo município e nós estamos deixando esse legado.

O João tinha uma qualidade um faro muito grande para imprensa. Ele sempre tratou a imprensa muito bem, porque sabia que era uma forma de divulgar a cidade mais em conta que a gente tinha. Era um elogio grátis que a gente recebe quando um repórter passa para frente informações daqui. Isso me lembrava também o José Borges, seresteiro. Ele parava qualquer conversa quando ele sabia que tinha um jornalista por perto. O João fez isso muito bem. Ele conheceu o jornalista Ayrton Baffa, que foi diretor do Estadão no Rio.  Ele conseguiu mostrar Conservatória para muita gente. Na verdade foram várias lutas. Outra característica do João, que eu posso destacar, foi essa luta pela melhoria da infraestrutura da cidade. Brigou pelo asfalto, por mais energia, pelo bom serviço de jardinagem, de limpeza pública, água e esgoto. Ele era um grande empreendedor. Continua investindo sempre, trazendo boas ideias, a modernidade para os nossos negócios, que é importante para você se manter no mercado. Eu tenho que dar parabéns a toda a família Marinho de Mello e dizer que eu devo essa entrada no mercado às conversas com João.  E depois o auxílio os e conselhos dele para a gente crescer. Eu acho quem agradece muito também é a região, nós servimos de modelo para muita gente nova começar. Eu recebi vários hoteleiros da região, assim como o João me recebeu quando eu estava com a ideia de abrir um empreendimento. Eles foram se espelhando no nosso trabalho e foram criando bons hotéis. Nossa região está muito bem estruturada nessa área de hotelaria e graças ao trabalho, a vontade de fazer uma coisa boa para todo mundo

Sérvio de Araújo Consentino, amigo e proprietário do Hotel Rochedo
Centro de convenções e piscina construídos em tempo recorde
Centro de convenções e piscina construídos em tempo recorde
Salvador Gonzales Filho.

Eu, primeiro, quero agradecer o convite. Para mim, é uma honra poder falar do Vilarejo. É um lugar que, realmente, hoje é a minha casa e da minha família. Minha história é interessante porque eu conheci o Vilarejo através de um ônibus, uma propaganda. Eu estava andando. Eu fui diretor de marketing e vendas de uma multinacional americana do ramo odontológico, a maior do mundo. Sempre gostei de lugares diferentes para fazer convenção de vendas. Eu liguei e marquei um fim de semana. Eu faço uma prova do hotel. Nós viemos, e aí me apresentaram o centro de convenções antigo. Em todo lugar que eu vou, levo minha esposa e minhas filhas. Minhas filhas eram pequenas na época. Hoje já são mães. Assim que eu entrei no centro de convenção antigo, eu falei, aqui não dá para fazer não. Quando eu estava saindo um senhor me chamou. Era seu João, que me levou para olhar a piscina e o centro de convenção que ele estava construindo. Isso foi em setembro de 1998, se não me engano. Minha convenção era em janeiro de 1999, para cerca de 80 pessoas. Eu falei:

— O senhor me desculpa, mas ali não vai dar.

Ele então fez uma aposta comigo:

— Você assina um contrato. Se o centro de convenção não ficar pronto até janeiro, você pode fazer a sua convenção de graça no centro de convenções antigo e depois você pode fazer uma convenção de graça no centro de convenções novo.

Assinei o contrato, porque me inspirou confiança logo de cara, e eu tinha a certeza que nunca ficaria pronto. Só tinha coluna, a piscina só tinha um buraco. Minha mulher disse que ele nunca ia conseguir. No início de dezembro, a Renata me ligou. Disse que seu João estava me convidado para vir passar um fim de semana no hotel. Pensei: “Vamos lá, né”.  Inclusive, achei que ele viria com desculpa, que não daria. Quando eu cheguei aqui, para minha surpresa, ele me levou lá para conhecer o centro de convenções e a piscina, tudo prontinho.

Eu fiz a minha convenção de vendas em janeiro 1999 com o pessoal todo. Uma passagem interessante era que eu dava um carro para o campeão de vendas. E tinha um murinho, um portãozinho pelo qual não dava para passar na época.  Ele derrubou a parede para passar o carro para o carro ficar exposto na piscina nova. Foi um negócio. Confesso que foi uma das convenções mais emocionantes que eu tive na minha vida. A partir dessa data eu comecei a frequentar o Vilarejo. Indiquei para um monte de gente e agradeço a Renata, gerente do hotel, porque ela sempre foi meu braço direito aqui. Nunca faltou nada.  Eu sempre gostei de fazer uma avaliação dos hotéis, e a minha raiva é que eu nunca podia criticar. Não tinha uma queixa. Era tudo excelente. A gente sempre vinha no carnaval, e nos últimos cinco anos a gente vem todo Natal e Réveillon. Estou indo embora amanhã, a família está aqui há 13 dias e veio todo mundo: filhas, que vêm aqui desde pequenas, genros e netos.

Como empresários não tem nem o que discutir. O que eles conseguiram e fizeram aqui é uma coisa fantástica. Como pessoas, eu lembro quando vim a primeira vez. Parei o carro e chamaram o seu João.  Ele estava sentado com uma turma de funcionários lá no meio da rua. Ele veio e... “Caramba, esse que é o dono do hotel?”. E Lili? Ela é fantástica!  Esse carinho que ela tem pelo hotel, com todos os hóspedes, é uma coisa fantástica. É uma coisa impressionante como ela atende as pessoas. Eu a vejo andando pelo jardim e catando lixo, sabe, é uma coisa que cativa. E o João é aquele negócio: a visão dele é uma coisa fantástica. Essa construção, eu fico de queixo caído. Eu fiquei maravilhado. No ano passado vim como venho todos os anos. E, de repente, essas mudanças que foram feitas são maravilhosas.  Eles merecem esse sucesso. É um casal vencedor, com uma visão fantástica. Eu vejo os herdeiros no mesmo caminho. Eu vejo a mesma coisa no Fred e na Monique. Isso é maravilhoso. Eu vejo os dois meninos lá, o Joãozinho e o Lucas, também como o avô. Uma potência. Eu acho que essa simplicidade deles não tem preço. O dinheiro não sobe à cabeça deles.  São dois garotos fantásticos.

Eu, primeiro, quero agradecer o convite. Para mim, é uma honra poder falar do Vilarejo. É um lugar que, realmente, hoje é a minha casa e da minha família. Minha história é interessante porque eu conheci o Vilarejo através de um ônibus, uma propaganda. Eu estava andando. Eu fui diretor de marketing e vendas de uma multinacional americana do ramo odontológico, a maior do mundo. Sempre gostei de lugares diferentes para fazer convenção de vendas. Eu liguei e marquei um fim de semana. Eu faço uma prova do hotel. Nós viemos, e aí me apresentaram o centro de convenções antigo. Em todo lugar que eu vou, levo minha esposa e minhas filhas. Minhas filhas eram pequenas na época. Hoje já são mães. Assim que eu entrei no centro de convenção antigo, eu falei, aqui não dá para fazer não. Quando eu estava saindo um senhor me chamou. Era seu João, que me levou para olhar a piscina e o centro de convenção que ele estava construindo. Isso foi em setembro de 1998, se não me engano. Minha convenção era em janeiro de 1999, para cerca de 80 pessoas. Eu falei:

— O senhor me desculpa, mas ali não vai dar.

Ele então fez uma aposta comigo:

— Você assina um contrato. Se o centro de convenção não ficar pronto até janeiro, você pode fazer a sua convenção de graça no centro de convenções antigo e depois você pode fazer uma convenção de graça no centro de convenções novo.

Assinei o contrato, porque me inspirou confiança logo de cara, e eu tinha a certeza que nunca ficaria pronto. Só tinha coluna, a piscina só tinha um buraco. Minha mulher disse que ele nunca ia conseguir. No início de dezembro, a Renata me ligou. Disse que seu João estava me convidado para vir passar um fim de semana no hotel. Pensei: “Vamos lá, né”.  Inclusive, achei que ele viria com desculpa, que não daria. Quando eu cheguei aqui, para minha surpresa, ele me levou lá para conhecer o centro de convenções e a piscina, tudo prontinho.

Eu fiz a minha convenção de vendas em janeiro 1999 com o pessoal todo. Uma passagem interessante era que eu dava um carro para o campeão de vendas. E tinha um murinho, um portãozinho pelo qual não dava para passar na época.  Ele derrubou a parede para passar o carro para o carro ficar exposto na piscina nova. Foi um negócio. Confesso que foi uma das convenções mais emocionantes que eu tive na minha vida. A partir dessa data eu comecei a frequentar o Vilarejo. Indiquei para um monte de gente e agradeço a Renata, gerente do hotel, porque ela sempre foi meu braço direito aqui. Nunca faltou nada.  Eu sempre gostei de fazer uma avaliação dos hotéis, e a minha raiva é que eu nunca podia criticar. Não tinha uma queixa. Era tudo excelente. A gente sempre vinha no carnaval, e nos últimos cinco anos a gente vem todo Natal e Réveillon. Estou indo embora amanhã, a família está aqui há 13 dias e veio todo mundo: filhas, que vêm aqui desde pequenas, genros e netos.

Como empresários não tem nem o que discutir. O que eles conseguiram e fizeram aqui é uma coisa fantástica. Como pessoas, eu lembro quando vim a primeira vez. Parei o carro e chamaram o seu João.  Ele estava sentado com uma turma de funcionários lá no meio da rua. Ele veio e... “Caramba, esse que é o dono do hotel?”. E Lili? Ela é fantástica!  Esse carinho que ela tem pelo hotel, com todos os hóspedes, é uma coisa fantástica. É uma coisa impressionante como ela atende as pessoas. Eu a vejo andando pelo jardim e catando lixo, sabe, é uma coisa que cativa. E o João é aquele negócio: a visão dele é uma coisa fantástica. Essa construção, eu fico de queixo caído. Eu fiquei maravilhado. No ano passado vim como venho todos os anos. E, de repente, essas mudanças que foram feitas são maravilhosas.  Eles merecem esse sucesso. É um casal vencedor, com uma visão fantástica. Eu vejo os herdeiros no mesmo caminho. Eu vejo a mesma coisa no Fred e na Monique. Isso é maravilhoso. Eu vejo os dois meninos lá, o Joãozinho e o Lucas, também como o avô. Uma potência. Eu acho que essa simplicidade deles não tem preço. O dinheiro não sobe à cabeça deles.  São dois garotos fantásticos.

Salvador Gonzales Filho.
Aprendizado constante
Aprendizado constante
Rogério de Melo Raposo, 47 anos, gestor das obras, trabalha há mais de 20 anos no hotel.

A estrutura do hotel era bem precária, nesses anos aconteceram muitas mudanças. Como uma empresa, o hotel sempre está procurando melhorar suas estruturas. Seu João é muito positivo. Quando ele queria um negócio, era daquele jeito, naquela hora. Ele assumia qualquer responsabilidade. Ele falava: “você faz, que eu assumo o resto”. Hoje sou o principal responsável pelas obras.  A vida do seu João era fazer obras, quebrar, reformar e construir. Um fato que marcou muito — e eu tenho admiração — foi quando ele pegou hotel em Rio das Ostras, caído, sem nada, só escombros, e encheu o ônibus de pedreiro em Valença e fez o hotel.  Foram dois anos de obra praticamente. Só tinha um esqueleto de obra lá! Muita pouca gente teria peito de fazer aquilo que ele fez e deixar na situação que deixou.

Aqui no Vilarejo, o maior desafio na época foi o salão de convenção novo, construído há 20 anos. No começo ele fez a obra de vão livre de 13 metros!  Uma laje de 13 metros sem nada no meio, sem nenhuma coluna, e todo mundo achando que não ia dar certo! E está lá até hoje tudo prontinho funcionando. Isso para aquela época era uma novidade!  Ele já tinha essa visão!

Para mim a perseverança dele foi o ponto crucial. Quando ele queria fazer um negócio, não media esforço. Ele fazia de qualquer jeito, levava no peito, na raça, fazia e ficava bom. Como deu certo até hoje. Ele motivava as pessoas que trabalhavam com ele. Ele é incrível para todo mundo. Hoje, quando ele chega à obra, diz que aprendemos a trabalhar e que não precisamos mais dele. E a gente diz:

— Claro que não!  A gente precisa, sim, o senhor é importante aqui!

E aí ele vai embora todo satisfeito! Como de fato ele ainda é importante até hoje para a gente!  Todo mundo para pouco, conversa com ele, às vezes pergunta, pede opinião para ele. Sai todo satisfeito. É uma motivação: ele vê que tudo que ele fez está tendo uma sequência.  Ele vai acompanhando da forma que ele pode e sempre sai satisfeito de lá.

Eu queria agradecer e pedir a Deus que proteja muitos os dois, porque eles foram marcantes na vida. Deram segurança, deram apoio, deram condições e, pra mim, não poderia ter sido melhor. Eu sou muito agradecido a eles até hoje.

A estrutura do hotel era bem precária, nesses anos aconteceram muitas mudanças. Como uma empresa, o hotel sempre está procurando melhorar suas estruturas. Seu João é muito positivo. Quando ele queria um negócio, era daquele jeito, naquela hora. Ele assumia qualquer responsabilidade. Ele falava: “você faz, que eu assumo o resto”. Hoje sou o principal responsável pelas obras.  A vida do seu João era fazer obras, quebrar, reformar e construir. Um fato que marcou muito — e eu tenho admiração — foi quando ele pegou hotel em Rio das Ostras, caído, sem nada, só escombros, e encheu o ônibus de pedreiro em Valença e fez o hotel.  Foram dois anos de obra praticamente. Só tinha um esqueleto de obra lá! Muita pouca gente teria peito de fazer aquilo que ele fez e deixar na situação que deixou.

Aqui no Vilarejo, o maior desafio na época foi o salão de convenção novo, construído há 20 anos. No começo ele fez a obra de vão livre de 13 metros!  Uma laje de 13 metros sem nada no meio, sem nenhuma coluna, e todo mundo achando que não ia dar certo! E está lá até hoje tudo prontinho funcionando. Isso para aquela época era uma novidade!  Ele já tinha essa visão!

Para mim a perseverança dele foi o ponto crucial. Quando ele queria fazer um negócio, não media esforço. Ele fazia de qualquer jeito, levava no peito, na raça, fazia e ficava bom. Como deu certo até hoje. Ele motivava as pessoas que trabalhavam com ele. Ele é incrível para todo mundo. Hoje, quando ele chega à obra, diz que aprendemos a trabalhar e que não precisamos mais dele. E a gente diz:

— Claro que não!  A gente precisa, sim, o senhor é importante aqui!

E aí ele vai embora todo satisfeito! Como de fato ele ainda é importante até hoje para a gente!  Todo mundo para pouco, conversa com ele, às vezes pergunta, pede opinião para ele. Sai todo satisfeito. É uma motivação: ele vê que tudo que ele fez está tendo uma sequência.  Ele vai acompanhando da forma que ele pode e sempre sai satisfeito de lá.

Eu queria agradecer e pedir a Deus que proteja muitos os dois, porque eles foram marcantes na vida. Deram segurança, deram apoio, deram condições e, pra mim, não poderia ter sido melhor. Eu sou muito agradecido a eles até hoje.

Rogério de Melo Raposo, 47 anos, gestor das obras, trabalha há mais de 20 anos no hotel.
Ajudei a inaugurar o hotel
Ajudei a inaugurar o hotel
Roberto Carlos Almeida de Oliveira, funcionário do hotel há 40 anos.

Eu cheguei no hotel em 1982. Ele não tinha sido inaugurado ainda. Seu João pretendia inaugurar o mais rápido possível. Na época ele encontrava algumas dificuldades por ter gastado muito na construção. Um dia, numa conversa pelas ruas de Valença, um amigo do Seu João perguntou a ele como estava o elefante branco que ele tinha construído. Ele contou que não havia inaugurado porque não tinha dinheiro para comprar comida. Seu João ficou muito triste com o comentário do amigo. Foi embora e, ao chegar em casa, a campainha tocou. Era justamente esse amigo dele:

— João, eu falei para um amigo meu e ele transferiu esse dinheiro aqui (com um recibo na mão), para sua conta.  Vê se dá para comprar comida para inaugurar o hotel!

Assim foi comprada a comida para inaugurar do hotel. O nome desse amigo era Divino. Então, no dia 31 de outubro de 1982, abriram as portas do Vilarejo. Era o início de uma história de muita luta. No Natal, também não havia dinheiro para comprar ingredientes para a ceia e, mais uma vez, uma ajuda divina. Três hóspedes pagaram adiantado, e seu João foi para Valença fazer as compras.

O Vilarejo é isso, um carinho, uma magia que envolve. Eu tenho 40 anos de Vilarejo. Nunca houve atraso de salário dos colaboradores. Uma coisa muito bacana, valorizada por todos nós.  Umas das peculiaridades do nosso guerreiro João Batista, um homem que foi à luta e construiu.  Hoje, andando pelas estruturas do hotel, eu que vi tudo começar, me sinto orgulhoso. Eu fui tudo: garçom, barman, copeiro, ajudante de cozinha, faxineiro. Depois eu passei pelo almoxarifado, compras, já fui vigia na ausência de vigia, trabalhei na recepção, eu participava de tudo, até ser recreador. Faz parte também da minha vida.

O seu João tinha umas coisas surpreendentes!  Do nada ele surpreendia a gente. Em uma festa de confraternização, de colaboradores, nos entregaram envelopes e, quando abríamos, era dinheiro extra. Foi uma explosão que não dá para descrever! (lágrimas). Era um valor em dinheiro que fez a diferença na vida de cada colaborador. Não foi qualquer coisa. O valor na época era muito alto. Para a gente foi uma festa, as pessoas gritando o nome dele e da dona Lili. A reação foi impressionante! Teve outra vez que do nada resolveu premiar todo mundo. Para mim, um dos mais antigos colaboradores, por exemplo, foi R$ 5000,00! No fim de ano quase, véspera do Natal, a gente receber assim sem saber... Detalhe: eu tinha que pagar, naquele momento, R$ 3.500,00 de uma cirurgia nos olhos do meu pai.  Foi uma coisa fantástica! Imagina como que a gente não vai admirar um cara desses!? Nada, nada apaga a história desse homem!

Nos momentos difíceis da vida da gente, momentos difíceis mesmo que eu passei aqui e que eu precisei, eles nunca deixaram de me estender a mão. Comigo e com vários outros colaboradores. Eu sou testemunha, eu os vi desembolsar valores altos para ajudar muitas pessoas.  Ajudaram muita gente, e ajudam principalmente o hospital, lar dos Idosos e outras instituições por aí afora. Ninguém tem noção, a não ser as pessoas que participam disso, do quanto eles fazem pelos outros aqui e até por pessoas que nem sequer têm história no Vilarejo.

Se fosse para definir o Vilarejo em uma palavra: construção.  O Vilarejo é uma construção, não é só o físico, não é só a estrutura física, ele constrói sentimentos nas pessoas. Sentimentos bons de alegria, envolvimento e de acolhimento. O seu João e dona Lili se definem em uma só palavra: amor!

Eu cheguei no hotel em 1982. Ele não tinha sido inaugurado ainda. Seu João pretendia inaugurar o mais rápido possível. Na época ele encontrava algumas dificuldades por ter gastado muito na construção. Um dia, numa conversa pelas ruas de Valença, um amigo do Seu João perguntou a ele como estava o elefante branco que ele tinha construído. Ele contou que não havia inaugurado porque não tinha dinheiro para comprar comida. Seu João ficou muito triste com o comentário do amigo. Foi embora e, ao chegar em casa, a campainha tocou. Era justamente esse amigo dele:

— João, eu falei para um amigo meu e ele transferiu esse dinheiro aqui (com um recibo na mão), para sua conta.  Vê se dá para comprar comida para inaugurar o hotel!

Assim foi comprada a comida para inaugurar do hotel. O nome desse amigo era Divino. Então, no dia 31 de outubro de 1982, abriram as portas do Vilarejo. Era o início de uma história de muita luta. No Natal, também não havia dinheiro para comprar ingredientes para a ceia e, mais uma vez, uma ajuda divina. Três hóspedes pagaram adiantado, e seu João foi para Valença fazer as compras.

O Vilarejo é isso, um carinho, uma magia que envolve. Eu tenho 40 anos de Vilarejo. Nunca houve atraso de salário dos colaboradores. Uma coisa muito bacana, valorizada por todos nós.  Umas das peculiaridades do nosso guerreiro João Batista, um homem que foi à luta e construiu.  Hoje, andando pelas estruturas do hotel, eu que vi tudo começar, me sinto orgulhoso. Eu fui tudo: garçom, barman, copeiro, ajudante de cozinha, faxineiro. Depois eu passei pelo almoxarifado, compras, já fui vigia na ausência de vigia, trabalhei na recepção, eu participava de tudo, até ser recreador. Faz parte também da minha vida.

O seu João tinha umas coisas surpreendentes!  Do nada ele surpreendia a gente. Em uma festa de confraternização, de colaboradores, nos entregaram envelopes e, quando abríamos, era dinheiro extra. Foi uma explosão que não dá para descrever! (lágrimas). Era um valor em dinheiro que fez a diferença na vida de cada colaborador. Não foi qualquer coisa. O valor na época era muito alto. Para a gente foi uma festa, as pessoas gritando o nome dele e da dona Lili. A reação foi impressionante! Teve outra vez que do nada resolveu premiar todo mundo. Para mim, um dos mais antigos colaboradores, por exemplo, foi R$ 5000,00! No fim de ano quase, véspera do Natal, a gente receber assim sem saber... Detalhe: eu tinha que pagar, naquele momento, R$ 3.500,00 de uma cirurgia nos olhos do meu pai.  Foi uma coisa fantástica! Imagina como que a gente não vai admirar um cara desses!? Nada, nada apaga a história desse homem!

Nos momentos difíceis da vida da gente, momentos difíceis mesmo que eu passei aqui e que eu precisei, eles nunca deixaram de me estender a mão. Comigo e com vários outros colaboradores. Eu sou testemunha, eu os vi desembolsar valores altos para ajudar muitas pessoas.  Ajudaram muita gente, e ajudam principalmente o hospital, lar dos Idosos e outras instituições por aí afora. Ninguém tem noção, a não ser as pessoas que participam disso, do quanto eles fazem pelos outros aqui e até por pessoas que nem sequer têm história no Vilarejo.

Se fosse para definir o Vilarejo em uma palavra: construção.  O Vilarejo é uma construção, não é só o físico, não é só a estrutura física, ele constrói sentimentos nas pessoas. Sentimentos bons de alegria, envolvimento e de acolhimento. O seu João e dona Lili se definem em uma só palavra: amor!

Roberto Carlos Almeida de Oliveira, funcionário do hotel há 40 anos.
Uma vida inteira de dedicação
Uma vida inteira de dedicação
Renata Gomes da Fonseca Ramos, 32 anos trabalhando no Vilarejo.

A minha história com o Vilarejo começou há 32 anos. Eu tinha um emprego na prefeitura, eu era professora e fui convidada pela Monique para trabalhar no hotel. Na época foi muito difícil essa decisão para mim, mas eu não podia perder essa oportunidade. Eu dava aula à noite e, a princípio, conseguia conciliar os meus dois trabalhos. Eu entrei no Vilarejo sem entender nada de hotel, e a dona Lili me convidou para trabalhar na parte financeira. Ajudava no escritório, no departamento pessoal, tudo muito diferente. O hotel tinha oito anos de funcionamento. Passei pelo caixa, e já existiam os gerentes.

Um belo dia, depois de estar lá uns cinco anos, a Monique foi embora. Nessa época não tinha uma pessoa que tivesse tanto conhecimento do hotel quanto eu, e o seu João me convidou para ficar meio que dando uma assessoria direta na gerência. Ele era uma pessoa que gostava muito de ensinar. Fazia o cardápio, as escalas, e eu muito curiosa fui tentando aprender tudo com ele.

Só que eu estava muito dividida. Eu tinha que sair às 16h para ter um tempo de descansar em casa, depois eu ia dar aulas à noite.  Até que um dia que a Monique chegou para mim disse:

— Renata, você continua professora ou vai trabalhar no hotel?

Era uma decisão muito difícil para mim, porque eu tinha 10 anos de prefeitura, eu tinha uma estabilidade. Então eu fiquei numa dúvida cruel. Deixar a prefeitura para ficar no Vilarejo? E aí eu pedi minhas contas na prefeitura e pude me dedicar mais ao hotel. Seu João começou a me ensinar, a passar as coisas para eu fazer. E até hoje o que eu mais gosto, o que eu mais me identifico, é a parte de A & B (alimentos e bebidas). Eu gosto da cozinha, eu tenho uma facilidade muito grande para lidar com as pessoas.

Eu sou muito grata à paciência que a dona Lili e seu João sempre tiveram comigo. A dona Lili é mais focada nos detalhes. Eu aprendi com ela. Hoje eu tenho esse entendimento, eu consigo enxergar as pequenas coisas que fazem a diferença. Ele era focado nos custos, na mão de obra. Ele gostava de ver cardápio e, hoje, mesmo ele não estando aqui, quando eu sento para fazer um cardápio, eu foco no que ele gostava. Eu era muito curiosa, e o seu João era uma pessoa que ensinava, que treinava, que ele ia para dentro de uma cozinha e fazia uma receita de um arroz. Ele colocava quatro panelas e queria que cada arroz fosse feito de um jeito. Depois que ele fazia aquilo, mandava que as pessoas provassem, para entender qual era a melhor receita. Com esses ensinamentos dele, eu acabei aprendendo outras coisas.  Ele entrava em cada setor e ensinava o procedimento. O hotel é a minha vida. Para conquistar a confiança deles eu tive que me aproximar, me dedicar muito. Não é fácil falar, são 32 anos, mas são 32 anos amando o que eu faço.   É amor, dedicação, é comprometimento. Hoje eu sei lidar com as pessoas, sei valorizar as pessoas, eu custei a aprender isso.  Eu lembro que eu fiz um treinamento em Vassouras, estavam todos os funcionários, eu só chorava porque eu levei paulada de todos os jeitos. O tempo foi me ensinando muita coisa.  Tenho uma gratidão enorme pela dona Lili e pelo seu João, por tudo que eu consegui conquistar na minha vida. Uma coisa muito bacana também é minha relação profissional com a Monique, porque nós somos muito amigas, mas a gente sabe separar o profissional do pessoal. Essa é a minha história. Hoje eu me sinto muito grata e feliz. Para dona Lili e o seu João, minha palavra é gratidão! Gratidão por todos esses anos que eu estou na empresa. E pretendo ficar por muitos anos ainda. Que Deus me dê bastante saúde porque é uma coisa que eu faço porque eu gosto. Eu amo esse hotel. Muito obrigado por confiar em mim.

A minha história com o Vilarejo começou há 32 anos. Eu tinha um emprego na prefeitura, eu era professora e fui convidada pela Monique para trabalhar no hotel. Na época foi muito difícil essa decisão para mim, mas eu não podia perder essa oportunidade. Eu dava aula à noite e, a princípio, conseguia conciliar os meus dois trabalhos. Eu entrei no Vilarejo sem entender nada de hotel, e a dona Lili me convidou para trabalhar na parte financeira. Ajudava no escritório, no departamento pessoal, tudo muito diferente. O hotel tinha oito anos de funcionamento. Passei pelo caixa, e já existiam os gerentes.

Um belo dia, depois de estar lá uns cinco anos, a Monique foi embora. Nessa época não tinha uma pessoa que tivesse tanto conhecimento do hotel quanto eu, e o seu João me convidou para ficar meio que dando uma assessoria direta na gerência. Ele era uma pessoa que gostava muito de ensinar. Fazia o cardápio, as escalas, e eu muito curiosa fui tentando aprender tudo com ele.

Só que eu estava muito dividida. Eu tinha que sair às 16h para ter um tempo de descansar em casa, depois eu ia dar aulas à noite.  Até que um dia que a Monique chegou para mim disse:

— Renata, você continua professora ou vai trabalhar no hotel?

Era uma decisão muito difícil para mim, porque eu tinha 10 anos de prefeitura, eu tinha uma estabilidade. Então eu fiquei numa dúvida cruel. Deixar a prefeitura para ficar no Vilarejo? E aí eu pedi minhas contas na prefeitura e pude me dedicar mais ao hotel. Seu João começou a me ensinar, a passar as coisas para eu fazer. E até hoje o que eu mais gosto, o que eu mais me identifico, é a parte de A & B (alimentos e bebidas). Eu gosto da cozinha, eu tenho uma facilidade muito grande para lidar com as pessoas.

Eu sou muito grata à paciência que a dona Lili e seu João sempre tiveram comigo. A dona Lili é mais focada nos detalhes. Eu aprendi com ela. Hoje eu tenho esse entendimento, eu consigo enxergar as pequenas coisas que fazem a diferença. Ele era focado nos custos, na mão de obra. Ele gostava de ver cardápio e, hoje, mesmo ele não estando aqui, quando eu sento para fazer um cardápio, eu foco no que ele gostava. Eu era muito curiosa, e o seu João era uma pessoa que ensinava, que treinava, que ele ia para dentro de uma cozinha e fazia uma receita de um arroz. Ele colocava quatro panelas e queria que cada arroz fosse feito de um jeito. Depois que ele fazia aquilo, mandava que as pessoas provassem, para entender qual era a melhor receita. Com esses ensinamentos dele, eu acabei aprendendo outras coisas.  Ele entrava em cada setor e ensinava o procedimento. O hotel é a minha vida. Para conquistar a confiança deles eu tive que me aproximar, me dedicar muito. Não é fácil falar, são 32 anos, mas são 32 anos amando o que eu faço.   É amor, dedicação, é comprometimento. Hoje eu sei lidar com as pessoas, sei valorizar as pessoas, eu custei a aprender isso.  Eu lembro que eu fiz um treinamento em Vassouras, estavam todos os funcionários, eu só chorava porque eu levei paulada de todos os jeitos. O tempo foi me ensinando muita coisa.  Tenho uma gratidão enorme pela dona Lili e pelo seu João, por tudo que eu consegui conquistar na minha vida. Uma coisa muito bacana também é minha relação profissional com a Monique, porque nós somos muito amigas, mas a gente sabe separar o profissional do pessoal. Essa é a minha história. Hoje eu me sinto muito grata e feliz. Para dona Lili e o seu João, minha palavra é gratidão! Gratidão por todos esses anos que eu estou na empresa. E pretendo ficar por muitos anos ainda. Que Deus me dê bastante saúde porque é uma coisa que eu faço porque eu gosto. Eu amo esse hotel. Muito obrigado por confiar em mim.

Renata Gomes da Fonseca Ramos, 32 anos trabalhando no Vilarejo.
Vilarejo é casa de campo
Vilarejo é casa de campo
Paulo Cesar Marques e Ilce Babylon da Silva Marques.

Eu estive aqui pela primeira vez num evento da empresa que eu trabalhava. Eu fui funcionário da Petrobras por cerca de 40 anos. Nesse período foi realizado aqui no hotel Vilarejo um seminário gerencial da companhia. Uns 50 gerentes e o presidente vieram de ônibus. Foi interessante. Quando chegamos aqui à noite, fomos recepcionados com a faixa no hotel dando boas-vindas aos gerentes da Petrobras. Assim que eu desembarquei do ônibus fiquei encantado! Eu falei: “Meu Deus, que lugar lindo!”.  Daquele dia em diante começou uma história realmente muito bonita da gente com o Vilarejo.

A família toda — eu tenho dois irmãos e os dois filhos — já esteve aqui, inclusive passando Réveillon. Todos gostaram muito. Eu contei essa experiência para alguns colegas. Um deles veio aqui com a esposa com o filho e a filha, sendo que o filho tinha acabado de ser pai e a nora estava muito cansada com o bebê. Eu falei para ele que se viessem iam se apaixonar, porque iam descansar. Não deu outra. Ele veio aqui com a família, e a nora chegou a falar para ele que nunca poderia imaginar dias tão maravilhosos sendo mãe de bebê recém-nascido. Ela conseguiu dormir, se alimentar e brincar, porque tinha quem olhasse um bebezinho recém-nascido.

Sempre que podemos estamos aqui. Eu considero o Vilarejo a minha casa de campo. Uma das coisas mais interessante é que a gente faz a interação com os funcionários. O Gustavo, o Marcelo, o Roberto, são pessoas que conhecemos aqui e ficaram nossos amigos. Quando a gente chega é muito bem recebido, isso é muito legal! Conhecer aqui o seu João, a Dona Lili é uma simpatia. Acolhedora e passa esse sentimento, não é apenas interesse comercial. Passa um sentimento de uma pessoa que sabe dar valor a uma amizade, ao caráter. Eles realmente são pessoas especialíssimas. Porque na realidade conforto e bem-estar você encontra em diversos lugares. É só você ter condições financeiras e saber selecionar o lugar, mas esse calor humano é o diferencial. E as mudanças físicas? O que era bom ficou melhor ainda!

Agora tem uma coisa também: uma coincidência. A história de vida do seu João e da dona Lili é muito poderosa, muito emocionante! Eu também tive uma história de vida bastante emocionante, então tudo isso tem a ver. Isso aqui é fruto de uma história de vida, que com muita dificuldade, honestidade e amor ao próximo eles conseguiram conquistar! Minha esposa também tem uma responsabilidade muito grande na nossa história. Porque, enfim, ela deu crédito a alguém (a mim) que um dia não era nada, e ela lutou contra tudo e contra todos. E, graças a Deus, hoje eu sou a pessoa que sou. Hoje as pessoas não estão dispostas se doar mais, vivem situações momentâneas. Nós estamos juntos há 41 anos. A gente vê essa história de sucesso deles.  Esse amor, essa ligação, confiança, parceria de estar com o outro para o que der e vier. Isso é muito difícil.

Seu João e dona Lili, eu gostaria de deixar o seguinte recado.   Aqui é absolutamente um ambiente familiar. Desde o dia em que nos conhecemos, vocês passaram uma verdade para nós. Passaram a importância que um tem para com o outro. A dedicação, o carinho que têm para com essa história chamada Vilarejo. Porque, no tempo que nós convivemos com vocês, em nenhum momento vocês passaram para nós a impressão de que eram empresários bem-sucedidos, muito pelo contrário. São pessoas que têm alma e coração. Pessoas que se preocupam com o próximo, pessoas que têm prazer em ver o outro sorrir. Então realmente a mensagem que nós podemos deixar é que Deus continue abençoando e guardando ambos, hoje e sempre! Que o Vilarejo seja sempre lugar de fazer gente feliz! Que Deus abençoe sempre.

Eu estive aqui pela primeira vez num evento da empresa que eu trabalhava. Eu fui funcionário da Petrobras por cerca de 40 anos. Nesse período foi realizado aqui no hotel Vilarejo um seminário gerencial da companhia. Uns 50 gerentes e o presidente vieram de ônibus. Foi interessante. Quando chegamos aqui à noite, fomos recepcionados com a faixa no hotel dando boas-vindas aos gerentes da Petrobras. Assim que eu desembarquei do ônibus fiquei encantado! Eu falei: “Meu Deus, que lugar lindo!”.  Daquele dia em diante começou uma história realmente muito bonita da gente com o Vilarejo.

A família toda — eu tenho dois irmãos e os dois filhos — já esteve aqui, inclusive passando Réveillon. Todos gostaram muito. Eu contei essa experiência para alguns colegas. Um deles veio aqui com a esposa com o filho e a filha, sendo que o filho tinha acabado de ser pai e a nora estava muito cansada com o bebê. Eu falei para ele que se viessem iam se apaixonar, porque iam descansar. Não deu outra. Ele veio aqui com a família, e a nora chegou a falar para ele que nunca poderia imaginar dias tão maravilhosos sendo mãe de bebê recém-nascido. Ela conseguiu dormir, se alimentar e brincar, porque tinha quem olhasse um bebezinho recém-nascido.

Sempre que podemos estamos aqui. Eu considero o Vilarejo a minha casa de campo. Uma das coisas mais interessante é que a gente faz a interação com os funcionários. O Gustavo, o Marcelo, o Roberto, são pessoas que conhecemos aqui e ficaram nossos amigos. Quando a gente chega é muito bem recebido, isso é muito legal! Conhecer aqui o seu João, a Dona Lili é uma simpatia. Acolhedora e passa esse sentimento, não é apenas interesse comercial. Passa um sentimento de uma pessoa que sabe dar valor a uma amizade, ao caráter. Eles realmente são pessoas especialíssimas. Porque na realidade conforto e bem-estar você encontra em diversos lugares. É só você ter condições financeiras e saber selecionar o lugar, mas esse calor humano é o diferencial. E as mudanças físicas? O que era bom ficou melhor ainda!

Agora tem uma coisa também: uma coincidência. A história de vida do seu João e da dona Lili é muito poderosa, muito emocionante! Eu também tive uma história de vida bastante emocionante, então tudo isso tem a ver. Isso aqui é fruto de uma história de vida, que com muita dificuldade, honestidade e amor ao próximo eles conseguiram conquistar! Minha esposa também tem uma responsabilidade muito grande na nossa história. Porque, enfim, ela deu crédito a alguém (a mim) que um dia não era nada, e ela lutou contra tudo e contra todos. E, graças a Deus, hoje eu sou a pessoa que sou. Hoje as pessoas não estão dispostas se doar mais, vivem situações momentâneas. Nós estamos juntos há 41 anos. A gente vê essa história de sucesso deles.  Esse amor, essa ligação, confiança, parceria de estar com o outro para o que der e vier. Isso é muito difícil.

Seu João e dona Lili, eu gostaria de deixar o seguinte recado.   Aqui é absolutamente um ambiente familiar. Desde o dia em que nos conhecemos, vocês passaram uma verdade para nós. Passaram a importância que um tem para com o outro. A dedicação, o carinho que têm para com essa história chamada Vilarejo. Porque, no tempo que nós convivemos com vocês, em nenhum momento vocês passaram para nós a impressão de que eram empresários bem-sucedidos, muito pelo contrário. São pessoas que têm alma e coração. Pessoas que se preocupam com o próximo, pessoas que têm prazer em ver o outro sorrir. Então realmente a mensagem que nós podemos deixar é que Deus continue abençoando e guardando ambos, hoje e sempre! Que o Vilarejo seja sempre lugar de fazer gente feliz! Que Deus abençoe sempre.

Paulo Cesar Marques e Ilce Babylon da Silva Marques.
João sem medo
João sem medo
Raphael Paranhos Barra, engenheiro civil.

Em 1995, eu estava desempregado. Tinha acabado de sair da Fábrica Santa Rosa, e surgiu uma oportunidade de emprego na Construtora Vilarejo. No dia 15 de agosto 1995, eu iniciei minha relação com Vilarejo. No pequeno período em que a construtora existiu aqui, nós fizemos bastante coisa: construímos o Condomínio Nova Conservatória, Condomínio Vila Rica, Condomínio Acalanto e muitas outras obras. Parece que ela fechou em 2001. A construtora tinha muitos funcionários e gerava vários empregos. Depois eu fui convidado para ser subprefeito de Conservatória. João foi uma das pessoas que mais me apoiou nessa época. Não só apoio moral; nós tínhamos uma comissão que decidia muita coisa. Eu saí um ano e pouco e depois o João me convidou de novo para trabalhar com ele.  Ele tinha adquirido um esqueleto de um hotel em Rio das Ostras e, no começo, eu ia uma vez por semana pra lá. No restante da semana eu trabalhava aqui no hotel.  Acho que em 1996 o João comprou o Acalanto definitivamente. Fizemos muita obra lá.: a cozinha do Acalanto, aquela passarela, fizemos uma ala nova, Centro de Convenções.  Sempre junto com o João. E aí depois ele me chamou para ir para Rio das Ostras.

Falar do João especificamente é interessante. A gente viajou muito juntos.  Ele pegava o carro e a gente viajava, ficava em hotel, ficava em Macaé, ficamos várias vezes na casa do João. Ele era bom de cozinha, fazia um arroz bom com o que tinha. Conversávamos muito e aprendi muita coisa com ele. Quando a gente chegou a Rio das Ostras, eu lembro que teve uma reunião. Ele era uma pessoa que ninguém conhecia lá, teve uma reunião no Iate Clube de Rio das Ostras, falando sobre desenvolvimento. O João nesse dia pegou o microfone e falou que ele ia fazer o hotel. Ele não estava nem no programa dos caras. Ele foi lá e falou. Era desbravador.

Eu vivi o ápice da vida desse fazedor, desse cara sonhador, realizando todos os sonhos.  Ele nunca fez nada definitivo. Tudo que ele fazia, ele podia depois ir lá refazer, melhorar, naquela hora ele fazia como dava.

O João veio de uma família pobre. O pai dele era da rede e a mãe tinha uma pensão em Valença. Tinha na cabeça dele que um dia ele ia ser alguma coisa, não precisava de estudo, ele não esquentava a cabeça isso. Foi um foco que ele teve na vida e teve uma mulher extremamente importante que apoiou ele em tudo. O João nunca perdeu o ímpeto de alguma coisa ter que dar certo.  Ele não tinha medo de nada! “João sem medo” não tinha medo de nada — e ele sempre foi assim. Simples, comia a mesma comida que servia para os funcionários. Ele não ia comer no restaurante, sempre comia junto com a gente. E ainda ficava olhando para ver se estava boa. Nunca se mostrou superior às pessoas. Pelo contrário: ele era muito simples. Uma pessoa generosa!  Para as situações mais complicadas ele sempre tinha uma saída. Inteligentíssimo. A inteligência é uma das características mais fortes dele. Raciocínio rápido. Numa conversa, se você bobear, ele te engole. O João não ficava quieto. Estava sempre antenado com alguma coisa. O João vai deixar um fruto maravilhoso do trabalho dele. Da perseverança.  Eu tenho o João como um amigo. Eu diria que eu fui privilegiado, por estar dentro do período profissional mais importante do João. Me ensinou muito como pessoa, me ensinou a lidar com pessoas iguais a ele. O João foi uma pessoa muito importante na minha vida profissional, na hora certa! Eu estava com as crianças pequenas, eu precisava passar pelo processo, me reabilitar ao mercado de trabalho. Eu trabalhava 17 anos numa empresa fechada, uma fábrica, completamente diferente, e aqui eu tive uma liberdade: nunca mais quis ser empregado. Hoje eu sou aposentado. Esse período ajudou muito a minha autonomia profissional.  Abriu outro horizonte. Tenho muito que agradecer. Só de estar perto dele foi uma coisa fantástica!

Em 1995, eu estava desempregado. Tinha acabado de sair da Fábrica Santa Rosa, e surgiu uma oportunidade de emprego na Construtora Vilarejo. No dia 15 de agosto 1995, eu iniciei minha relação com Vilarejo. No pequeno período em que a construtora existiu aqui, nós fizemos bastante coisa: construímos o Condomínio Nova Conservatória, Condomínio Vila Rica, Condomínio Acalanto e muitas outras obras. Parece que ela fechou em 2001. A construtora tinha muitos funcionários e gerava vários empregos. Depois eu fui convidado para ser subprefeito de Conservatória. João foi uma das pessoas que mais me apoiou nessa época. Não só apoio moral; nós tínhamos uma comissão que decidia muita coisa. Eu saí um ano e pouco e depois o João me convidou de novo para trabalhar com ele.  Ele tinha adquirido um esqueleto de um hotel em Rio das Ostras e, no começo, eu ia uma vez por semana pra lá. No restante da semana eu trabalhava aqui no hotel.  Acho que em 1996 o João comprou o Acalanto definitivamente. Fizemos muita obra lá.: a cozinha do Acalanto, aquela passarela, fizemos uma ala nova, Centro de Convenções.  Sempre junto com o João. E aí depois ele me chamou para ir para Rio das Ostras.

Falar do João especificamente é interessante. A gente viajou muito juntos.  Ele pegava o carro e a gente viajava, ficava em hotel, ficava em Macaé, ficamos várias vezes na casa do João. Ele era bom de cozinha, fazia um arroz bom com o que tinha. Conversávamos muito e aprendi muita coisa com ele. Quando a gente chegou a Rio das Ostras, eu lembro que teve uma reunião. Ele era uma pessoa que ninguém conhecia lá, teve uma reunião no Iate Clube de Rio das Ostras, falando sobre desenvolvimento. O João nesse dia pegou o microfone e falou que ele ia fazer o hotel. Ele não estava nem no programa dos caras. Ele foi lá e falou. Era desbravador.

Eu vivi o ápice da vida desse fazedor, desse cara sonhador, realizando todos os sonhos.  Ele nunca fez nada definitivo. Tudo que ele fazia, ele podia depois ir lá refazer, melhorar, naquela hora ele fazia como dava.

O João veio de uma família pobre. O pai dele era da rede e a mãe tinha uma pensão em Valença. Tinha na cabeça dele que um dia ele ia ser alguma coisa, não precisava de estudo, ele não esquentava a cabeça isso. Foi um foco que ele teve na vida e teve uma mulher extremamente importante que apoiou ele em tudo. O João nunca perdeu o ímpeto de alguma coisa ter que dar certo.  Ele não tinha medo de nada! “João sem medo” não tinha medo de nada — e ele sempre foi assim. Simples, comia a mesma comida que servia para os funcionários. Ele não ia comer no restaurante, sempre comia junto com a gente. E ainda ficava olhando para ver se estava boa. Nunca se mostrou superior às pessoas. Pelo contrário: ele era muito simples. Uma pessoa generosa!  Para as situações mais complicadas ele sempre tinha uma saída. Inteligentíssimo. A inteligência é uma das características mais fortes dele. Raciocínio rápido. Numa conversa, se você bobear, ele te engole. O João não ficava quieto. Estava sempre antenado com alguma coisa. O João vai deixar um fruto maravilhoso do trabalho dele. Da perseverança.  Eu tenho o João como um amigo. Eu diria que eu fui privilegiado, por estar dentro do período profissional mais importante do João. Me ensinou muito como pessoa, me ensinou a lidar com pessoas iguais a ele. O João foi uma pessoa muito importante na minha vida profissional, na hora certa! Eu estava com as crianças pequenas, eu precisava passar pelo processo, me reabilitar ao mercado de trabalho. Eu trabalhava 17 anos numa empresa fechada, uma fábrica, completamente diferente, e aqui eu tive uma liberdade: nunca mais quis ser empregado. Hoje eu sou aposentado. Esse período ajudou muito a minha autonomia profissional.  Abriu outro horizonte. Tenho muito que agradecer. Só de estar perto dele foi uma coisa fantástica!

Raphael Paranhos Barra, engenheiro civil.
Crescer juntos
Crescer juntos
Rafael Augusto Neves, 34 anos, auxiliar de escritório.

Eu sou auxiliar de escritório, trabalho na parte de faturamento, mas moro em Valença. Eu vim para prestar um serviço para as lojas de Rio das Ostras, através de indicação do contador da empresa na época.  Depois tive a proposta de continuar e estou aqui há três anos e oito meses. A impressão que eu tive quando cheguei foi de muita cumplicidade, amizade e a união das pessoas. Sempre fui muito bem recebido, acolhido e abraçado por todos. E eu não conhecia ninguém. Venho todos os dias de segunda a sexta. Eu já tive proposta de voltar pra Valença, trabalhar perto de casa, mas eu gosto do que eu faço e estou bem satisfeito aqui.  No fim do ano passado, quando infelizmente perdi meu pai com covid, tive um apoio da empresa muito grande, que não sei se eu teria outro lugar. Isso foi muito importante pra mim. Fez com que eu não quisesse ir embora daqui. Isso é um diferencial.  Principalmente a amizade, o carinho. Todo mundo sempre querendo ajudar. Com a empresa crescendo, todos crescem juntos.

Aqui está sempre crescendo, melhorando. Os donos e os gerentes têm uma visão de ir melhorando, dando mais conforto para os hóspedes, querendo que eles se sintam aqui como se estivesse na sua própria casa, indo embora satisfeitos.

Durante a pandemia, deu um medo na gente, porque eu trabalho com faturamento. Se o hotel não vende, eu não tenho serviço. E o medo maior era perder o meu emprego.  A gente não sabia quando o hotel ia voltar. Era uma coisa nova para a gente, ninguém sabia, então todos nós ficamos com medo, tanto que o hotel ficou fechado quatro meses e a gente com insegurança. Quando o hotel voltou tinha uma limitação de ocupação. Os decretos que foram liberando aos poucos.   Hoje já estabilizando, não está 100% ainda.

Eu acho que as pessoas de fora não têm noção da importância do hotel. Acho que são mais de 200 empregos. Isso influencia muito na estrutura da Conservatória. Uma das principais fontes de renda de emprego do lugar, tirando a prefeitura, é o hotel Vilarejo.

Há um mês eu encontrei com o rapaz da Petrobras. Ele é gerente de produção e falou pra mim:

— Eu fico embarcado 20 dias e 10 dias eu fico passeando. E falo para você: no estado do Rio, o Vilarejo está entre os três melhores. Eu conheço todo o estado do Rio de Janeiro e conheço muitos hotéis.  Já é a quarta vez que eu venho, quando eu puder eu venho de novo.

Ele elogiou muito a recreação, a forma como foi atendido, a gerência. Aqui a gente é muito bem acolhido e, quando você precisa, sempre tem alguém disposto a ajudar. Elogiou muito o hotel, tanto no atendimento quanto a estrutura.

Eu acho que muita gente não tem noção da proporção da importância do turismo. O Vilarejo é empresa grande e forte. As pessoas que moram em Valença, Barra do Piraí, têm mais noção do poder do turismo.  Hoje, mesmo depois da pandemia está com mais de 200 funcionários direta e indiretamente. Tem que ter uma união, jogar junto. Muitas empresas não suportaram na pandemia.  Em Valença mesmo, fechou muita coisa na pandemia.  Felizmente essa crise está passando.

O Vilarejo é um lugar de ser feliz. Para mim, realmente representa isso. Eu tenho vontade de voltar a estudar. Pretendo fazer vestibular e fazer faculdade.  A gente tem que se aperfeiçoar na profissão.  É sempre bom quando a empresa dá um suporte, quando você se sente bem e eu quero crescer na empresa. Quanto mais conhecimento você tem, mais chance de crescer, mais oportunidades.

Eu sou auxiliar de escritório, trabalho na parte de faturamento, mas moro em Valença. Eu vim para prestar um serviço para as lojas de Rio das Ostras, através de indicação do contador da empresa na época.  Depois tive a proposta de continuar e estou aqui há três anos e oito meses. A impressão que eu tive quando cheguei foi de muita cumplicidade, amizade e a união das pessoas. Sempre fui muito bem recebido, acolhido e abraçado por todos. E eu não conhecia ninguém. Venho todos os dias de segunda a sexta. Eu já tive proposta de voltar pra Valença, trabalhar perto de casa, mas eu gosto do que eu faço e estou bem satisfeito aqui.  No fim do ano passado, quando infelizmente perdi meu pai com covid, tive um apoio da empresa muito grande, que não sei se eu teria outro lugar. Isso foi muito importante pra mim. Fez com que eu não quisesse ir embora daqui. Isso é um diferencial.  Principalmente a amizade, o carinho. Todo mundo sempre querendo ajudar. Com a empresa crescendo, todos crescem juntos.

Aqui está sempre crescendo, melhorando. Os donos e os gerentes têm uma visão de ir melhorando, dando mais conforto para os hóspedes, querendo que eles se sintam aqui como se estivesse na sua própria casa, indo embora satisfeitos.

Durante a pandemia, deu um medo na gente, porque eu trabalho com faturamento. Se o hotel não vende, eu não tenho serviço. E o medo maior era perder o meu emprego.  A gente não sabia quando o hotel ia voltar. Era uma coisa nova para a gente, ninguém sabia, então todos nós ficamos com medo, tanto que o hotel ficou fechado quatro meses e a gente com insegurança. Quando o hotel voltou tinha uma limitação de ocupação. Os decretos que foram liberando aos poucos.   Hoje já estabilizando, não está 100% ainda.

Eu acho que as pessoas de fora não têm noção da importância do hotel. Acho que são mais de 200 empregos. Isso influencia muito na estrutura da Conservatória. Uma das principais fontes de renda de emprego do lugar, tirando a prefeitura, é o hotel Vilarejo.

Há um mês eu encontrei com o rapaz da Petrobras. Ele é gerente de produção e falou pra mim:

— Eu fico embarcado 20 dias e 10 dias eu fico passeando. E falo para você: no estado do Rio, o Vilarejo está entre os três melhores. Eu conheço todo o estado do Rio de Janeiro e conheço muitos hotéis.  Já é a quarta vez que eu venho, quando eu puder eu venho de novo.

Ele elogiou muito a recreação, a forma como foi atendido, a gerência. Aqui a gente é muito bem acolhido e, quando você precisa, sempre tem alguém disposto a ajudar. Elogiou muito o hotel, tanto no atendimento quanto a estrutura.

Eu acho que muita gente não tem noção da proporção da importância do turismo. O Vilarejo é empresa grande e forte. As pessoas que moram em Valença, Barra do Piraí, têm mais noção do poder do turismo.  Hoje, mesmo depois da pandemia está com mais de 200 funcionários direta e indiretamente. Tem que ter uma união, jogar junto. Muitas empresas não suportaram na pandemia.  Em Valença mesmo, fechou muita coisa na pandemia.  Felizmente essa crise está passando.

O Vilarejo é um lugar de ser feliz. Para mim, realmente representa isso. Eu tenho vontade de voltar a estudar. Pretendo fazer vestibular e fazer faculdade.  A gente tem que se aperfeiçoar na profissão.  É sempre bom quando a empresa dá um suporte, quando você se sente bem e eu quero crescer na empresa. Quanto mais conhecimento você tem, mais chance de crescer, mais oportunidades.

Rafael Augusto Neves, 34 anos, auxiliar de escritório.
Amigos sim, concorrentes não
Amigos sim, concorrentes não
Paulo Roberto dos Santos, amigo e proprietário do Hotel Fazenda Florença.

Eu era dentista e professor da Universidade Federal Fluminense, apaixonado por história e por patrimônio histórico. Comprei a fazenda Florença 1998 com a intenção fazer um hotel fazenda e que esse empreendimento me ajudasse a manter o patrimônio.  A estrada ainda nem estava asfaltada. Depois foi que asfaltou o trecho de Ipiabas a Conservatória.  Eu já tinha visto a fazenda Florença antes e foi amor à primeira vista. A minha intenção era montar um empreendimento, e aí é onde entra o meu prezado amigo João do Vilarejo, o maior empreendedor de Conservatória. Houve uma identificação. Surgiu uma amizade. Nós sempre conversávamos. Ele vinha me visitar de vez em quando. Sabia que eu ia fazer um hotel-fazenda e lembro de fazer o projeto, algo que não agredisse a arquitetura da casa sede e de seu entorno, mas da parte funcional de hotelaria eu realmente não conhecia. Eu comentei isso com João. Ele me pegou e disse:

— Vamos lá ao Vilarejo. Chegando lá eu vou te falar o que eu faria e o que eu não faria.

Ele ainda falou: “A melhor escola são os erros e os acertos”.  E o João abriu as portas do Vilarejo para mim, me mostrou todas as obras. O hotel já era um sucesso. Na época tinha 16 anos de funcionamento, e hoje ele está prestes a completar 40 anos de muito sucesso, com muito mérito, com muito esforço do casal João e Lili, que são nossos amigos. O João teve essa nobreza, essa generosidade de me mostrar. Abriu as portas mostrando todo funcionamento do hotel e o que ele não faria para eu não errar. Ele foi generoso demais. Livrou-me de vários erros. A melhor coisa do mundo. Eu tenho muito a agradecer ao João. Foi uma pessoa muito nobre em seus sentimentos e de relacionamento como vizinhos, porque teoricamente eu seria um concorrente, mas nunca fomos concorrentes. Eu tenho muito a agradecer ao João por tudo que ele fez por Conservatória. Ele é o maior empreendedor da cidade, gerou muito emprego. Hoje Vilarejo poderia funcionar como uma escola de hotelaria com excelente resultado. O Vilarejo sempre esteve na vanguarda em Conservatória. Em termos de evolução é um hotel que está sempre em construção, no sentido de renovação, é um orgulho para todos de Conservatória. Do ponto de vista humanitário também: não é qualquer pessoa que abre as portas para quem que vai fazer um negócio que é do mesmo ramo.

Outro aspecto que é muito interessante também é que Conservatória era um lugar menor. Como eu falei, a estrada era de terra, você tinha pessoas que trabalhavam no campo, na roça e você começa uma empresa num lugar que tinha um isolamento físico de outros grandes centros. Geraram emprego, mas e o treinamento? Quem é que dá esse treinamento?  Eram os donos do hotel, o João e a Lili, que tinham que ensinar a pessoa a ser garçom, copeiro, camareiro, barman e a cozinhar. Então eles tiveram que treinar essas pessoas. Todo o treinamento era feito no hotel. Esse pioneirismo é muito louvável. Foram tempos diferentes e épocas difíceis.

Vilarejo é referência para Conservatória, como grande gerador de emprego e do turismo.  Se Deus quiser vai continuar sendo sempre, grande divulgador juntamente com os outros parceiros. Parabéns também pela questão da família unida, os seus filhos, seus netos também que são empreendedores e que estão juntos tocando o grupo Vilarejo. Que Deus ilumine os caminhos do João, nosso prezado amigo.

Eu era dentista e professor da Universidade Federal Fluminense, apaixonado por história e por patrimônio histórico. Comprei a fazenda Florença 1998 com a intenção fazer um hotel fazenda e que esse empreendimento me ajudasse a manter o patrimônio.  A estrada ainda nem estava asfaltada. Depois foi que asfaltou o trecho de Ipiabas a Conservatória.  Eu já tinha visto a fazenda Florença antes e foi amor à primeira vista. A minha intenção era montar um empreendimento, e aí é onde entra o meu prezado amigo João do Vilarejo, o maior empreendedor de Conservatória. Houve uma identificação. Surgiu uma amizade. Nós sempre conversávamos. Ele vinha me visitar de vez em quando. Sabia que eu ia fazer um hotel-fazenda e lembro de fazer o projeto, algo que não agredisse a arquitetura da casa sede e de seu entorno, mas da parte funcional de hotelaria eu realmente não conhecia. Eu comentei isso com João. Ele me pegou e disse:

— Vamos lá ao Vilarejo. Chegando lá eu vou te falar o que eu faria e o que eu não faria.

Ele ainda falou: “A melhor escola são os erros e os acertos”.  E o João abriu as portas do Vilarejo para mim, me mostrou todas as obras. O hotel já era um sucesso. Na época tinha 16 anos de funcionamento, e hoje ele está prestes a completar 40 anos de muito sucesso, com muito mérito, com muito esforço do casal João e Lili, que são nossos amigos. O João teve essa nobreza, essa generosidade de me mostrar. Abriu as portas mostrando todo funcionamento do hotel e o que ele não faria para eu não errar. Ele foi generoso demais. Livrou-me de vários erros. A melhor coisa do mundo. Eu tenho muito a agradecer ao João. Foi uma pessoa muito nobre em seus sentimentos e de relacionamento como vizinhos, porque teoricamente eu seria um concorrente, mas nunca fomos concorrentes. Eu tenho muito a agradecer ao João por tudo que ele fez por Conservatória. Ele é o maior empreendedor da cidade, gerou muito emprego. Hoje Vilarejo poderia funcionar como uma escola de hotelaria com excelente resultado. O Vilarejo sempre esteve na vanguarda em Conservatória. Em termos de evolução é um hotel que está sempre em construção, no sentido de renovação, é um orgulho para todos de Conservatória. Do ponto de vista humanitário também: não é qualquer pessoa que abre as portas para quem que vai fazer um negócio que é do mesmo ramo.

Outro aspecto que é muito interessante também é que Conservatória era um lugar menor. Como eu falei, a estrada era de terra, você tinha pessoas que trabalhavam no campo, na roça e você começa uma empresa num lugar que tinha um isolamento físico de outros grandes centros. Geraram emprego, mas e o treinamento? Quem é que dá esse treinamento?  Eram os donos do hotel, o João e a Lili, que tinham que ensinar a pessoa a ser garçom, copeiro, camareiro, barman e a cozinhar. Então eles tiveram que treinar essas pessoas. Todo o treinamento era feito no hotel. Esse pioneirismo é muito louvável. Foram tempos diferentes e épocas difíceis.

Vilarejo é referência para Conservatória, como grande gerador de emprego e do turismo.  Se Deus quiser vai continuar sendo sempre, grande divulgador juntamente com os outros parceiros. Parabéns também pela questão da família unida, os seus filhos, seus netos também que são empreendedores e que estão juntos tocando o grupo Vilarejo. Que Deus ilumine os caminhos do João, nosso prezado amigo.

Paulo Roberto dos Santos, amigo e proprietário do Hotel Fazenda Florença.
O maior seresteiro
O maior seresteiro
Pedro Quinane Jorge, 73 anos, seresteiro e ex. funcionário do hotel.

Eu lembro quando o João começou a namorar a Lili. Minha tia tinha um hotel, Tia Bibi. Ele ficava no hotel, né?! Seu Liberato era muito enjoado! Depois casou foi para Bahia. A vida da gente é gozada, a vida tem o ideal, né! Você tem que descobrir. Ele tentou tanta coisa. E aí descobriu que o lugar dele era aqui, o Vilarejo!

Conservatória tinha o Hotel da Estação, que era do Luiz Leite, com meia dúzia de quarto. Lá em cima tinha esse hotel da Dona Mariana. Depois é que fez Hotel Conservatória. Não tinha mais nada aqui. Você tinha que trabalhar ou na prefeitura, no correio ou no estado. Não tinha trabalho. Depois do túnel não tinha nada. O João fazia muita propaganda. O hotel pequeno enchia logo, e aí o pessoal vinha para o hotel do Luiz, para o Hotel Conservatória. Depois começaram a aparecer as pousadas. A primeira pousada que abriu aqui foi a Pousada Azul, do seu Eládio.

Foi indo, foi indo, o Vilarejo chegou no ponto que chegou. Todo ano tem uma inovação, cada vez que eu vou lá tem uma coisa nova.  Agora tirou o Batistão dali, botou lá dentro da água, né? Ficou bonito!

Toquei 13 anos no hotel.  Eu tocava forró, fazia a quadrilha. Era lá em cima onde é o American Bar. Lá só tinha aquele rancho, não tinha mais nada! Depois que o João fez seis suítes lá atrás. Fez três quiosques também. Eu fazia o forró lá, saía do forró, vinha tocar na serenata para ajudar. Passei poucas e boas ali!

Eu estava na serenata, mês de junho, um frio desgramado! Fiz a serenata na ala 100, depois fui na ala 200, e depois desci e fui nos quiosques. Lá tinha umas árvores e eu distraído cantando. Aí aparece na minha frente uma mulher, com um pano na cabeça, mas me deu um susto! Eu parei a serenata porque eu fiquei sem voz! Ela me deu um susto danado! Ela gostou muito, queria ver quem é que estava lá. Só que ela, em vez de vir na calçada, veio atrás da árvore. Quando eu bati de frente com ela, parei de cantar na hora! Perdi a voz!

Lá no hotel tinha um grupo de seresta muito bom! Tinha eu, Jorge Maria, o Arlindo, Seu Amazonas, Dona Léia, Dona Shirley, a Valdéia, Seu Wilson e tinha o Wilson de Petrópolis, que vinha com a mulher Laura. A gente fazia lá uma solarata lá no hotel onde é hoje Salão Alegria, que antigamente era o Batistão!

Algumas coisas eu lembro bem. O João vinha no fusquinha da Ana Rita, comadre dele e da Lili. Ela era amiga deles. Ele não tinha carro, não, ele vinha naquele fusquinha. Oh, o começo foi triste, muito difícil! No princípio o negócio foi feio e os parentes ainda falavam que ele estava fazendo elefante branco!  Ninguém acreditava no hotel! Eu sempre acreditei no João e na Lili. Eu vi a luta do João para fazer aquele hotel e a Lili também, os dois. Depois que vieram os filhos. O João é inteligente! E a mulher dele, a Lili, é fogo! A Monique também é fogo! Ela e Frederico são muito inteligentes! A Monique puxou mais o pai dela. Ela é o João lapidado. O João achou o destino dele, que era o hotel. Pelejou com tanta coisa e acertou no hotel. Deu emprego para o povo. Em Conservatória o turismo veio no rastro do Vilarejo.

Minha vida foi Vilarejo. Criei minhas filhas, eduquei e formei, tudo graças ao Vilarejo!

Eu lembro quando o João começou a namorar a Lili. Minha tia tinha um hotel, Tia Bibi. Ele ficava no hotel, né?! Seu Liberato era muito enjoado! Depois casou foi para Bahia. A vida da gente é gozada, a vida tem o ideal, né! Você tem que descobrir. Ele tentou tanta coisa. E aí descobriu que o lugar dele era aqui, o Vilarejo!

Conservatória tinha o Hotel da Estação, que era do Luiz Leite, com meia dúzia de quarto. Lá em cima tinha esse hotel da Dona Mariana. Depois é que fez Hotel Conservatória. Não tinha mais nada aqui. Você tinha que trabalhar ou na prefeitura, no correio ou no estado. Não tinha trabalho. Depois do túnel não tinha nada. O João fazia muita propaganda. O hotel pequeno enchia logo, e aí o pessoal vinha para o hotel do Luiz, para o Hotel Conservatória. Depois começaram a aparecer as pousadas. A primeira pousada que abriu aqui foi a Pousada Azul, do seu Eládio.

Foi indo, foi indo, o Vilarejo chegou no ponto que chegou. Todo ano tem uma inovação, cada vez que eu vou lá tem uma coisa nova.  Agora tirou o Batistão dali, botou lá dentro da água, né? Ficou bonito!

Toquei 13 anos no hotel.  Eu tocava forró, fazia a quadrilha. Era lá em cima onde é o American Bar. Lá só tinha aquele rancho, não tinha mais nada! Depois que o João fez seis suítes lá atrás. Fez três quiosques também. Eu fazia o forró lá, saía do forró, vinha tocar na serenata para ajudar. Passei poucas e boas ali!

Eu estava na serenata, mês de junho, um frio desgramado! Fiz a serenata na ala 100, depois fui na ala 200, e depois desci e fui nos quiosques. Lá tinha umas árvores e eu distraído cantando. Aí aparece na minha frente uma mulher, com um pano na cabeça, mas me deu um susto! Eu parei a serenata porque eu fiquei sem voz! Ela me deu um susto danado! Ela gostou muito, queria ver quem é que estava lá. Só que ela, em vez de vir na calçada, veio atrás da árvore. Quando eu bati de frente com ela, parei de cantar na hora! Perdi a voz!

Lá no hotel tinha um grupo de seresta muito bom! Tinha eu, Jorge Maria, o Arlindo, Seu Amazonas, Dona Léia, Dona Shirley, a Valdéia, Seu Wilson e tinha o Wilson de Petrópolis, que vinha com a mulher Laura. A gente fazia lá uma solarata lá no hotel onde é hoje Salão Alegria, que antigamente era o Batistão!

Algumas coisas eu lembro bem. O João vinha no fusquinha da Ana Rita, comadre dele e da Lili. Ela era amiga deles. Ele não tinha carro, não, ele vinha naquele fusquinha. Oh, o começo foi triste, muito difícil! No princípio o negócio foi feio e os parentes ainda falavam que ele estava fazendo elefante branco!  Ninguém acreditava no hotel! Eu sempre acreditei no João e na Lili. Eu vi a luta do João para fazer aquele hotel e a Lili também, os dois. Depois que vieram os filhos. O João é inteligente! E a mulher dele, a Lili, é fogo! A Monique também é fogo! Ela e Frederico são muito inteligentes! A Monique puxou mais o pai dela. Ela é o João lapidado. O João achou o destino dele, que era o hotel. Pelejou com tanta coisa e acertou no hotel. Deu emprego para o povo. Em Conservatória o turismo veio no rastro do Vilarejo.

Minha vida foi Vilarejo. Criei minhas filhas, eduquei e formei, tudo graças ao Vilarejo!

Pedro Quinane Jorge, 73 anos, seresteiro e ex. funcionário do hotel.
Exemplo de vida
Exemplo de vida
Paulo Marcelo Garcia, Gerente

Trabalho aqui no hotel há 19 anos, desde 2003, e recentemente vi como a minha história tem relação com a do Vilarejo. Eu nasci em outubro de 1982, mesmo no ano de inauguração do hotel. Eu comecei a fazer mais ligações da minha história de vida. Vim para cá através do anúncio de rádio na época. Eu tinha 19 anos. Hoje estou com 39. Já passei por diversos setores, cresci aqui dentro e por causa do trabalho fui continuar meus os estudos. A família Vilarejo, com o passar do tempo me ensinou muito, tanto como profissional, mas também na vida pessoal. Aprendi muito com a força deles. O ano de 2014 marcou a minha vida. Eu fiquei viúvo. E foi no mesmo ano que seu João fez a cirurgia na perna. Eu e a dona Lili meio que escoramos um no outro. Nós dois precisamos de muita força, e graças a Deus superamos aquela fase. Estamos aí lutando, seguindo a vida.

Comecei a minha história aqui como auxiliar de garçom. De lá para cá minha caminhada profissional foi bacana. Nos primeiros anos entrei como diarista. Após dois anos passei a chefe do restaurante do Acalanto. Depois passei para o setor de compras e hoje eu estou ajudando a Renata na gerência. Sou de Valença, criado em uma família humilde. E foi aqui no Vilarejo que vislumbrei novos horizontes para minha vida pessoal.

Quando eu cheguei aqui era o mundo. Eu nunca tinha saído de Valença. No meu bairro era praticamente escola, casa e brincadeiras no bairro. Já tinha trabalhado em Rio das Flores, mas não era igual aqui. Lembro que, quando eu cheguei aqui à primeira vez, meus olhos brilharam. Esse lago aqui em frente me encantou, e eu olhei e disse: “É aqui que eu quero trabalhar!”.

Trabalhar no Vilarejo não é difícil. É uma empresa bem estruturada, com a divisão de funções e é um das melhores empregadoras da região. Eu sou formado em Engenharia de Produção, por conta do serviço. Eu sempre tive vontade de estudar, mas não tinha poder aquisitivo na época. Minha mãe não tinha condição também de me ajudar. Acabei vindo para cá. E aí conversa com um, com outro... Na época havia pessoas até mais novas do que eu estudando. Pensei: “Eu não posso ficar para trás, vou dar um jeito de estudar”. No trabalho, eu fui evoluindo. E aí apareceu a oportunidade de ir para o setor de compras. As pessoas não têm ideia do que é um Vilarejo, a seriedade com que a gente trabalha aqui, a estrutura da organização e a qualificação dos profissionais.  Muita gente que saiu daqui do hotel empreende na cidade. Tanto eu quanto a Renata não somos gerente de sala. Estamos todos os dias circulando entre a equipe, colaborando, participando e melhorando. Temos contato com a equipe a toda hora, e aí isso facilita o relacionamento.

Às vezes a gente não tem oportunidade de falar no dia a dia, por conta do trabalho, mas já declarei algumas vezes para eles a minha gratidão. Hoje eu me sinto uma pessoa realizada tanto no pessoal como no profissional. Seu João e a dona Lili foram meus professores, e o Frederico e a Monique estão dando continuidade. Essa coisa de professor, de pai e mãe, principalmente da dona Lili.  Apesar de eu ser uma pessoa mais tímida, não declaro muito para eles, o respeito que eu tenho por eles, a admiração eu tento responder desse jeito. Eles contribuíram na minha vida, uma contribuição enorme, o papel deles na minha vida pessoal. Nesses 19 anos na minha vida 50% passei aqui com eles, e eu me tornei a pessoa que eu sou hoje. Só agradecer à família. Eles nos enchem de ânimo, de orgulho, de pertencimento. Eu me sinto Vilarejo. Parabéns, vocês fazem a diferença em nossas vidas.

Trabalho aqui no hotel há 19 anos, desde 2003, e recentemente vi como a minha história tem relação com a do Vilarejo. Eu nasci em outubro de 1982, mesmo no ano de inauguração do hotel. Eu comecei a fazer mais ligações da minha história de vida. Vim para cá através do anúncio de rádio na época. Eu tinha 19 anos. Hoje estou com 39. Já passei por diversos setores, cresci aqui dentro e por causa do trabalho fui continuar meus os estudos. A família Vilarejo, com o passar do tempo me ensinou muito, tanto como profissional, mas também na vida pessoal. Aprendi muito com a força deles. O ano de 2014 marcou a minha vida. Eu fiquei viúvo. E foi no mesmo ano que seu João fez a cirurgia na perna. Eu e a dona Lili meio que escoramos um no outro. Nós dois precisamos de muita força, e graças a Deus superamos aquela fase. Estamos aí lutando, seguindo a vida.

Comecei a minha história aqui como auxiliar de garçom. De lá para cá minha caminhada profissional foi bacana. Nos primeiros anos entrei como diarista. Após dois anos passei a chefe do restaurante do Acalanto. Depois passei para o setor de compras e hoje eu estou ajudando a Renata na gerência. Sou de Valença, criado em uma família humilde. E foi aqui no Vilarejo que vislumbrei novos horizontes para minha vida pessoal.

Quando eu cheguei aqui era o mundo. Eu nunca tinha saído de Valença. No meu bairro era praticamente escola, casa e brincadeiras no bairro. Já tinha trabalhado em Rio das Flores, mas não era igual aqui. Lembro que, quando eu cheguei aqui à primeira vez, meus olhos brilharam. Esse lago aqui em frente me encantou, e eu olhei e disse: “É aqui que eu quero trabalhar!”.

Trabalhar no Vilarejo não é difícil. É uma empresa bem estruturada, com a divisão de funções e é um das melhores empregadoras da região. Eu sou formado em Engenharia de Produção, por conta do serviço. Eu sempre tive vontade de estudar, mas não tinha poder aquisitivo na época. Minha mãe não tinha condição também de me ajudar. Acabei vindo para cá. E aí conversa com um, com outro... Na época havia pessoas até mais novas do que eu estudando. Pensei: “Eu não posso ficar para trás, vou dar um jeito de estudar”. No trabalho, eu fui evoluindo. E aí apareceu a oportunidade de ir para o setor de compras. As pessoas não têm ideia do que é um Vilarejo, a seriedade com que a gente trabalha aqui, a estrutura da organização e a qualificação dos profissionais.  Muita gente que saiu daqui do hotel empreende na cidade. Tanto eu quanto a Renata não somos gerente de sala. Estamos todos os dias circulando entre a equipe, colaborando, participando e melhorando. Temos contato com a equipe a toda hora, e aí isso facilita o relacionamento.

Às vezes a gente não tem oportunidade de falar no dia a dia, por conta do trabalho, mas já declarei algumas vezes para eles a minha gratidão. Hoje eu me sinto uma pessoa realizada tanto no pessoal como no profissional. Seu João e a dona Lili foram meus professores, e o Frederico e a Monique estão dando continuidade. Essa coisa de professor, de pai e mãe, principalmente da dona Lili.  Apesar de eu ser uma pessoa mais tímida, não declaro muito para eles, o respeito que eu tenho por eles, a admiração eu tento responder desse jeito. Eles contribuíram na minha vida, uma contribuição enorme, o papel deles na minha vida pessoal. Nesses 19 anos na minha vida 50% passei aqui com eles, e eu me tornei a pessoa que eu sou hoje. Só agradecer à família. Eles nos enchem de ânimo, de orgulho, de pertencimento. Eu me sinto Vilarejo. Parabéns, vocês fazem a diferença em nossas vidas.

Paulo Marcelo Garcia, Gerente
Do rabisco ao sonho realizado
Do rabisco ao sonho realizado
Ana Rita, amiga do casal

Falar do Vilarejo é emocionante para mim. Lili e eu, na faixa dos nossos 5 anos, fomos alfabetizadas juntas. Crescemos amigas. Na nossa adolescência eu prometi a Lili que, se algum dia casasse, ela seria madrinha do meu primeiro filho. E assim foi, muitos anos depois.

Lili não é uma amiga. É minha irmã de coração. Uma pessoa que sempre admirei pela sua garra e um imenso coração. Fui testemunha de suas grandes batalhas, ao lado do João. Valença, Bahia e, finalmente, a realização do sonho para ser vivido em Conservatória. Eu tive a felicidade de estar presente no sítio do sr. Liberato e da dona Odete, no dia que João pegou um pedaço de papel cinza, que embrulhava o pão, e começou a esboçar o que seria o hotel, hoje a ala 100... Seus olhos brilhavam... E ali começava a esboçar o que seria um projeto de sucesso.

—  Eram tempos difíceis, pouca grana, mas muitos sonhos a serem realizados. Era tão difícil que por um período o único carro que usavam era um fusca amarelo, que eu deixava com eles para ser usado por mim durante minhas férias no Rio. A essa altura eu morava em Belém.

Chegou o dia da inauguração. O hotel pronto, Lili apressada, varrendo, limpando, e os primeiros hóspedes chegando. Dinheiro para sofá da recepção? Nem pensar! Era um grande tronco de madeira maciça, do tempo da madeireira no interior da Bahia. Os primeiros anos foram de uma luta sem fim, mas de muita garra e dedicação. E aos poucos tudo foi crescendo. Abriram uma agência de turismo no edifício Avenida Central, no Rio, para ser a central de reservas. Sucesso total.

Em 1988 voltei a morar no Rio e fui trabalhar no Vilarejo Turismo. Fizemos algumas viagens internacionais.  Mas, pouco tempo depois, saí da cidade de novo.

No dia 13 de novembro de 1998, João Batista foi eleito o empresário do ano, pelo seu empreendedorismo. No dia 19 de novembro de 1998, foi inaugurado o Centro de Convenções Vilarejo. No dia 4 de março de 2001, João me convidou para montarmos a Central de Eventos Corporativos. Foram alguns anos bem movimentados. Em 12 de abril de 2001, Lili lançou seu livro, contando a saga de sua vida em relação ao Vilarejo. E o Vilarejo foi crescendo. E hoje temos que concordar com Lili quando diz que é a sua Disney.  O que significa empreendedorismo, visão de futuro, organização e muito comprometimento.

Em maio de 2003, João, Lili, eu e meu marido, embarcamos juntos para Portugal, para participarmos do “Brasil é de vocês”, evento internacional promovido pela ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens). Vilarejo presente em Lisboa e no Porto. Sempre estive presente nos momentos bons e ruins.

Hoje, quando chego no Vilarejo, sempre dá um nó na garganta. Por onde olhamos, um detalhe com capricho, um funcionário sorridente, uma novidade. Sempre as lágrimas teimam a aflorar em quem presenciou um rabisco no papel que hoje é um sonho realizado de forma plena.

Falar do Vilarejo é emocionante para mim. Lili e eu, na faixa dos nossos 5 anos, fomos alfabetizadas juntas. Crescemos amigas. Na nossa adolescência eu prometi a Lili que, se algum dia casasse, ela seria madrinha do meu primeiro filho. E assim foi, muitos anos depois.

Lili não é uma amiga. É minha irmã de coração. Uma pessoa que sempre admirei pela sua garra e um imenso coração. Fui testemunha de suas grandes batalhas, ao lado do João. Valença, Bahia e, finalmente, a realização do sonho para ser vivido em Conservatória. Eu tive a felicidade de estar presente no sítio do sr. Liberato e da dona Odete, no dia que João pegou um pedaço de papel cinza, que embrulhava o pão, e começou a esboçar o que seria o hotel, hoje a ala 100... Seus olhos brilhavam... E ali começava a esboçar o que seria um projeto de sucesso.

—  Eram tempos difíceis, pouca grana, mas muitos sonhos a serem realizados. Era tão difícil que por um período o único carro que usavam era um fusca amarelo, que eu deixava com eles para ser usado por mim durante minhas férias no Rio. A essa altura eu morava em Belém.

Chegou o dia da inauguração. O hotel pronto, Lili apressada, varrendo, limpando, e os primeiros hóspedes chegando. Dinheiro para sofá da recepção? Nem pensar! Era um grande tronco de madeira maciça, do tempo da madeireira no interior da Bahia. Os primeiros anos foram de uma luta sem fim, mas de muita garra e dedicação. E aos poucos tudo foi crescendo. Abriram uma agência de turismo no edifício Avenida Central, no Rio, para ser a central de reservas. Sucesso total.

Em 1988 voltei a morar no Rio e fui trabalhar no Vilarejo Turismo. Fizemos algumas viagens internacionais.  Mas, pouco tempo depois, saí da cidade de novo.

No dia 13 de novembro de 1998, João Batista foi eleito o empresário do ano, pelo seu empreendedorismo. No dia 19 de novembro de 1998, foi inaugurado o Centro de Convenções Vilarejo. No dia 4 de março de 2001, João me convidou para montarmos a Central de Eventos Corporativos. Foram alguns anos bem movimentados. Em 12 de abril de 2001, Lili lançou seu livro, contando a saga de sua vida em relação ao Vilarejo. E o Vilarejo foi crescendo. E hoje temos que concordar com Lili quando diz que é a sua Disney.  O que significa empreendedorismo, visão de futuro, organização e muito comprometimento.

Em maio de 2003, João, Lili, eu e meu marido, embarcamos juntos para Portugal, para participarmos do “Brasil é de vocês”, evento internacional promovido pela ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens). Vilarejo presente em Lisboa e no Porto. Sempre estive presente nos momentos bons e ruins.

Hoje, quando chego no Vilarejo, sempre dá um nó na garganta. Por onde olhamos, um detalhe com capricho, um funcionário sorridente, uma novidade. Sempre as lágrimas teimam a aflorar em quem presenciou um rabisco no papel que hoje é um sonho realizado de forma plena.

Ana Rita, amiga do casal
O destino me trouxe à Conservatória
O destino me trouxe à Conservatória
Noemi de Oliveira Silva Pereira, 55 anos, ex-funcionária, uma das primeiras recreadoras do hotel.

Eu me formei em 89. Encontrei com outra professora minha e ela disse que tinha um sobrinho, o Paulinho, que tinha um grupo de recreação e que o meu perfil se encaixava no que ele precisava para trabalhar com recreação. Nos conhecemos e fomos trabalhar em outro hotel: eu, Paulinho e o Carlão.  Lá conhecemos um grupo de hóspedes que tinha vindo a Conservatória e falou que tinha um hotel novo, maravilhoso, que tinha tudo, só não tinha uma equipe de recreação. Era o Hotel Vilarejo.  Procuramos o hotel para mostrar nosso trabalho. E depois de quinze dias eu vim parar no Vilarejo. Eu fui professora de natação, mas a recreação sempre foi uma área dentro da Educação Física. Eu nunca pensei em trabalhar como recreadora. E realmente, quando eu cheguei, eu me encontrei no hotel Vilarejo.

Para mim foi muito mágico! Eu estou em Conservatória há 33 anos. Eu vim para cá, depois voltei para o Rio uma época, mas tive que voltar. Essa é minha história com Conservatória. Hoje eu tenho certeza que eu tinha que vir. A história que Deus reservou para mim. Eu falo isso até muito emocionada (lágrimas): foram várias tentativas do destino de me trazer para cá, e de todas elas eu fugi. E foi através do Vilarejo o caminho que a espiritualidade achou de falar: “Agora você vai e você vai cumprir o seu destino”. Eu me emociono muito, porque uma das primeiras músicas que eu ouvi no Vilarejo com o Quinane foi Serra da Boa Esperança. Eu comecei a chorar não sabia por quê. Nunca tinha escutado essa música! Quando eu voltei para o Rio e comecei a contar para minha mãe, conversando, elogiando Conservatória, eu falei que tinha escutado essa música e que eu não sabia por que eu me emocionei!  E aí minha mãe se emocionou e começou a chorar também. Ela falou:

— Foi com essa música seu pai me conquistou! Seu pai cantava para você, para seus irmãos quando colocava vocês para dormir.

Eu não lembrava. Eu acho que estava na minha memória afetiva a música porque eu me emocionei muito. Foram várias emoções.  Hoje eu digo que Deus e Nossa Senhora usaram o Vilarejo para me trazer pra cá. Abriu meu destino, me apaixonei pela cidade, me apaixonei por uma pessoa da cidade e estamos juntos há mais de 20 anos entre idas e vindas. Esse foi o caminho, a nossa vida e dos nossos filhos.  Hoje eu tenho meus dois filhos, que não vieram da barriga, mas vieram do meu coração, tinham que ser nossos e são, essa história tinha que acontecer em Conservatória.

Eu acredito que toda essa evolução do turismo, esse crescimento de Conservatória, querendo ou não, quem é impulsionou tudo isso com certeza foi o Vilarejo. Eu tenho grandes amigos que fiz dentro do Vilarejo. Alguns não estão mais em Conservatória. Eu acho que é difícil você encontrar um morador que não tem uma história ligada ao Vilarejo. O seu João foi uma pessoa visionária demais! Tudo que ele fazia dava certo, isso é uma coisa que me impressiona muito. Ele sabia que precisava que os funcionários comprassem as ideias dele para que a coisa desse certo. Seu João sempre apostou muito no grupo de funcionários.  Ele sempre foi daquele jeitão dele:

— Vou fazer até o fim!

Tinha que ser do jeito dele, mas por outro lado sempre ouvindo os funcionários, sempre com coração muito aberto para os funcionários dele. Ele sabia que ia dar certo e que dependia dos funcionários. Isso é uma característica muito forte do seu João!  Eu trabalhei lá, eu sempre vi brigando muito pelos funcionários. Isso é muito importante! Seu João e dona Lili sempre foram muito tranquilos. São patrões sensacionais de lidar. Sou muito grata a tudo isso que aconteceu, porque realmente vi que ali era o meu lugar.  Eu tenho certeza: eu e a minha equipe fizemos muito bem o nosso trabalho. Porque era muito na força da espontaneidade mesmo. A gente trabalhava super bem!

Eu me formei em 89. Encontrei com outra professora minha e ela disse que tinha um sobrinho, o Paulinho, que tinha um grupo de recreação e que o meu perfil se encaixava no que ele precisava para trabalhar com recreação. Nos conhecemos e fomos trabalhar em outro hotel: eu, Paulinho e o Carlão.  Lá conhecemos um grupo de hóspedes que tinha vindo a Conservatória e falou que tinha um hotel novo, maravilhoso, que tinha tudo, só não tinha uma equipe de recreação. Era o Hotel Vilarejo.  Procuramos o hotel para mostrar nosso trabalho. E depois de quinze dias eu vim parar no Vilarejo. Eu fui professora de natação, mas a recreação sempre foi uma área dentro da Educação Física. Eu nunca pensei em trabalhar como recreadora. E realmente, quando eu cheguei, eu me encontrei no hotel Vilarejo.

Para mim foi muito mágico! Eu estou em Conservatória há 33 anos. Eu vim para cá, depois voltei para o Rio uma época, mas tive que voltar. Essa é minha história com Conservatória. Hoje eu tenho certeza que eu tinha que vir. A história que Deus reservou para mim. Eu falo isso até muito emocionada (lágrimas): foram várias tentativas do destino de me trazer para cá, e de todas elas eu fugi. E foi através do Vilarejo o caminho que a espiritualidade achou de falar: “Agora você vai e você vai cumprir o seu destino”. Eu me emociono muito, porque uma das primeiras músicas que eu ouvi no Vilarejo com o Quinane foi Serra da Boa Esperança. Eu comecei a chorar não sabia por quê. Nunca tinha escutado essa música! Quando eu voltei para o Rio e comecei a contar para minha mãe, conversando, elogiando Conservatória, eu falei que tinha escutado essa música e que eu não sabia por que eu me emocionei!  E aí minha mãe se emocionou e começou a chorar também. Ela falou:

— Foi com essa música seu pai me conquistou! Seu pai cantava para você, para seus irmãos quando colocava vocês para dormir.

Eu não lembrava. Eu acho que estava na minha memória afetiva a música porque eu me emocionei muito. Foram várias emoções.  Hoje eu digo que Deus e Nossa Senhora usaram o Vilarejo para me trazer pra cá. Abriu meu destino, me apaixonei pela cidade, me apaixonei por uma pessoa da cidade e estamos juntos há mais de 20 anos entre idas e vindas. Esse foi o caminho, a nossa vida e dos nossos filhos.  Hoje eu tenho meus dois filhos, que não vieram da barriga, mas vieram do meu coração, tinham que ser nossos e são, essa história tinha que acontecer em Conservatória.

Eu acredito que toda essa evolução do turismo, esse crescimento de Conservatória, querendo ou não, quem é impulsionou tudo isso com certeza foi o Vilarejo. Eu tenho grandes amigos que fiz dentro do Vilarejo. Alguns não estão mais em Conservatória. Eu acho que é difícil você encontrar um morador que não tem uma história ligada ao Vilarejo. O seu João foi uma pessoa visionária demais! Tudo que ele fazia dava certo, isso é uma coisa que me impressiona muito. Ele sabia que precisava que os funcionários comprassem as ideias dele para que a coisa desse certo. Seu João sempre apostou muito no grupo de funcionários.  Ele sempre foi daquele jeitão dele:

— Vou fazer até o fim!

Tinha que ser do jeito dele, mas por outro lado sempre ouvindo os funcionários, sempre com coração muito aberto para os funcionários dele. Ele sabia que ia dar certo e que dependia dos funcionários. Isso é uma característica muito forte do seu João!  Eu trabalhei lá, eu sempre vi brigando muito pelos funcionários. Isso é muito importante! Seu João e dona Lili sempre foram muito tranquilos. São patrões sensacionais de lidar. Sou muito grata a tudo isso que aconteceu, porque realmente vi que ali era o meu lugar.  Eu tenho certeza: eu e a minha equipe fizemos muito bem o nosso trabalho. Porque era muito na força da espontaneidade mesmo. A gente trabalhava super bem!

Noemi de Oliveira Silva Pereira, 55 anos, ex-funcionária, uma das primeiras recreadoras do hotel.
Um grande legado
Um grande legado
Padre Damião da Cruz

Hoje, quando encerramos o mês de julho, neste 18° domingo do tempo comum, acolhemos nossa comunidade e a família de nosso irmão João Batista Marinho de Mello, bem como os colaboradores do Hotel Vilarejo, que vêm rezar no sétimo dia do seu falecimento.

A Palavra de Deus hoje nos traz a boa nova da mensagem de Jesus que nos diz que "mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens".

Jesus fala isso, acionado por alguém no meio da multidão que lhe pede para que diga ao seu irmão que reparta a herança com ele.

Jesus aproveita para nos ensinar que devemos superar todo tipo de ganância e conta a parábola do homem que teve uma grande colheita e resolveu construir celeiros maiores para estocar e guardar tudo que era seu. Mas fez isso pensando e olhando só para si mesmo. Na estória só aparecem o homem e seus bens. Deus só aparece para receber de volta a vida do homem, pois toda vida a Deus pertence. E o homem que só pensava em si e nos seus bens não poderá mais usufruir deles e nem levá-los consigo. Por isso Jesus o caracteriza como louco, insensato.

E termina Jesus com o coroamento da mensagem: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.

Hoje, quando rezava a partir das orações e da Palavra de Deus e pensava no sétimo dia do Sr. João do Vilarejo, entendi que Deus é muito providente pois o João soube com a sua vida e missão junto à família, ao seu empreendimento e no nosso Pedacinho do Céu ser diferente do homem dessa parábola. Além de o João ter família, vizinhos, amigos e colaboradores, o que o homem da parábola não tinha, o sr. João do Vilarejo com seu trabalho, com seus ideais, sonhos, conquistou muitos bens e possuía muitas coisas. Mas não pensava só em si. Podemos ter a certeza que o sr. Joao do Vilarejo chamado por Deus há sete dias não ouviu essa expressão de Jesus: "insensato". Mas ouviu dele “vem participar do banquete do céu no lugar preparado para os que souberam ser solidários e partilhar a sua vida”.

Em Conservatória, especialmente, ele se dedicou a ajudar as instituições e as famílias. Somos agradecidos pela ajuda a nossa Igreja. Foram muitos os gestos.

Mas gostaria de lembrar quando do início da criação da Acritur ele convidou os jovens para uma reunião no Hotel Vilarejo para animá-los a pensarem em projetos para Conservatória. Contando sua própria trajetória de esforço, de trabalho, mostrou para os jovens a importância de se dedicarem aos outros, de se ajudarem e assim construir um mundo melhor.

Com certeza Sr. João não pensava só em si, mas olhava por seus familiares, por seus colaboradores, por nossas instituições e nosso Pedacinho do Céu. Ele, com o seu empreendimento, levou o nome de Conservatória pra todos os cantos desse país.

Por isso entregamos sua vida a Deus nesta celebração e louvamos a Deus por seu legado de amor e solidariedade, de trabalho e dedicação deixados no meio de nós.

Hoje, quando encerramos o mês de julho, neste 18° domingo do tempo comum, acolhemos nossa comunidade e a família de nosso irmão João Batista Marinho de Mello, bem como os colaboradores do Hotel Vilarejo, que vêm rezar no sétimo dia do seu falecimento.

A Palavra de Deus hoje nos traz a boa nova da mensagem de Jesus que nos diz que "mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens".

Jesus fala isso, acionado por alguém no meio da multidão que lhe pede para que diga ao seu irmão que reparta a herança com ele.

Jesus aproveita para nos ensinar que devemos superar todo tipo de ganância e conta a parábola do homem que teve uma grande colheita e resolveu construir celeiros maiores para estocar e guardar tudo que era seu. Mas fez isso pensando e olhando só para si mesmo. Na estória só aparecem o homem e seus bens. Deus só aparece para receber de volta a vida do homem, pois toda vida a Deus pertence. E o homem que só pensava em si e nos seus bens não poderá mais usufruir deles e nem levá-los consigo. Por isso Jesus o caracteriza como louco, insensato.

E termina Jesus com o coroamento da mensagem: “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.

Hoje, quando rezava a partir das orações e da Palavra de Deus e pensava no sétimo dia do Sr. João do Vilarejo, entendi que Deus é muito providente pois o João soube com a sua vida e missão junto à família, ao seu empreendimento e no nosso Pedacinho do Céu ser diferente do homem dessa parábola. Além de o João ter família, vizinhos, amigos e colaboradores, o que o homem da parábola não tinha, o sr. João do Vilarejo com seu trabalho, com seus ideais, sonhos, conquistou muitos bens e possuía muitas coisas. Mas não pensava só em si. Podemos ter a certeza que o sr. Joao do Vilarejo chamado por Deus há sete dias não ouviu essa expressão de Jesus: "insensato". Mas ouviu dele “vem participar do banquete do céu no lugar preparado para os que souberam ser solidários e partilhar a sua vida”.

Em Conservatória, especialmente, ele se dedicou a ajudar as instituições e as famílias. Somos agradecidos pela ajuda a nossa Igreja. Foram muitos os gestos.

Mas gostaria de lembrar quando do início da criação da Acritur ele convidou os jovens para uma reunião no Hotel Vilarejo para animá-los a pensarem em projetos para Conservatória. Contando sua própria trajetória de esforço, de trabalho, mostrou para os jovens a importância de se dedicarem aos outros, de se ajudarem e assim construir um mundo melhor.

Com certeza Sr. João não pensava só em si, mas olhava por seus familiares, por seus colaboradores, por nossas instituições e nosso Pedacinho do Céu. Ele, com o seu empreendimento, levou o nome de Conservatória pra todos os cantos desse país.

Por isso entregamos sua vida a Deus nesta celebração e louvamos a Deus por seu legado de amor e solidariedade, de trabalho e dedicação deixados no meio de nós.

Padre Damião da Cruz
Só boas lembranças
Só boas lembranças
Maria Marques, 83 anos, trabalho mais de 25 anos no hotel.

Não tinha nada! Era só ali na entrada da recepção, ali em cima tinha os quartos... Devia ter uns 15 ou 20 quartos. A cozinha era lá em baixo também. Tinha mais uma cozinheira na época, tinha dona Mercedes. Tínhamos que rachar lenha, carregar para acender o fogo para fazer comida. A gente tinha que ajudar as lavadeiras. Eles comiam arroz com ovo. Monique, Frederico, a dona Lili e seu João não tinham luxo. Eram pobres mesmo! Dali foi subindo.

Eles moravam em Valença e vinham no fim de semana. A casa do seu Liberato lá nos fundos... Dona Lili entrava na dança, chegava e vinha ajudar. Ela passava roupa, lavava, arrumava cama, fazia de tudo.

O Vilarejo foi crescendo, e depois eu passei a ser uma cozinheira de verdade do hotel. Trabalhei 25 anos, saí quando aposentei. Tinha o Pretinho que era administrador, era gerente do hotel. Na época os funcionários eram o Paulinho, Gustavo, Roberto, Francisco, Joaquim, eu, a Maria do Tunico e dona Mercedes. Depois quando foi crescendo chamou a Catarina e a dona Odete. Depois que eu aposentei e vim embora, mas quando chegava junho, julho, eles me chamavam para fazer os doces das festas juninas. Fazia tudo: canjica, curau, cuscuz, quentão, broinha de milho, bolo de aipim, maria mole, pé-de-moleque e cocada. Graças a Deus tudo era muito bom!

Tenho boas lembranças daquela época.  A gente trabalhava muito, mas era todo mundo amigo, brincava muito. Não tinha inimizade com ninguém, graças a Deus! Isso que é importante, só lembranças boas. Não tem lembrança ruim de lá. Todas as lembranças são boas. Todas!

Não tinha nada! Era só ali na entrada da recepção, ali em cima tinha os quartos... Devia ter uns 15 ou 20 quartos. A cozinha era lá em baixo também. Tinha mais uma cozinheira na época, tinha dona Mercedes. Tínhamos que rachar lenha, carregar para acender o fogo para fazer comida. A gente tinha que ajudar as lavadeiras. Eles comiam arroz com ovo. Monique, Frederico, a dona Lili e seu João não tinham luxo. Eram pobres mesmo! Dali foi subindo.

Eles moravam em Valença e vinham no fim de semana. A casa do seu Liberato lá nos fundos... Dona Lili entrava na dança, chegava e vinha ajudar. Ela passava roupa, lavava, arrumava cama, fazia de tudo.

O Vilarejo foi crescendo, e depois eu passei a ser uma cozinheira de verdade do hotel. Trabalhei 25 anos, saí quando aposentei. Tinha o Pretinho que era administrador, era gerente do hotel. Na época os funcionários eram o Paulinho, Gustavo, Roberto, Francisco, Joaquim, eu, a Maria do Tunico e dona Mercedes. Depois quando foi crescendo chamou a Catarina e a dona Odete. Depois que eu aposentei e vim embora, mas quando chegava junho, julho, eles me chamavam para fazer os doces das festas juninas. Fazia tudo: canjica, curau, cuscuz, quentão, broinha de milho, bolo de aipim, maria mole, pé-de-moleque e cocada. Graças a Deus tudo era muito bom!

Tenho boas lembranças daquela época.  A gente trabalhava muito, mas era todo mundo amigo, brincava muito. Não tinha inimizade com ninguém, graças a Deus! Isso que é importante, só lembranças boas. Não tem lembrança ruim de lá. Todas as lembranças são boas. Todas!

Maria Marques, 83 anos, trabalho mais de 25 anos no hotel.
Que tempo bom!
Que tempo bom!
Maria de Lourdes da Silva Ribeiro, 80 anos, cozinheira

Eu trabalhei no Vilarejo. Na época era o Gustavo, Benedito, Zé Olímpio. Foi um tempo muito bom. Eu trabalhava na cozinha. Era naquela parte de baixo, logo no comecinho. Depois que aumentou e foi lá para cima. Minha parte era mais fazer assados, carnes, frango... Tinha mais movimento no fim de semana mesmo, que enchia o hotel. Trabalhava bastante. Durante a semana a gente adiantava as coisas para o fim de semana.

Dona Lili e seu João eram uma maravilha. Eu adorava!  Eu tenho paixão por eles e pelos filhos. Eu sempre falo de todos os trabalhos que eu tive. Se eu voltasse a ter a minha atividade, começasse agora, eu escolheria voltar lá. Na ocasião, eles moravam mais em Valença e vinham no fim de semana.

Sinto mais saudade dos companheiros. Nossa turma era muito animada. Animada para caramba! Na minha época era Gustavo, Francisco que é casado com a filha da Teinha. Tinha os outros de fora, que eu não lembro mais o nome. Daqui tinha a Maria do Bione, que trabalhou comigo, a Mercedes do Nicolau, depois entrou a Catarina, dona Geralda fazia umas coisas também. A gente pintava e bordava.

Os hóspedes que vinham eram muito bons. Chegavam, conversava muito com a gente. No tempo que trabalhei, teve a gravação da novela, Sassaricando. Tinha a Fernanda Montenegro. Ela trabalhou na novela. Ela ia muito lá. Conversava com a gente na cozinha. Ela era a mesma coisa pessoalmente. O que ela era na televisão também era com a gente. Boa para caramba. Foi um tempo muito bom.

Eu não tenho nada a reclamar. Eu saí porque tivemos um desentendimento. Depois eu voltei e trabalhei com a dona Lili na casa. Fui para tomar conta da dona Iracema. Eu tenho paixão por eles. Eles são muito bons. Foi a melhor época que eu tive na minha vida, quando eu trabalhei com eles. Foi quando eu conheci vários lugares. Eles levavam a gente para viajar, para passear, levava nas férias para a praia, perto de Cabo Frio. Sempre levavam a gente para passear. Muito bom! O que eu tenho a dizer, Dona Lili, seu João, Monique, Frederico, é que eu tenho só agradecimento pelo tempo que eu trabalhei. O tempo que eu tive no hotel deixou saudade das coisas boas que a gente passou juntos. A minha filha também trabalhou lá. Teve uma fase muito boa também. Eu só tenho a agradecer

Eu trabalhei no Vilarejo. Na época era o Gustavo, Benedito, Zé Olímpio. Foi um tempo muito bom. Eu trabalhava na cozinha. Era naquela parte de baixo, logo no comecinho. Depois que aumentou e foi lá para cima. Minha parte era mais fazer assados, carnes, frango... Tinha mais movimento no fim de semana mesmo, que enchia o hotel. Trabalhava bastante. Durante a semana a gente adiantava as coisas para o fim de semana.

Dona Lili e seu João eram uma maravilha. Eu adorava!  Eu tenho paixão por eles e pelos filhos. Eu sempre falo de todos os trabalhos que eu tive. Se eu voltasse a ter a minha atividade, começasse agora, eu escolheria voltar lá. Na ocasião, eles moravam mais em Valença e vinham no fim de semana.

Sinto mais saudade dos companheiros. Nossa turma era muito animada. Animada para caramba! Na minha época era Gustavo, Francisco que é casado com a filha da Teinha. Tinha os outros de fora, que eu não lembro mais o nome. Daqui tinha a Maria do Bione, que trabalhou comigo, a Mercedes do Nicolau, depois entrou a Catarina, dona Geralda fazia umas coisas também. A gente pintava e bordava.

Os hóspedes que vinham eram muito bons. Chegavam, conversava muito com a gente. No tempo que trabalhei, teve a gravação da novela, Sassaricando. Tinha a Fernanda Montenegro. Ela trabalhou na novela. Ela ia muito lá. Conversava com a gente na cozinha. Ela era a mesma coisa pessoalmente. O que ela era na televisão também era com a gente. Boa para caramba. Foi um tempo muito bom.

Eu não tenho nada a reclamar. Eu saí porque tivemos um desentendimento. Depois eu voltei e trabalhei com a dona Lili na casa. Fui para tomar conta da dona Iracema. Eu tenho paixão por eles. Eles são muito bons. Foi a melhor época que eu tive na minha vida, quando eu trabalhei com eles. Foi quando eu conheci vários lugares. Eles levavam a gente para viajar, para passear, levava nas férias para a praia, perto de Cabo Frio. Sempre levavam a gente para passear. Muito bom! O que eu tenho a dizer, Dona Lili, seu João, Monique, Frederico, é que eu tenho só agradecimento pelo tempo que eu trabalhei. O tempo que eu tive no hotel deixou saudade das coisas boas que a gente passou juntos. A minha filha também trabalhou lá. Teve uma fase muito boa também. Eu só tenho a agradecer

Maria de Lourdes da Silva Ribeiro, 80 anos, cozinheira
O lado profissional e o afetivo
O lado profissional e o afetivo
Márcio Felipe de Souza Marins, 39 anos, gestor do setor de vendas há dois anos e meio.

Eu trabalho no Vilarejo há dois anos e meio. Minha função é gerenciar a equipe de reservas de vendas, que é responsável por trazer mais clientes para o hotel. Cheguei aqui no hotel em setembro de 2019. Quando foi em 2020 começou a pandemia. Tivemos que fechar o hotel. Só reabrimos no segundo semestre de julho. Quando reabrimos o hotel foi um período bem complicado para a gente, de muitas mudanças. Outro desafio foi a retomada das vendas. Reabrimos no mês de julho e não sabíamos como é que seria dali para frente. Quais medidas precisaríamos tomar para preservar não só os hóspedes, mas também os colaboradores? Mas vencemos e, com a nossa retomada, teve uma possibilidade de passamos a abrir também durante a semana, e está até hoje.

Numa empresa do porte do Vilarejo, você tem essa liberdade de conversar com os proprietários. Quando vejo a dona Lili ali com a mangueirinha na mão, molhando o jardim, meus olhos brilham. É um diferencial muito grande! Isso também torna a nossa função mais difícil.  Quando você tem aquele relacionamento mais frio, é mais fácil de você lidar com as pessoas. Você sempre tem um lado do coração, mas também é uma empresa: precisa dar lucro, precisa entregar resultado. Aqui sempre tem a razão e o coração, esse olhar humano. Esse é o grande diferencial do Vilarejo. Na cultura do Vilarejo, o lado profissional tem que ter sim. A cada dia que passa tem que se profissionalizar ainda mais, mas o lado afetivo, o lado humano, a gente não deve perder nunca.

A gente encontrou o caminho. É só aprimorar. O all inclusive tem um pouquinho mais de 10 anos. Antigamente era só a pensão completa. A grande maioria dos hotéis-fazendas que você encontra por aí historicamente é com pensão completa.  Esse é outro diferencial nosso. No Vilarejo você chega e encontra um cenário completamente diferente. Já rodei vários na minha função de ir conhecer os hotéis, fazer visita técnica. Esse encantamento eu nunca vi em nenhum hotel. Esse calor humano, essa coisa de pegar o cliente no colo e abraçar, eu nunca vi nenhum hotel. Não importa se é de 3, 4 ou 5 estrelas. Atendimento, o calor humano ou acolhimento para mim não tem lugar nenhum parecido. Esse é para mim é o grande diferencial. Entre a razão e o coração, a gente sempre coloca o coração à frente de tudo. Essa coisa encantadora de chegar à fazendinha. Você fica maluco. Aquele cenário: você olha aquele lago, o sol, o céu azul, é uma paz. A parte mais nobre do hotel é a fazendinha, é um cenário espetacular. A pessoa chega e tem uma visão deslumbrante mesmo. Aqui você está no paraíso e soma isso com a excelência no atendimento. É o que o cliente precisa. Não tem como não se apaixonar.

O Vilarejo não representa somente o meu ganha pão. Realmente é um lugar que eu aprendi a amar, é um lugar muito diferenciado. Quero agradecer ao seu João e à dona Lili por terem construído esse paraíso. Aos filhos que estão dando continuidade. Para mim vai além de relação como funcionário do hotel. É aquele lugar que a gente fala com brilho nos olhos, meu cantinho, a extensão da minha casa, literalmente.

Eu trabalho no Vilarejo há dois anos e meio. Minha função é gerenciar a equipe de reservas de vendas, que é responsável por trazer mais clientes para o hotel. Cheguei aqui no hotel em setembro de 2019. Quando foi em 2020 começou a pandemia. Tivemos que fechar o hotel. Só reabrimos no segundo semestre de julho. Quando reabrimos o hotel foi um período bem complicado para a gente, de muitas mudanças. Outro desafio foi a retomada das vendas. Reabrimos no mês de julho e não sabíamos como é que seria dali para frente. Quais medidas precisaríamos tomar para preservar não só os hóspedes, mas também os colaboradores? Mas vencemos e, com a nossa retomada, teve uma possibilidade de passamos a abrir também durante a semana, e está até hoje.

Numa empresa do porte do Vilarejo, você tem essa liberdade de conversar com os proprietários. Quando vejo a dona Lili ali com a mangueirinha na mão, molhando o jardim, meus olhos brilham. É um diferencial muito grande! Isso também torna a nossa função mais difícil.  Quando você tem aquele relacionamento mais frio, é mais fácil de você lidar com as pessoas. Você sempre tem um lado do coração, mas também é uma empresa: precisa dar lucro, precisa entregar resultado. Aqui sempre tem a razão e o coração, esse olhar humano. Esse é o grande diferencial do Vilarejo. Na cultura do Vilarejo, o lado profissional tem que ter sim. A cada dia que passa tem que se profissionalizar ainda mais, mas o lado afetivo, o lado humano, a gente não deve perder nunca.

A gente encontrou o caminho. É só aprimorar. O all inclusive tem um pouquinho mais de 10 anos. Antigamente era só a pensão completa. A grande maioria dos hotéis-fazendas que você encontra por aí historicamente é com pensão completa.  Esse é outro diferencial nosso. No Vilarejo você chega e encontra um cenário completamente diferente. Já rodei vários na minha função de ir conhecer os hotéis, fazer visita técnica. Esse encantamento eu nunca vi em nenhum hotel. Esse calor humano, essa coisa de pegar o cliente no colo e abraçar, eu nunca vi nenhum hotel. Não importa se é de 3, 4 ou 5 estrelas. Atendimento, o calor humano ou acolhimento para mim não tem lugar nenhum parecido. Esse é para mim é o grande diferencial. Entre a razão e o coração, a gente sempre coloca o coração à frente de tudo. Essa coisa encantadora de chegar à fazendinha. Você fica maluco. Aquele cenário: você olha aquele lago, o sol, o céu azul, é uma paz. A parte mais nobre do hotel é a fazendinha, é um cenário espetacular. A pessoa chega e tem uma visão deslumbrante mesmo. Aqui você está no paraíso e soma isso com a excelência no atendimento. É o que o cliente precisa. Não tem como não se apaixonar.

O Vilarejo não representa somente o meu ganha pão. Realmente é um lugar que eu aprendi a amar, é um lugar muito diferenciado. Quero agradecer ao seu João e à dona Lili por terem construído esse paraíso. Aos filhos que estão dando continuidade. Para mim vai além de relação como funcionário do hotel. É aquele lugar que a gente fala com brilho nos olhos, meu cantinho, a extensão da minha casa, literalmente.

Márcio Felipe de Souza Marins, 39 anos, gestor do setor de vendas há dois anos e meio.
Empresário fora da curva
Empresário fora da curva
Luiz Fabio Rios Pinto, 59 anos.

O Vilarejo foi minha escola. Comecei a trabalhar em 1985 com João. Ele me chamou para conversar e fez uma proposta que eu achei interessante e desafiante ao mesmo tempo. Ele queria tornar o hotel autossuficiente dentro da agropecuária, fazer uma horta, criar gado, peixe e suíno Eu me empolguei muito com aquilo. Mexeu comigo. Era um lugar onde eu poderia aprender muito. Formado no colégio agrícola, não tinha muita experiência, apesar de ter nascido e ser criado na roça. Eu só tinha parte teórica. Então, isso me chamou muita atenção. O João é um cara empreendedor demais, com a visão muito além da época dele e com muita vontade de investir. Quando eu cheguei para trabalhar, o hotel tinha quatro ou cinco vaquinhas, dando 20 quilos de leite aproximadamente. Era muito pouco. O curral era lá em cima dentro do hotel. O João tinha comprado uma área onde é hoje a parte do lago, pesque-pague, nessa área não tinha nada disso. Era só morro, não tinha nada. E aí ele começou a se empolgar. Essas vacas davam pouquinho leite, 20 litros. E aí começamos a trabalhar: passou para 50, 60 litros. Começamos a melhorar, dar condições de produzir e ele começou a gostar daquilo, foi comprando em leilões, comprando gado, foi aprimorando a parte de bovinos. Chegamos a produzir 1100 litros de leite por dia uma área de aproximadamente quatro alqueires de terra.

Uma coisa foi desencadeando a outra: primeiro o gado; depois criar suíno. Primeiro, tinha uma pocilga indo para Barra do Piraí. Ele já tinha 12 matrizes, onde é hoje condomínio Vilarejo. A cidade estava crescendo. Ele, com uma visão empreendedora, resolveu tirar dali e levou o sítio no caminho para o Turvo, 7 km de Conservatória. No sitio do Ingá, ele fez uma pocilga enorme e resolveu fazer uma criação em larga escala. Por ser maior, fizemos um negócio consorciado com peixe. Foi feita a suinocultura, com 60 matrizes. Tinha mais ou menos 600 porcos.  Os dejetos dos porcos caíam no tanque, porque o porco não aproveita 100% do que come. Aquele dejeto do porco servia para alimentar o peixe e mais o capim tratava do gado confinado. Fez um confinamento também, o boi chegava a ganhar um quilo de carne por dia. Isso em 1990 mais ou menos. Isso para aquela época era uma coisa muito fora da realidade. Então aquilo foi dando muito certo.

Depois veio a caprinocultura, porque o leite de cabra era diferenciado, usado para crianças alérgicas. Tinha muita utilidade. Tem menos lactose. E aí vamos partir para outra parte, fazer uma horta, verdura e legumes frescos.  Ele já tinha ideia naquela época dos produtos orgânicos, usar menos defensivos, para hóspede ter uma coisa mais natural. Fez uma horta onde é hoje Condomínio Nova Conservatória. O Gaúcho, hoje já é falecido, fez a horta ali. Ele entendia e gostava muito de plantar. Depois da horta pronta, agora tinha o custo ração, que estava ficando muito alto. Buscamos diminuir o custo. Aí abriu uma fábrica de ração. Comprávamos milho do Paraná, que era mais barato do que aqui na região. Aí seu João falou assim:

— Agora nós temos que mudar. Vamos fazer um laticínio.

Assim as coisas foram acontecendo, só que isso numa velocidade muito rápida. Coisas grandes não se montam de um dia para o outro. Isso deve ter levado uns 10, 15 anos. Estava com tudo isso pronto. O Vilarejo é uma empresa, não saiu do nada, é fruto de muito trabalho!  João é um cara trabalhador. Igual a ele é difícil. Eu preciso falar que ele é um cara que enxerga atrás da curva. Uma coisa que ninguém está vendo ele conseguia ver.

O Vilarejo foi minha escola. Comecei a trabalhar em 1985 com João. Ele me chamou para conversar e fez uma proposta que eu achei interessante e desafiante ao mesmo tempo. Ele queria tornar o hotel autossuficiente dentro da agropecuária, fazer uma horta, criar gado, peixe e suíno Eu me empolguei muito com aquilo. Mexeu comigo. Era um lugar onde eu poderia aprender muito. Formado no colégio agrícola, não tinha muita experiência, apesar de ter nascido e ser criado na roça. Eu só tinha parte teórica. Então, isso me chamou muita atenção. O João é um cara empreendedor demais, com a visão muito além da época dele e com muita vontade de investir. Quando eu cheguei para trabalhar, o hotel tinha quatro ou cinco vaquinhas, dando 20 quilos de leite aproximadamente. Era muito pouco. O curral era lá em cima dentro do hotel. O João tinha comprado uma área onde é hoje a parte do lago, pesque-pague, nessa área não tinha nada disso. Era só morro, não tinha nada. E aí ele começou a se empolgar. Essas vacas davam pouquinho leite, 20 litros. E aí começamos a trabalhar: passou para 50, 60 litros. Começamos a melhorar, dar condições de produzir e ele começou a gostar daquilo, foi comprando em leilões, comprando gado, foi aprimorando a parte de bovinos. Chegamos a produzir 1100 litros de leite por dia uma área de aproximadamente quatro alqueires de terra.

Uma coisa foi desencadeando a outra: primeiro o gado; depois criar suíno. Primeiro, tinha uma pocilga indo para Barra do Piraí. Ele já tinha 12 matrizes, onde é hoje condomínio Vilarejo. A cidade estava crescendo. Ele, com uma visão empreendedora, resolveu tirar dali e levou o sítio no caminho para o Turvo, 7 km de Conservatória. No sitio do Ingá, ele fez uma pocilga enorme e resolveu fazer uma criação em larga escala. Por ser maior, fizemos um negócio consorciado com peixe. Foi feita a suinocultura, com 60 matrizes. Tinha mais ou menos 600 porcos.  Os dejetos dos porcos caíam no tanque, porque o porco não aproveita 100% do que come. Aquele dejeto do porco servia para alimentar o peixe e mais o capim tratava do gado confinado. Fez um confinamento também, o boi chegava a ganhar um quilo de carne por dia. Isso em 1990 mais ou menos. Isso para aquela época era uma coisa muito fora da realidade. Então aquilo foi dando muito certo.

Depois veio a caprinocultura, porque o leite de cabra era diferenciado, usado para crianças alérgicas. Tinha muita utilidade. Tem menos lactose. E aí vamos partir para outra parte, fazer uma horta, verdura e legumes frescos.  Ele já tinha ideia naquela época dos produtos orgânicos, usar menos defensivos, para hóspede ter uma coisa mais natural. Fez uma horta onde é hoje Condomínio Nova Conservatória. O Gaúcho, hoje já é falecido, fez a horta ali. Ele entendia e gostava muito de plantar. Depois da horta pronta, agora tinha o custo ração, que estava ficando muito alto. Buscamos diminuir o custo. Aí abriu uma fábrica de ração. Comprávamos milho do Paraná, que era mais barato do que aqui na região. Aí seu João falou assim:

— Agora nós temos que mudar. Vamos fazer um laticínio.

Assim as coisas foram acontecendo, só que isso numa velocidade muito rápida. Coisas grandes não se montam de um dia para o outro. Isso deve ter levado uns 10, 15 anos. Estava com tudo isso pronto. O Vilarejo é uma empresa, não saiu do nada, é fruto de muito trabalho!  João é um cara trabalhador. Igual a ele é difícil. Eu preciso falar que ele é um cara que enxerga atrás da curva. Uma coisa que ninguém está vendo ele conseguia ver.

Luiz Fabio Rios Pinto, 59 anos.
Generosidade e reconhecimento
Generosidade e reconhecimento
Carlos Alves da Conceição, 56 anos, eletricista do hotel.

Eu já trabalhava no Acalanto e, em 1992, fui convidado pelo seu João para vir para o Vilarejo. Eu estava concluindo o curso do SENAI de eletricidade industrial. Ele me fez o convite para assumir a elétrica das duas empresas. Eu vi essa mudança aqui de perto.  Era um hotel bem pequenininho! Eu lidei uns 27 anos direto com seu João.  Eu nunca tive problema com ele. Era uma pessoa séria, mas de bom coração e muito generoso. A gente mesmo sabia que a empresa não tinha muito capital.  Seu João sempre estava falando:

— Vamos economizar, gente!

O hotel cresceu muito. A gente faz tudo que precisa na parte de elétrica e eletroeletrônica. Hoje temos mais de 20 homens trabalhando só na manutenção do hotel. Gera muitos empregos. Acho que é uma das maiores fontes de emprego em Conservatória, e ainda vêm pessoas de fora para trabalhar aqui.

Na época da estrada de chão muitas vezes peguei kombi do hotel para pegar o hóspede na estrada. O ônibus agarrava, e o pessoal não conseguia chegar. Tinham que ir lá busca-las. Davam várias viagens de kombi. Às vezes, botavam o trator para puxar o ônibus. A dificuldade para chegar aqui era muito grande. Não tinha como. Se não fosse o asfalto... O seu João lutou muito. Eu vivi tudo isso.

Eu me lembro de quando cheguei aqui e comecei a fazer a manutenção. E aí construiu o Centro de Convenções, e eu perguntei para seu João sobre quem iria fazer a elétrica. Ele respondeu:

— É você. Tem outro eletricista aí?

Ele sempre dava valor ao trabalho da gente, sempre foi generoso.  Ele reconhecia o trabalho da gente, às vezes a gente não sabia fazer, mas ele ajudava, incentivava para a gente aprender. Teve uma vez que eu nunca tinha ligado no motor trifásico. Chegou um engenho ou uma máquina, e eu nunca tinha ligado desse tipo. Eu fiquei com medo de ligar, e falei com ele:

—  Esse motor trifásico é uma fortuna. E se queimar?

Ele disse:

— Se queimar, a gente vai ver depois. Vamos botar isso para funcionar. Depois a gente conserta.

Eu fui procurar saber como é que fazia, mas ele no fundo sabia que eu ia conseguir.  Ele confiava muito no trabalho da gente. Eu tinha muita teoria, mas a prática eu fui adquirindo aqui. Hoje já tem alguns alunos meus formados no hotel.  Tem Cesinha, que quando veio trabalhar comigo era um menino, tinha 17 anos e um medo de eletricidade. Hoje ele já está mexendo melhor do que eu.  Quando sair minha aposentadoria, eu vou parar. É hora de dar um lugar para outro que precisa.

Seu João sempre deu oportunidade para as pessoas aprenderem. Quando foi comprar o hotel em Rio das Ostras, me chamou para ver. Fomos eu e o Raphael Barra.  Comprou um hotel em ruínas, mas eu sabia que ele iria transformar aquilo lá. Quando ele falava que ia fazer alguma coisa, fazia e pronto.  Aqui era tudo bem rústico. Agora já está ficando mais moderno. A Monique é o progresso. Ela chegou aqui e fez uma revolução. Obra na piscina, mudança nos apartamentos, no jardim, no pesqueiro. Deles só tenho boas lembranças, nunca brigaram comigo. Seu João viajava para os Estados Unidos e sempre trazia presentes pra gente. Nunca os vi tratando empregado como empregado. Melhor patrão que eu tive. Em quase 30 anos, o pagamento do hotel nunca atrasou um dia. É difícil uma empresa assim. Só tenho que agradecer. Isso é fundamental. Tenho um sentimento de missão cumprida. Só diria para eles que estamos aí, juntos, firmes e fortes, até o fim das nossas vidas.

Eu já trabalhava no Acalanto e, em 1992, fui convidado pelo seu João para vir para o Vilarejo. Eu estava concluindo o curso do SENAI de eletricidade industrial. Ele me fez o convite para assumir a elétrica das duas empresas. Eu vi essa mudança aqui de perto.  Era um hotel bem pequenininho! Eu lidei uns 27 anos direto com seu João.  Eu nunca tive problema com ele. Era uma pessoa séria, mas de bom coração e muito generoso. A gente mesmo sabia que a empresa não tinha muito capital.  Seu João sempre estava falando:

— Vamos economizar, gente!

O hotel cresceu muito. A gente faz tudo que precisa na parte de elétrica e eletroeletrônica. Hoje temos mais de 20 homens trabalhando só na manutenção do hotel. Gera muitos empregos. Acho que é uma das maiores fontes de emprego em Conservatória, e ainda vêm pessoas de fora para trabalhar aqui.

Na época da estrada de chão muitas vezes peguei kombi do hotel para pegar o hóspede na estrada. O ônibus agarrava, e o pessoal não conseguia chegar. Tinham que ir lá busca-las. Davam várias viagens de kombi. Às vezes, botavam o trator para puxar o ônibus. A dificuldade para chegar aqui era muito grande. Não tinha como. Se não fosse o asfalto... O seu João lutou muito. Eu vivi tudo isso.

Eu me lembro de quando cheguei aqui e comecei a fazer a manutenção. E aí construiu o Centro de Convenções, e eu perguntei para seu João sobre quem iria fazer a elétrica. Ele respondeu:

— É você. Tem outro eletricista aí?

Ele sempre dava valor ao trabalho da gente, sempre foi generoso.  Ele reconhecia o trabalho da gente, às vezes a gente não sabia fazer, mas ele ajudava, incentivava para a gente aprender. Teve uma vez que eu nunca tinha ligado no motor trifásico. Chegou um engenho ou uma máquina, e eu nunca tinha ligado desse tipo. Eu fiquei com medo de ligar, e falei com ele:

—  Esse motor trifásico é uma fortuna. E se queimar?

Ele disse:

— Se queimar, a gente vai ver depois. Vamos botar isso para funcionar. Depois a gente conserta.

Eu fui procurar saber como é que fazia, mas ele no fundo sabia que eu ia conseguir.  Ele confiava muito no trabalho da gente. Eu tinha muita teoria, mas a prática eu fui adquirindo aqui. Hoje já tem alguns alunos meus formados no hotel.  Tem Cesinha, que quando veio trabalhar comigo era um menino, tinha 17 anos e um medo de eletricidade. Hoje ele já está mexendo melhor do que eu.  Quando sair minha aposentadoria, eu vou parar. É hora de dar um lugar para outro que precisa.

Seu João sempre deu oportunidade para as pessoas aprenderem. Quando foi comprar o hotel em Rio das Ostras, me chamou para ver. Fomos eu e o Raphael Barra.  Comprou um hotel em ruínas, mas eu sabia que ele iria transformar aquilo lá. Quando ele falava que ia fazer alguma coisa, fazia e pronto.  Aqui era tudo bem rústico. Agora já está ficando mais moderno. A Monique é o progresso. Ela chegou aqui e fez uma revolução. Obra na piscina, mudança nos apartamentos, no jardim, no pesqueiro. Deles só tenho boas lembranças, nunca brigaram comigo. Seu João viajava para os Estados Unidos e sempre trazia presentes pra gente. Nunca os vi tratando empregado como empregado. Melhor patrão que eu tive. Em quase 30 anos, o pagamento do hotel nunca atrasou um dia. É difícil uma empresa assim. Só tenho que agradecer. Isso é fundamental. Tenho um sentimento de missão cumprida. Só diria para eles que estamos aí, juntos, firmes e fortes, até o fim das nossas vidas.

Carlos Alves da Conceição, 56 anos, eletricista do hotel.
Há 16 anos cuidando do jardim
Há 16 anos cuidando do jardim
José Maria Batista Gonçalves, 65 anos, 32 anos de trabalho.

Eu vim de Minas. Eu não consegui estudar, não tenho estudo. Eu estudei até segunda série, e o resto foi só trabalhar. Com sete anos, capinava roça, plantava milho e feijão. Só sei fazer meu nome e muito mal, porque naquela época não tinha como ninguém estudar. Eu vim pra cá trabalhar no Hotel em Conservatória. Aqui era bem parado. Não tinha nada. A única coisa que tinha era seresta.

Comecei trabalhando nas obras. Naquela época tinha poucas coisas aqui. Seu Benedito foi uma pessoa que sempre me ajudou. As coisas que eu não sabia fazer ele me ensinava. Aprendi muita coisa com ele. Foi ele que me ensinou a assentar tijolo, que me deu uma orientação. Uma ótima pessoa, assim como seu João.

Eu ajudei a construir muita coisa aqui. Trabalhava com Jorge Tinoco. Aqui que fiz a minha casa, com o dinheiro que eu ganhei aqui. Eu trabalhei na Construtora Vilarejo, trabalhava mais de fora do hotel e fiz bastante coisa. Seis ou sete condomínios. Aqui é muito bom para trabalhar.

Agora eu trabalho cuidando do jardim. A Dona Lili cuida das plantinhas. Ela é muito cuidadosa. Antigamente era o Penoel que cuidava do jardim. Ele era surdo e mudo, mas contava tudo pra ela. Só ele podia mexer com a água. Às vezes a gente ia pegar água para a obra. Ele ficava bravo. Não deixava mexer.  Corria e mostrava para ela que a gente tinha pegado as coisas. Ele não falava, mas fazia sinal e ela entendia tudo que ele mostrava.  Às vezes ele abria água e o Gustavo fechava. Ele contava pra dona Lili e ela brigava. No jardim só ele mandava.

Graças a Deus tenho minha casa própria. Fiz uma casa para minha filha e tem um espaço para fazer mais umas três casas. A vida a gente vai tocando. O resto tudo dá certo.

Eu gosto da festa de fim de ano. São muito boas as festas de fim de ano para funcionários. Eu acho muito legal, muita fartura, tem prêmios, sorteios, quando vê o tempo já passou.

Já trabalhei muito e hoje eu trabalho na parte cuidando do jardim. Estou há uns 16 anos no jardim.  Já está na hora de aposentar e dar o lugar para outro.

Eu vim de Minas. Eu não consegui estudar, não tenho estudo. Eu estudei até segunda série, e o resto foi só trabalhar. Com sete anos, capinava roça, plantava milho e feijão. Só sei fazer meu nome e muito mal, porque naquela época não tinha como ninguém estudar. Eu vim pra cá trabalhar no Hotel em Conservatória. Aqui era bem parado. Não tinha nada. A única coisa que tinha era seresta.

Comecei trabalhando nas obras. Naquela época tinha poucas coisas aqui. Seu Benedito foi uma pessoa que sempre me ajudou. As coisas que eu não sabia fazer ele me ensinava. Aprendi muita coisa com ele. Foi ele que me ensinou a assentar tijolo, que me deu uma orientação. Uma ótima pessoa, assim como seu João.

Eu ajudei a construir muita coisa aqui. Trabalhava com Jorge Tinoco. Aqui que fiz a minha casa, com o dinheiro que eu ganhei aqui. Eu trabalhei na Construtora Vilarejo, trabalhava mais de fora do hotel e fiz bastante coisa. Seis ou sete condomínios. Aqui é muito bom para trabalhar.

Agora eu trabalho cuidando do jardim. A Dona Lili cuida das plantinhas. Ela é muito cuidadosa. Antigamente era o Penoel que cuidava do jardim. Ele era surdo e mudo, mas contava tudo pra ela. Só ele podia mexer com a água. Às vezes a gente ia pegar água para a obra. Ele ficava bravo. Não deixava mexer.  Corria e mostrava para ela que a gente tinha pegado as coisas. Ele não falava, mas fazia sinal e ela entendia tudo que ele mostrava.  Às vezes ele abria água e o Gustavo fechava. Ele contava pra dona Lili e ela brigava. No jardim só ele mandava.

Graças a Deus tenho minha casa própria. Fiz uma casa para minha filha e tem um espaço para fazer mais umas três casas. A vida a gente vai tocando. O resto tudo dá certo.

Eu gosto da festa de fim de ano. São muito boas as festas de fim de ano para funcionários. Eu acho muito legal, muita fartura, tem prêmios, sorteios, quando vê o tempo já passou.

Já trabalhei muito e hoje eu trabalho na parte cuidando do jardim. Estou há uns 16 anos no jardim.  Já está na hora de aposentar e dar o lugar para outro.

José Maria Batista Gonçalves, 65 anos, 32 anos de trabalho.
Histórias inesquecíveis em 36 anos de experiências no hotel
Histórias inesquecíveis em 36 anos de experiências no hotel
Lúcia Regina Elias do Espírito Santo e Orlando do Espírito Santo Filho.

Nós viemos por indicação do meu primo, e foi amor à primeira vista. As pessoas que frequentavam sempre vinham no carnaval e na festa de Santo Antônio, que eram o ponto forte. A comida era no fogão a lenha, variada. Que comida maravilhosa! Depois, tivemos os nossos filhos. A famosa Catarina, que hoje já está aposentada. Ela fez muita sopinha, muita mamadeira para os nossos filhos. Eu trabalhava na área financeira. Podia vir o mais estressado que você possa imaginar e, quando eu ia me aproximando, sentia essa transformação. Minha alma ia se transformando. O hotel tem a capacidade de concentrar toda essa energia.  Através da música, da poesia, consegue trazer tudo isso aqui para dentro. Nós não somos tratados com clientes, nós somos tratados como amigos.  Os colaboradores chamam a gente pelo nome, isso é uma coisa fantástica, maior respeito! Você se sente em casa! Cativa todo mundo!

O carnaval era imperdível. A gente saía no Bloco Unidos do Benfica todo ano com a camisa do Vilarejo. Até que surgiu a ideia do nosso bloco. O Gerson fez uma letra, chegou ao restaurante e falou:

— A letra está pronta. Quem é que quer fazer a música para a gente fazer o bloco?

No carnaval, o bloco virou uma disputa. Eram altas produções, com ensaio, e tudo foi muito bom. Depois surgiu a brincadeira de fazer concurso de fantasia das piranhas, e a disputa do prêmio foi ficando acirrada. Mas quem conquistava o segundo ou terceiro lugar ficava tão feliz como o primeiro colocado. Porque a gente fazia não era para ganhar; a gente fazia aquilo para se divertir.

Hoje meu filho está casado há um ano e meio e estava aí com a esposa. Para mim, já não é mais um hotel. Conforme eu falo, com respeito, é o quintal da minha casa! Falei para minha nora que eu quero ver se eu consigo jogar uma peladinha com meu neto ou neta.  Não tem problema: já joguei com meu filho, com o sobrinho, agora está faltando neto.

Lembro que João ficava contando causos. Dá uma saudade! A gente ria de fazer a barriga doer, chorava de tanto rir. Ele contava a experiência de vida dele, a gente aprendia lições de vida sorrindo! Isso foi bem marcante. Quem entrava aqui não sabia que era dono. Ficava de camiseta, bermuda e chinelo igual a gente.

A gente não consegue pensar em coisa ruim aqui!  Trabalhei como executivo financeiro por quase três décadas. João foi o empresário mais visionário, mais honesto que eu conheci na minha vida. Um contraponto dele é a doçura da Lili. Ele é um negociador; a Lili é o suporte, o amor, a dama das flores. Um casal lindo, maravilhoso. Eles foram fundamentais para o crescimento de Conservatória.

João, meu grande professor, você sabe quanta admiração eu tenho por você e pela sua esposa Lili, minha dama das flores. Passando por aqui já contei algumas histórias desses 36 anos, frequentando a extensão da minha casa, quintal da minha casa. Esse hotel maravilhoso, dentro dessa cidade maravilhosa. Eu queria desejar a vocês, aos seus filhos e aos seus netos que não deixem morrer a magia desse hotel. Que esse hotel continue tendo esse papel importante. E depois os nossos filhos, os netos que vão chegar e as futuras gerações possam continuar, com o mesmo amor, com o mesmo carinho. Agradeço você por ter criado esse hotel, por ter se tornado nosso amigo. Somos moradores de passagem, como foi no primeiro samba que fala do bloco do Vilarejo. Que Deus abençoe vocês e toda sua família.

Nós viemos por indicação do meu primo, e foi amor à primeira vista. As pessoas que frequentavam sempre vinham no carnaval e na festa de Santo Antônio, que eram o ponto forte. A comida era no fogão a lenha, variada. Que comida maravilhosa! Depois, tivemos os nossos filhos. A famosa Catarina, que hoje já está aposentada. Ela fez muita sopinha, muita mamadeira para os nossos filhos. Eu trabalhava na área financeira. Podia vir o mais estressado que você possa imaginar e, quando eu ia me aproximando, sentia essa transformação. Minha alma ia se transformando. O hotel tem a capacidade de concentrar toda essa energia.  Através da música, da poesia, consegue trazer tudo isso aqui para dentro. Nós não somos tratados com clientes, nós somos tratados como amigos.  Os colaboradores chamam a gente pelo nome, isso é uma coisa fantástica, maior respeito! Você se sente em casa! Cativa todo mundo!

O carnaval era imperdível. A gente saía no Bloco Unidos do Benfica todo ano com a camisa do Vilarejo. Até que surgiu a ideia do nosso bloco. O Gerson fez uma letra, chegou ao restaurante e falou:

— A letra está pronta. Quem é que quer fazer a música para a gente fazer o bloco?

No carnaval, o bloco virou uma disputa. Eram altas produções, com ensaio, e tudo foi muito bom. Depois surgiu a brincadeira de fazer concurso de fantasia das piranhas, e a disputa do prêmio foi ficando acirrada. Mas quem conquistava o segundo ou terceiro lugar ficava tão feliz como o primeiro colocado. Porque a gente fazia não era para ganhar; a gente fazia aquilo para se divertir.

Hoje meu filho está casado há um ano e meio e estava aí com a esposa. Para mim, já não é mais um hotel. Conforme eu falo, com respeito, é o quintal da minha casa! Falei para minha nora que eu quero ver se eu consigo jogar uma peladinha com meu neto ou neta.  Não tem problema: já joguei com meu filho, com o sobrinho, agora está faltando neto.

Lembro que João ficava contando causos. Dá uma saudade! A gente ria de fazer a barriga doer, chorava de tanto rir. Ele contava a experiência de vida dele, a gente aprendia lições de vida sorrindo! Isso foi bem marcante. Quem entrava aqui não sabia que era dono. Ficava de camiseta, bermuda e chinelo igual a gente.

A gente não consegue pensar em coisa ruim aqui!  Trabalhei como executivo financeiro por quase três décadas. João foi o empresário mais visionário, mais honesto que eu conheci na minha vida. Um contraponto dele é a doçura da Lili. Ele é um negociador; a Lili é o suporte, o amor, a dama das flores. Um casal lindo, maravilhoso. Eles foram fundamentais para o crescimento de Conservatória.

João, meu grande professor, você sabe quanta admiração eu tenho por você e pela sua esposa Lili, minha dama das flores. Passando por aqui já contei algumas histórias desses 36 anos, frequentando a extensão da minha casa, quintal da minha casa. Esse hotel maravilhoso, dentro dessa cidade maravilhosa. Eu queria desejar a vocês, aos seus filhos e aos seus netos que não deixem morrer a magia desse hotel. Que esse hotel continue tendo esse papel importante. E depois os nossos filhos, os netos que vão chegar e as futuras gerações possam continuar, com o mesmo amor, com o mesmo carinho. Agradeço você por ter criado esse hotel, por ter se tornado nosso amigo. Somos moradores de passagem, como foi no primeiro samba que fala do bloco do Vilarejo. Que Deus abençoe vocês e toda sua família.

Lúcia Regina Elias do Espírito Santo e Orlando do Espírito Santo Filho.
O diferencial é o carinho com o colaborador
O diferencial é o carinho com o colaborador
Juliane Nogueira de Souza, assistente de Recursos Humanos.

Trabalho há pouco mais de um ano na empresa Vilarejo. Sou assistente de Recursos Humanos. Eu moro em Valença. Eu logo gostei porque eu sou formada em RH e estou tendo oportunidade não só de colocar em prática a minha habilidade, mas de crescer profissionalmente. O Vilarejo está me proporcionando um crescimento profissional muito legal, muito bacana, que eu sempre busquei. Isso me encanta. A forma como a empresa olha para a gente e enxerga o nosso potencial.

É uma empresa familiar. Eu vinha de uma empresa tradicional, uma empresa familiar e isso me deixou mais confortável para enfrentar os desafios! Eu encontro muito apoio para superá-los aqui. Sempre é destacado para mim esse acolhimento, essa educação e tratamento das pessoas dessa forma calorosa, de recepcionar todo mundo com carinho.

Quando abre uma vaga, por exemplo, a prioridade é para quem trabalha aqui. Se quiser crescer, perceber que tem um perfil para poder fazer parte daquele setor, daquela vaga, pode concorrer. A empresa dá oportunidade para esse crescimento. A Denise começou como camareira e hoje é responsável pelo departamento de pessoal da empresa.

O diferencial para mim, aqui no Vilarejo, é justamente esse carinho com o colaborador, para que ele venha trabalhar e se sinta em casa, num ambiente agradável. Eu não vi isso aí fora. Isso é o maior diferencial. A gente sente prazer em fazer aquilo que é obrigação. Quando você faz só por obrigação, chega certo momento que fica pesado. Eu viajo todos os dias para vir trabalhar e fico feliz em acordar e vir trabalhar. A empresa me encanta.

Seu João chega ao escritório, às vezes vai tomar um café com a gente, e aí conta tantas histórias de antigamente. Eu fico apaixonada: ele contando, com aquela felicidade, brincando. Ele é muito engraçado e se diverte. Nunca participei de uma equipe tão alinhada, tão carinhosa e preocupada uns com os outros.

Uma coisa que me chamou muita atenção, também, foi a festa do colaborador. Foi passado para mim que era o administrativo que organizava e tudo. Então imaginei a festa, cada um com a sua roupa chique e tal. E aí eu descobri que a Monique sempre fez questão de que todos os colaboradores usassem a mesma camisa. Então, a empresa manda fabricar a camisa que é usada no dia do colaborador. Isso me chamou muita atenção, porque ela unificou todas as funções nesse momento. Ela mostrou para cada um, cada colaborador da empresa, que nós somos iguais. Ah, então, eu trabalho na cozinha, ela trabalha no escritório, isso não existe!  É calça jeans e a camisa que a gente vai fazer a comemoração. Isso para mim tem um valor enorme. Pode até não ser essa ideia dela, mas pra mim é dizer que nós somos Vilarejo, independentemente da função que a gente exerce. E aí vem o respeito, o companheirismo, uma parceria, porque nós somos todos iguais perante a empresa.

A mensagem que eu deixo aqui é que, em todo lugar que a gente encontra amor, dificilmente o mal chega. Aqui na empresa eu encontrei é muito isso: muito carinho, amor, dedicação, uma história muito bacana de uma família muito bonita e unida, que faz com que todos os colaboradores se sintam em família. Isso se resume em amor e o amor prevalece.  É isso: eu me sinto amada, tenho muito a fazer pela empresa e pretendo ficar aqui por muitos anos.

Trabalho há pouco mais de um ano na empresa Vilarejo. Sou assistente de Recursos Humanos. Eu moro em Valença. Eu logo gostei porque eu sou formada em RH e estou tendo oportunidade não só de colocar em prática a minha habilidade, mas de crescer profissionalmente. O Vilarejo está me proporcionando um crescimento profissional muito legal, muito bacana, que eu sempre busquei. Isso me encanta. A forma como a empresa olha para a gente e enxerga o nosso potencial.

É uma empresa familiar. Eu vinha de uma empresa tradicional, uma empresa familiar e isso me deixou mais confortável para enfrentar os desafios! Eu encontro muito apoio para superá-los aqui. Sempre é destacado para mim esse acolhimento, essa educação e tratamento das pessoas dessa forma calorosa, de recepcionar todo mundo com carinho.

Quando abre uma vaga, por exemplo, a prioridade é para quem trabalha aqui. Se quiser crescer, perceber que tem um perfil para poder fazer parte daquele setor, daquela vaga, pode concorrer. A empresa dá oportunidade para esse crescimento. A Denise começou como camareira e hoje é responsável pelo departamento de pessoal da empresa.

O diferencial para mim, aqui no Vilarejo, é justamente esse carinho com o colaborador, para que ele venha trabalhar e se sinta em casa, num ambiente agradável. Eu não vi isso aí fora. Isso é o maior diferencial. A gente sente prazer em fazer aquilo que é obrigação. Quando você faz só por obrigação, chega certo momento que fica pesado. Eu viajo todos os dias para vir trabalhar e fico feliz em acordar e vir trabalhar. A empresa me encanta.

Seu João chega ao escritório, às vezes vai tomar um café com a gente, e aí conta tantas histórias de antigamente. Eu fico apaixonada: ele contando, com aquela felicidade, brincando. Ele é muito engraçado e se diverte. Nunca participei de uma equipe tão alinhada, tão carinhosa e preocupada uns com os outros.

Uma coisa que me chamou muita atenção, também, foi a festa do colaborador. Foi passado para mim que era o administrativo que organizava e tudo. Então imaginei a festa, cada um com a sua roupa chique e tal. E aí eu descobri que a Monique sempre fez questão de que todos os colaboradores usassem a mesma camisa. Então, a empresa manda fabricar a camisa que é usada no dia do colaborador. Isso me chamou muita atenção, porque ela unificou todas as funções nesse momento. Ela mostrou para cada um, cada colaborador da empresa, que nós somos iguais. Ah, então, eu trabalho na cozinha, ela trabalha no escritório, isso não existe!  É calça jeans e a camisa que a gente vai fazer a comemoração. Isso para mim tem um valor enorme. Pode até não ser essa ideia dela, mas pra mim é dizer que nós somos Vilarejo, independentemente da função que a gente exerce. E aí vem o respeito, o companheirismo, uma parceria, porque nós somos todos iguais perante a empresa.

A mensagem que eu deixo aqui é que, em todo lugar que a gente encontra amor, dificilmente o mal chega. Aqui na empresa eu encontrei é muito isso: muito carinho, amor, dedicação, uma história muito bacana de uma família muito bonita e unida, que faz com que todos os colaboradores se sintam em família. Isso se resume em amor e o amor prevalece.  É isso: eu me sinto amada, tenho muito a fazer pela empresa e pretendo ficar aqui por muitos anos.

Juliane Nogueira de Souza, assistente de Recursos Humanos.
Com seu João, Conservatória expandiu
Com seu João, Conservatória expandiu
José Olímpio da Silva, 87 anos, ex. funcionário.

Nasci na roça. Trabalhei muito tempo lá. Roçava pasto, tirava leite... Depois, casei e vim morar aqui na Raia. Aí comecei a trabalhar um pouco de pedreiro.  Trabalhei muito tempo na rua, ajudei a construir o clube.  Não tinha aquele clube ali, era lá perto da sinuca.  Fiz a fundação do clube. Ajudei a construir. E trabalhei em vários lugares.  Mais tarde é que eu fui para o Vilarejo, quando começaram as obras lá. Trabalhei desde a fundação. Começou com 28 quartos, e era tudo ali onde é a chegada.  Seu João era animado! Ele tinha uma animação, que só você vendo. Ele arriscou em fazer aquilo ali e deu certo. Teve gente que, naquela época, falou que ele era doido de fazer aquele hotel ali. E acabou que aquele hotel é que fez Conservatória evoluir. Começou a vir gente pra cá, aumentou o movimento.  Em Conservatória tinha poucas casas. Era um casarão. E na frente só tinha a Casa Velha. Era só isso na época. O pessoal achou que ele era maluco. Através dele, Conservatória expandiu. Depois do hotel funcionando, eu trabalhei quase 30 anos lá até. Quando o hotel fez 25 anos, eu ainda trabalhava lá.

Antigamente ele fazia a rota de carro cedo, aí vinha até na rua tomar café na padaria do Celso na esquina. Ele valorizou a região. Ali não tinha nada, aquilo ali tudo era brejo. Conservatória mudou muito. Antigamente não tinha nada. Praticamente aquela rua era um deserto, não tinha nada, pouca gente! Só que tinha morador naquelas casas, não é como hoje, né. A gente passava de noite, qualquer casa tinha gente na janela, aquelas coisas. Agora mudou muito. As casas fechadas... Muita gente foi embora, e a casa virou comércio. Antigamente elas eram de morador. Só tinha movimento na seresta e no carnaval. Tinha o bloco de sujo. Era gozado para caramba. Tinhas as mulinhas que corriam atrás da molecada. Hoje tem um movimento danado.

Eu trabalhei o tempo todo lá. Não tenho nada que falar deles não. Eu tenho mais elogios para dar, nunca tive problema com ele, tanto ele quanto a mulher dele sempre me trataram com respeito. Graças a Deus lá cresceu muito e depois que eu saí de lá ainda cresceu mais. Eu aposentei por idade, depois que eu aposentei ainda trabalhei mais uns cinco anos lá. Aí depois foi que eu parei agora eu já estou com 87 anos.

Não tenho nada a reclamar, ele como patrão foi muito bom. Tanto ele como a dona Lili topa comigo na rua, me dá atenção em qualquer lugar, chama para ir lá. Eu não tenho ido lá por causa desse problema, Covid. Fui muito feliz lá. Deu emprego pra muita gente. Só não trabalha quem não quer, eles empregam muita gente.

Nasci na roça. Trabalhei muito tempo lá. Roçava pasto, tirava leite... Depois, casei e vim morar aqui na Raia. Aí comecei a trabalhar um pouco de pedreiro.  Trabalhei muito tempo na rua, ajudei a construir o clube.  Não tinha aquele clube ali, era lá perto da sinuca.  Fiz a fundação do clube. Ajudei a construir. E trabalhei em vários lugares.  Mais tarde é que eu fui para o Vilarejo, quando começaram as obras lá. Trabalhei desde a fundação. Começou com 28 quartos, e era tudo ali onde é a chegada.  Seu João era animado! Ele tinha uma animação, que só você vendo. Ele arriscou em fazer aquilo ali e deu certo. Teve gente que, naquela época, falou que ele era doido de fazer aquele hotel ali. E acabou que aquele hotel é que fez Conservatória evoluir. Começou a vir gente pra cá, aumentou o movimento.  Em Conservatória tinha poucas casas. Era um casarão. E na frente só tinha a Casa Velha. Era só isso na época. O pessoal achou que ele era maluco. Através dele, Conservatória expandiu. Depois do hotel funcionando, eu trabalhei quase 30 anos lá até. Quando o hotel fez 25 anos, eu ainda trabalhava lá.

Antigamente ele fazia a rota de carro cedo, aí vinha até na rua tomar café na padaria do Celso na esquina. Ele valorizou a região. Ali não tinha nada, aquilo ali tudo era brejo. Conservatória mudou muito. Antigamente não tinha nada. Praticamente aquela rua era um deserto, não tinha nada, pouca gente! Só que tinha morador naquelas casas, não é como hoje, né. A gente passava de noite, qualquer casa tinha gente na janela, aquelas coisas. Agora mudou muito. As casas fechadas... Muita gente foi embora, e a casa virou comércio. Antigamente elas eram de morador. Só tinha movimento na seresta e no carnaval. Tinha o bloco de sujo. Era gozado para caramba. Tinhas as mulinhas que corriam atrás da molecada. Hoje tem um movimento danado.

Eu trabalhei o tempo todo lá. Não tenho nada que falar deles não. Eu tenho mais elogios para dar, nunca tive problema com ele, tanto ele quanto a mulher dele sempre me trataram com respeito. Graças a Deus lá cresceu muito e depois que eu saí de lá ainda cresceu mais. Eu aposentei por idade, depois que eu aposentei ainda trabalhei mais uns cinco anos lá. Aí depois foi que eu parei agora eu já estou com 87 anos.

Não tenho nada a reclamar, ele como patrão foi muito bom. Tanto ele como a dona Lili topa comigo na rua, me dá atenção em qualquer lugar, chama para ir lá. Eu não tenho ido lá por causa desse problema, Covid. Fui muito feliz lá. Deu emprego pra muita gente. Só não trabalha quem não quer, eles empregam muita gente.

José Olímpio da Silva, 87 anos, ex. funcionário.
Da adolescência até hoje
Da adolescência até hoje
Luiz Carlos, conhecido como Passarinho, 36 anos, supervisor dos bares.

Trabalho há 19 anos no Vilarejo.  Eu me encantei com o lugar, com o espaço. Eu cheguei aqui e achei o hotel muito acolhedor. Os colaboradores estavam muitos solícitos em ajudar, e eu não sabia nada.  Não sabia trabalhar, mas tinha um filho pequeno para criar. E tive que aprender.  Eu falo muito que aqui o Vilarejo é uma escola; só não aprende quem não quer. Eu aprendi muito e até hoje eu aprendo. Eu não tinha experiência, não sabia segurar uma bandeja! Eu aprendi tudo. Não só a como segurar uma bandeja; compreendi todos os ensinamentos. Eu entrei como garçom, depois eu fui para piscina, depois para o América Bar, mexer com drinks, virei barman. Fui para o restaurante, para a copa, carreguei mala, já trabalhei três meses no RH, cobrindo férias de um colaborador. Foi bem bacana! Bem diferente da minha área, mas eu agarrei com todas as forças! Hoje sou supervisor de bares há três anos.

Do Gustavo não tem como falar. Uma pessoa muito companheira, um amigo, animado e muito debochado. Faz falta, muita falta mesmo. Se eu pudesse voltar no tempo, teria aproveitado muito mais os ensinamentos dele. Ele me ensinou muito.  A gente fala que é uma família, desde os proprietários até os clientes. Isso é muito bom, por sinal.

Outro dia mesmo eu vi uma adolescente, que vinha desde pequena, já com o filho. Nós nem acreditamos. As pessoas estão crescendo, e a gente vai crescendo junto com eles. Essa é a família Vilarejo! Eu moro em Valença, mas eu gosto muito de trabalhar aqui. Todo dia, quando eu venho de Valença, parece meu primeiro dia de trabalho.  Sinto calafrio, eu juro, parece que é o primeiro dia da minha vida no hotel, sempre, sempre.

As pessoas falavam que o seu João era bravo, mas eu nunca vi isso. É uma pessoa muito justa, correto com tudo, e sempre acompanhado os processos bem de perto.  Ele era muito dinâmico, ativo, sempre queria estar presente nas obras, fazia questão de dar os toques finais. A gente sente muita falta dele.  A dona Lili gosta muito das plantinhas.  Tenho um carinho imenso por eles, pela família em si.  Falar da dona Lili é como se fosse falar da minha terceira mãe, já que a segunda mãe é a minha avó.  Ela é como uma terceira mãe, me acolheu, me criou aqui no Vilarejo. E até hoje me dá uns puxões de orelha. Eu vim para cá com 16, 17 anos. Acho que tudo me influenciou. Eu já vivi mais tempo aqui no Vilarejo do que antes, então, tudo que eu sou eu devo ao Vilarejo.  Tudo, todo aprendizado, o pai que eu sou, o marido, tudo aprendi aqui. A lidar e a respeitar o próximo, a ter empatia, tudo foi aqui. Hoje, eu não me vejo longe.

Já aconteceram muitas coisas aqui. Eu já caí dentro da piscina, com bandeja e tudo. Já caí dentro do restaurante. E eu falo que é bom a gente cair, para depois levantar. E amadurecer mais ainda e aprender para não cair de novo.

Hoje, se for pra definir em uma palavra, é só gratidão, muita gratidão mesmo. Não é pouca não, é muita gratidão. Tenho que falar que, nesses 19 anos de Vilarejo, só tenho a agradecer. Quero dizer muito obrigado ao seu João, à dona Lili, à família Marinho de Melo, pelo acolhimento e esse amor que eles têm por todos nós, colaboradores. Muito obrigado.

Trabalho há 19 anos no Vilarejo.  Eu me encantei com o lugar, com o espaço. Eu cheguei aqui e achei o hotel muito acolhedor. Os colaboradores estavam muitos solícitos em ajudar, e eu não sabia nada.  Não sabia trabalhar, mas tinha um filho pequeno para criar. E tive que aprender.  Eu falo muito que aqui o Vilarejo é uma escola; só não aprende quem não quer. Eu aprendi muito e até hoje eu aprendo. Eu não tinha experiência, não sabia segurar uma bandeja! Eu aprendi tudo. Não só a como segurar uma bandeja; compreendi todos os ensinamentos. Eu entrei como garçom, depois eu fui para piscina, depois para o América Bar, mexer com drinks, virei barman. Fui para o restaurante, para a copa, carreguei mala, já trabalhei três meses no RH, cobrindo férias de um colaborador. Foi bem bacana! Bem diferente da minha área, mas eu agarrei com todas as forças! Hoje sou supervisor de bares há três anos.

Do Gustavo não tem como falar. Uma pessoa muito companheira, um amigo, animado e muito debochado. Faz falta, muita falta mesmo. Se eu pudesse voltar no tempo, teria aproveitado muito mais os ensinamentos dele. Ele me ensinou muito.  A gente fala que é uma família, desde os proprietários até os clientes. Isso é muito bom, por sinal.

Outro dia mesmo eu vi uma adolescente, que vinha desde pequena, já com o filho. Nós nem acreditamos. As pessoas estão crescendo, e a gente vai crescendo junto com eles. Essa é a família Vilarejo! Eu moro em Valença, mas eu gosto muito de trabalhar aqui. Todo dia, quando eu venho de Valença, parece meu primeiro dia de trabalho.  Sinto calafrio, eu juro, parece que é o primeiro dia da minha vida no hotel, sempre, sempre.

As pessoas falavam que o seu João era bravo, mas eu nunca vi isso. É uma pessoa muito justa, correto com tudo, e sempre acompanhado os processos bem de perto.  Ele era muito dinâmico, ativo, sempre queria estar presente nas obras, fazia questão de dar os toques finais. A gente sente muita falta dele.  A dona Lili gosta muito das plantinhas.  Tenho um carinho imenso por eles, pela família em si.  Falar da dona Lili é como se fosse falar da minha terceira mãe, já que a segunda mãe é a minha avó.  Ela é como uma terceira mãe, me acolheu, me criou aqui no Vilarejo. E até hoje me dá uns puxões de orelha. Eu vim para cá com 16, 17 anos. Acho que tudo me influenciou. Eu já vivi mais tempo aqui no Vilarejo do que antes, então, tudo que eu sou eu devo ao Vilarejo.  Tudo, todo aprendizado, o pai que eu sou, o marido, tudo aprendi aqui. A lidar e a respeitar o próximo, a ter empatia, tudo foi aqui. Hoje, eu não me vejo longe.

Já aconteceram muitas coisas aqui. Eu já caí dentro da piscina, com bandeja e tudo. Já caí dentro do restaurante. E eu falo que é bom a gente cair, para depois levantar. E amadurecer mais ainda e aprender para não cair de novo.

Hoje, se for pra definir em uma palavra, é só gratidão, muita gratidão mesmo. Não é pouca não, é muita gratidão. Tenho que falar que, nesses 19 anos de Vilarejo, só tenho a agradecer. Quero dizer muito obrigado ao seu João, à dona Lili, à família Marinho de Melo, pelo acolhimento e esse amor que eles têm por todos nós, colaboradores. Muito obrigado.

Luiz Carlos, conhecido como Passarinho, 36 anos, supervisor dos bares.
Uma grande família
Uma grande família
José Erivelton Eduardo, 45 anos, funcionário do hotel há oito anos.

Trabalho no hotel há oito anos, mas conheço o Vilarejo desde pequeno. Eu vi como esse hotel foi crescendo, participando direta e indiretamente. Antigamente, a escola vinha passar o dia no hotel. Seu João oferecia o espaço para a escola trazer os alunos. As professoras traziam os alunos para conhecer, fazer brincadeiras, usar a piscina, era muito bom. Já passei pela Cachaçaria, Laticínio, Acalanto, bar, restaurante, ou seja, conheço um pouquinho de cada canto do hotel. Fui acompanhando esse crescimento. O hotel é importante para a economia local. Há outros hotéis, não desmerecendo ninguém, mas o hotel Vilarejo ajudou muito Conservatória, abriu as portas para o turismo crescer.

Seu João era muito presente, desde quando era o chefe de cozinha. Aqui embaixo, na recepção, era a cozinha do hotel. Ele era aquela pessoa atuante em todas as áreas do hotel. Por isso que deu certo.  Ele sempre teve muita visão das coisas. Não só ele: a dona Lili também. Eles saíam para pesquisar outros hotéis e trazer as novidades. O hotel é um sucesso. Acho que é o Hotel Fazenda pioneiro na parte de all inclusive na região. Isso demanda uma logística, um conhecimento para poder dar certo. Ele foi presidente da Associação Rural de Conservatória, fez vários eventos, concurso leiteiro, promovendo o nome do hotel e promovia a cidade. Seu João do Vilarejo: um nome que se expandiu pelo Brasil inteiro. Hoje é uma marca: Vilarejo.  Para quem trabalha, para quem conhece, é uma marca. Eu me sinto muito grato, muito satisfeito, trabalhando numa empresa que fez história.

O hotel tem muitas histórias. Muita gente que passou por aqui, alguns hóspedes já são grandes amigos, eu tenho um carinho, um sentimento diferenciado por eles. Chegam buscando aquilo que não tem na cidade grande. Esses dias mesmo um casal que está hospedado falou que a festa junina foi maravilhosa!  É o carro chefe do hotel.  O rapaz falou que nunca viu uma festa com tanta variedade. Tudo all inclusive. Em outras festas você tem que comprar ticket para uma coisa, para outra, aqui tudo fica tudo à vontade. Muita fartura mesmo. A festa de fim de ano é nota mil, você fica encantado! Todos tirando fotos, para mim é fora do comum! Meu coração fica até apertado de tanta emoção!

São muitas famílias que tiram o seu sustento desse hotel, que acaba sendo uma grande família. Quando eu vejo hóspede indo embora no domingo com um sorriso no rosto é uma satisfação. Hoje a gente vê os filhos administrando o que os pais fizeram. Estão buscando cada vez mais realizar esse sonho que o pai e a mãe começaram. Seu João sempre disse para mim que a galinha de ovos de ouro dele é aqui. Tudo começou aqui.

Hoje eles fazem os eventos para os funcionários, para os filhos dos funcionários. Não é em todo lugar que você vê isso! São coisas que mantêm os vínculos e cativam os funcionários.  Eles dão condição da gente fazer um bom trabalho. Eles estão sempre dispostos a ouvir a gente.  O hotel ficou parado nessa pandemia. Quatro meses fechado. E manteve a maioria dos funcionários. Poucos foram dispensados. E, aos poucos, foi voltando a funcionar. Os colaboradores vestiram a camisa, apoiaram e passamos esse sufoco juntos. Todo mundo vestiu a camisa do hotel!  Eu agradeço muito por eles realizarem esse lugar de ser feliz. Agradeço a oportunidade de estar trabalhando aqui, onde a minha mãe trabalhou, minha irmã já trabalhou e hoje eu faço parte dessa equipe. Que os filhos continuem realizando esse sonho e os netos venham depois fazer a mesma coisa, porque somos uma grande família.

Trabalho no hotel há oito anos, mas conheço o Vilarejo desde pequeno. Eu vi como esse hotel foi crescendo, participando direta e indiretamente. Antigamente, a escola vinha passar o dia no hotel. Seu João oferecia o espaço para a escola trazer os alunos. As professoras traziam os alunos para conhecer, fazer brincadeiras, usar a piscina, era muito bom. Já passei pela Cachaçaria, Laticínio, Acalanto, bar, restaurante, ou seja, conheço um pouquinho de cada canto do hotel. Fui acompanhando esse crescimento. O hotel é importante para a economia local. Há outros hotéis, não desmerecendo ninguém, mas o hotel Vilarejo ajudou muito Conservatória, abriu as portas para o turismo crescer.

Seu João era muito presente, desde quando era o chefe de cozinha. Aqui embaixo, na recepção, era a cozinha do hotel. Ele era aquela pessoa atuante em todas as áreas do hotel. Por isso que deu certo.  Ele sempre teve muita visão das coisas. Não só ele: a dona Lili também. Eles saíam para pesquisar outros hotéis e trazer as novidades. O hotel é um sucesso. Acho que é o Hotel Fazenda pioneiro na parte de all inclusive na região. Isso demanda uma logística, um conhecimento para poder dar certo. Ele foi presidente da Associação Rural de Conservatória, fez vários eventos, concurso leiteiro, promovendo o nome do hotel e promovia a cidade. Seu João do Vilarejo: um nome que se expandiu pelo Brasil inteiro. Hoje é uma marca: Vilarejo.  Para quem trabalha, para quem conhece, é uma marca. Eu me sinto muito grato, muito satisfeito, trabalhando numa empresa que fez história.

O hotel tem muitas histórias. Muita gente que passou por aqui, alguns hóspedes já são grandes amigos, eu tenho um carinho, um sentimento diferenciado por eles. Chegam buscando aquilo que não tem na cidade grande. Esses dias mesmo um casal que está hospedado falou que a festa junina foi maravilhosa!  É o carro chefe do hotel.  O rapaz falou que nunca viu uma festa com tanta variedade. Tudo all inclusive. Em outras festas você tem que comprar ticket para uma coisa, para outra, aqui tudo fica tudo à vontade. Muita fartura mesmo. A festa de fim de ano é nota mil, você fica encantado! Todos tirando fotos, para mim é fora do comum! Meu coração fica até apertado de tanta emoção!

São muitas famílias que tiram o seu sustento desse hotel, que acaba sendo uma grande família. Quando eu vejo hóspede indo embora no domingo com um sorriso no rosto é uma satisfação. Hoje a gente vê os filhos administrando o que os pais fizeram. Estão buscando cada vez mais realizar esse sonho que o pai e a mãe começaram. Seu João sempre disse para mim que a galinha de ovos de ouro dele é aqui. Tudo começou aqui.

Hoje eles fazem os eventos para os funcionários, para os filhos dos funcionários. Não é em todo lugar que você vê isso! São coisas que mantêm os vínculos e cativam os funcionários.  Eles dão condição da gente fazer um bom trabalho. Eles estão sempre dispostos a ouvir a gente.  O hotel ficou parado nessa pandemia. Quatro meses fechado. E manteve a maioria dos funcionários. Poucos foram dispensados. E, aos poucos, foi voltando a funcionar. Os colaboradores vestiram a camisa, apoiaram e passamos esse sufoco juntos. Todo mundo vestiu a camisa do hotel!  Eu agradeço muito por eles realizarem esse lugar de ser feliz. Agradeço a oportunidade de estar trabalhando aqui, onde a minha mãe trabalhou, minha irmã já trabalhou e hoje eu faço parte dessa equipe. Que os filhos continuem realizando esse sonho e os netos venham depois fazer a mesma coisa, porque somos uma grande família.

José Erivelton Eduardo, 45 anos, funcionário do hotel há oito anos.
No Vilarejo até a aposentadoria
No Vilarejo até a aposentadoria
José Benedito Eleutério, 76 anos, aposentado.

Eu calculo que trabalhei lá uns 25 anos.  Fui pedreiro. Para mim foi bom. Todos apoiavam a gente. Eram muitos funcionários. Só tenho a agradecer. Tive vários chefes. Sempre na obra, muito bom. Tinha união, aquela conversa, estava acostumado a ficar no meio da turma, dos colegas.  Eu creio que deve ter continuado assim. São pessoas muito boas.

Um dia eu dei uma palavra naquele salão. Foi no aniversário do hotel. Nós que somos evangélicos estamos acostumados a falar na igreja.  Foi muito gratificante para mim. Espero em Deus que tenham muitos, muitos anos de vida. Eles são muito bons.

A gente vivia ali, todo mundo junto, camarada e patrão, com a mesma amizade. Eu saí porque vence o tempo da gente, tem que dar lugar pra outro. Todas as pessoas que eu convivi foram minhas amigas e continuam sendo até hoje. Até o final foi tudo muito bom. A gente sai e larga a porta aberta. Eu sempre aconselho meus filhos, meus netos.  “Tá estudando? Faça isso que você vai ser bem-sucedido”.

Agradeço a Deus, foi um patrão abençoado. Eu recebi minha ordem de aposentadoria. Ele foi patrão material e até espiritual, porque quantas coisas a gente aprendeu lá...

Se você quer ser um bom trabalhador, você precisa ser um bom aluno. Obediente, aprendi com honestidade e sempre me colocando no meu lugar, sou camarada, ele é patrão. E tudo que eu trabalhei era recompensado certinho. Isso não tem nem coisa para explicar, patrão assim é muito difícil! Graças a Deus, por isso, eu me sinto feliz!

Eu calculo que trabalhei lá uns 25 anos.  Fui pedreiro. Para mim foi bom. Todos apoiavam a gente. Eram muitos funcionários. Só tenho a agradecer. Tive vários chefes. Sempre na obra, muito bom. Tinha união, aquela conversa, estava acostumado a ficar no meio da turma, dos colegas.  Eu creio que deve ter continuado assim. São pessoas muito boas.

Um dia eu dei uma palavra naquele salão. Foi no aniversário do hotel. Nós que somos evangélicos estamos acostumados a falar na igreja.  Foi muito gratificante para mim. Espero em Deus que tenham muitos, muitos anos de vida. Eles são muito bons.

A gente vivia ali, todo mundo junto, camarada e patrão, com a mesma amizade. Eu saí porque vence o tempo da gente, tem que dar lugar pra outro. Todas as pessoas que eu convivi foram minhas amigas e continuam sendo até hoje. Até o final foi tudo muito bom. A gente sai e larga a porta aberta. Eu sempre aconselho meus filhos, meus netos.  “Tá estudando? Faça isso que você vai ser bem-sucedido”.

Agradeço a Deus, foi um patrão abençoado. Eu recebi minha ordem de aposentadoria. Ele foi patrão material e até espiritual, porque quantas coisas a gente aprendeu lá...

Se você quer ser um bom trabalhador, você precisa ser um bom aluno. Obediente, aprendi com honestidade e sempre me colocando no meu lugar, sou camarada, ele é patrão. E tudo que eu trabalhei era recompensado certinho. Isso não tem nem coisa para explicar, patrão assim é muito difícil! Graças a Deus, por isso, eu me sinto feliz!

José Benedito Eleutério, 76 anos, aposentado.
Uma viagem de cruzeiro de presente
Uma viagem de cruzeiro de presente
João Silva e Silva, 56 anos, garçom.

Eu sou de Valença, e fiquei sabendo que estavam precisando de pessoas para vir trabalhar na temporada de dezembro até o carnaval. Aí eu me interessei. Sempre ouvia falar do Vilarejo em propaganda no rádio. Eu e meu irmão fomos pra entrevista com Renata e fomos contratados.

Eu já tinha ouvido falar do hotel, mas não imaginava como era. Eu achava que era um hotelzinho pequeno. Assim que eu cheguei, fui muito bem recebido. Fiz muita amizade. Quando acabaram as festas, eu falei: “Acho que eu não vou ficar, não”. Ficar longe de casa é muito ruim. Passei Natal e Ano Novo aqui. Foi a primeira vez que eu passei afastado da minha família. Eu chorei muito no primeiro Natal. Os hóspedes se abraçando, as famílias, e eu ali com a bandeja na mão. As lágrimas desciam. Eu longe de casa... O Gustavo foi um grande professor que me ensinou muita coisa aqui. Me ensinou como funcionavam as coisas e como era o Vilarejo. Ele disse que era pra eu ficar. Aí, acabou a temporada. A gente ia trabalhar só sexta, sábado e domingo. E estou aqui até hoje!

Gustavo tinha excelente relação com a gente. Um grande amigo, brincalhão e um excelente profissional. Eu aprendi muita coisa com ele e acredito que ensinei alguma coisa também.  A gente sente saudade, sente falta dele até hoje, como pessoa, como profissional, era um cara que tinha alegria. Ele trabalhou 32 anos nessa empresa. Todos gostavam muito dele. Sebastião Gustavo, o nome do restaurante hoje, é uma homenagem legal que fizeram para ele.

Nesses 25 anos, muitas mudanças aconteceram. O hotel cresceu muito! A gente acompanhou tudo isso, foi um crescimento enorme.

Dona Lili e o seu João sempre incentivaram a gente. Seu João foi uma pessoa que, se ganhasse um pouquinho a mais, queria compartilhar com a gente. Através do hotel, sabe como é, aquele rapaz pobre do interior lá de Valença, sem muitos conhecimentos, conseguiu viajar. Uma coisa que eu falo com muito orgulho: eu ganhei de presente um cruzeiro. Sabe, nunca achei que eu ia entrar num navio daquele tamanho, na minha vida.  Foi um presente do hotel. Eles são pessoas muito boas! Não foi só para mim. Deu para uma boa parte dos funcionários antigos. É bom a gente ser lembrado assim. Não é qualquer patrão que faz isso, não! Tenho um sentimento de gratidão até hoje por eles.  Ele é uma pessoa simples. A gente sempre fazia umas festinhas para comemorar, e toda vez ele ia.  Entrava no carrinho dele e chegava lá. Sentava, batia papo, comia, ficava um pouquinho. Uma pessoa simples demais! Tem que gostar da gente para poder fazer isso! Construímos muitos laços de amizade.

Eu estava trabalhando quando meu filho nasceu, e o Gustavo contou para todo mundo. Eles fizeram uma vaquinha entre os hóspedes, colocaram no envelope, me chamaram lá e falaram:

— Isso aqui é um dinheirinho para você comprar alguma coisinha para o seu menino!

Quando eu cheguei em casa com aquele dinheiro, foi uma felicidade que eu não esqueço.  A gente se sente importante por fazer parte desse hotel, desse crescimento, dessa engrenagem! Ter participado nesses 26 anos é muito legal. São histórias que eu vou contar para os meus netos depois que eu me aposentar!

Eu sou de Valença, e fiquei sabendo que estavam precisando de pessoas para vir trabalhar na temporada de dezembro até o carnaval. Aí eu me interessei. Sempre ouvia falar do Vilarejo em propaganda no rádio. Eu e meu irmão fomos pra entrevista com Renata e fomos contratados.

Eu já tinha ouvido falar do hotel, mas não imaginava como era. Eu achava que era um hotelzinho pequeno. Assim que eu cheguei, fui muito bem recebido. Fiz muita amizade. Quando acabaram as festas, eu falei: “Acho que eu não vou ficar, não”. Ficar longe de casa é muito ruim. Passei Natal e Ano Novo aqui. Foi a primeira vez que eu passei afastado da minha família. Eu chorei muito no primeiro Natal. Os hóspedes se abraçando, as famílias, e eu ali com a bandeja na mão. As lágrimas desciam. Eu longe de casa... O Gustavo foi um grande professor que me ensinou muita coisa aqui. Me ensinou como funcionavam as coisas e como era o Vilarejo. Ele disse que era pra eu ficar. Aí, acabou a temporada. A gente ia trabalhar só sexta, sábado e domingo. E estou aqui até hoje!

Gustavo tinha excelente relação com a gente. Um grande amigo, brincalhão e um excelente profissional. Eu aprendi muita coisa com ele e acredito que ensinei alguma coisa também.  A gente sente saudade, sente falta dele até hoje, como pessoa, como profissional, era um cara que tinha alegria. Ele trabalhou 32 anos nessa empresa. Todos gostavam muito dele. Sebastião Gustavo, o nome do restaurante hoje, é uma homenagem legal que fizeram para ele.

Nesses 25 anos, muitas mudanças aconteceram. O hotel cresceu muito! A gente acompanhou tudo isso, foi um crescimento enorme.

Dona Lili e o seu João sempre incentivaram a gente. Seu João foi uma pessoa que, se ganhasse um pouquinho a mais, queria compartilhar com a gente. Através do hotel, sabe como é, aquele rapaz pobre do interior lá de Valença, sem muitos conhecimentos, conseguiu viajar. Uma coisa que eu falo com muito orgulho: eu ganhei de presente um cruzeiro. Sabe, nunca achei que eu ia entrar num navio daquele tamanho, na minha vida.  Foi um presente do hotel. Eles são pessoas muito boas! Não foi só para mim. Deu para uma boa parte dos funcionários antigos. É bom a gente ser lembrado assim. Não é qualquer patrão que faz isso, não! Tenho um sentimento de gratidão até hoje por eles.  Ele é uma pessoa simples. A gente sempre fazia umas festinhas para comemorar, e toda vez ele ia.  Entrava no carrinho dele e chegava lá. Sentava, batia papo, comia, ficava um pouquinho. Uma pessoa simples demais! Tem que gostar da gente para poder fazer isso! Construímos muitos laços de amizade.

Eu estava trabalhando quando meu filho nasceu, e o Gustavo contou para todo mundo. Eles fizeram uma vaquinha entre os hóspedes, colocaram no envelope, me chamaram lá e falaram:

— Isso aqui é um dinheirinho para você comprar alguma coisinha para o seu menino!

Quando eu cheguei em casa com aquele dinheiro, foi uma felicidade que eu não esqueço.  A gente se sente importante por fazer parte desse hotel, desse crescimento, dessa engrenagem! Ter participado nesses 26 anos é muito legal. São histórias que eu vou contar para os meus netos depois que eu me aposentar!

João Silva e Silva, 56 anos, garçom.
Vilarejo, a casa que eu não tive
Vilarejo, a casa que eu não tive
Gilberto Lima Monsores, 50 anos, mais de 30 anos no hotel.

Comecei aqui trabalhando na pocilga. Cuidava dos porcos. Na época, eu tinha 17 para 18 anos. Na parte de baixo tinha porcos. Na parte de cima, as galinhas poedeiras. Tinha um quartinho perto. Eu morava ali. Depois, mudou a pocilga lá para o sítio do Ingá, a 9 km daqui. Eu fui para lá e trabalhei um bom tempo, até que o seu João comprou a parte de baixo da cachoeira e mudou a pocilga para lá. Foram 22 anos só mexendo com porcos. Aqui tinha mais ou menos umas 20 cabeças de porca e 60 ao todo, mas lá no sitio nós chegamos até 950 cabeças. Aí seu João viu que o forte dele não era aquilo e diminui só para o consumo do hotel. Foi ideia dele voltar para cá, mais perto do hotel. Aí lá começou a mexer com boi. Eu pegava o almoço e a janta aqui no hotel todo dia. Eu comecei com o Fábio. Fui conhecer o seu João dois meses depois. Ele esteve lá na pocilga. O Fábio falou assim:

— Esse aí que é seu João, dono do hotel.

Sempre foi um ótimo patrão. Desse tempo todo, desde quando eu cheguei para cá, Dona Lili não foi muito com a minha cara, não. Eu tinha o cabelo comprido, brinco na orelha, badana na cabeça. Ela sempre falava assim:

— Esse rapaz aí, não sei não.

Mas eles me deram uma oportunidade, né, eu estou aí até hoje! Às vezes, quando ela brinca comigo, diz:

— Gilberto como é que a gente se engana, né?

Nunca fui de bagunça. Foi uma surpresa para dona Lili. Faço de tudo, aprendi tudo! Seu João falou uma coisa assim:

— Eu preciso de um cara aqui que não escolha serviço. Quero um cara que mexe com tudo. Funcionário bom para mim é aquele que gosta do serviço.

Eu nunca disse não. Eu me esforço e nunca consegui falar não. Uma vez seu João comprou uma motosserra e disse:

— Gilberto, eu preciso que aprenda a mexer com isso.  Eu não vou ficar pagando gente fora para fazer o serviço.

Eu peguei e comecei a mexer. Hoje eu sei fazer tudo na motosserra. Sei cortar madeira, sei abrir uma madeira, sei fazer de tudo. Eu considero o Vilarejo hoje a minha casa. A casa que eu não tive quando eu era mais novo. Hoje eu os considero demais. São pessoas muito boas. Não tenho nada a reclamar. Eu agradeço a Deus por acordar com saúde, respirando, agradeço pela minha família, meu pai, minha mãe, meus filhos. Aqui nunca teve um atraso de pagamento. Não sei como, a gente tem que levantar a mão para o céu e agradecer, porque o seu João nunca deixou faltar. A gente acaba dando valor a essas coisas, porque eu vi o sacrifício que meu pai passava.

Uma vez seu João brincou comigo:

— Dona Lili vive te elogiando, ela gosta tanto de você, te elogia tanto! Deixa dar a hora que ela sair para viajar que eu vou dar um fim em você!

Ele era brincalhão. Ele é muito bom, um ótimo patrão. A minha filha era pequena. Ela ficava doida para ir no pedalinho. Eu falava assim:

— Não pode, o dono daqui é muito bravo!

Um dia a dona Lili foi lá em casa e perguntou para ela se ela conhecia o hotel.  Aí ele disse que não, porque o dono era muito bravo. Ela falou que foi aí que percebeu que tinha que fazer algumas coisas para os filhos dos funcionários. Hoje as festas dos funcionários são muito bacanas. “Lugar de ser feliz” acho que representa muito bem o Vilarejo. Eu sou feliz aqui!  Hoje eu agradeço muito a dona Lili por ter me dado um voto de confiança. Agradeço de coração e vou seguindo em frente, fazendo o meu melhor!

Comecei aqui trabalhando na pocilga. Cuidava dos porcos. Na época, eu tinha 17 para 18 anos. Na parte de baixo tinha porcos. Na parte de cima, as galinhas poedeiras. Tinha um quartinho perto. Eu morava ali. Depois, mudou a pocilga lá para o sítio do Ingá, a 9 km daqui. Eu fui para lá e trabalhei um bom tempo, até que o seu João comprou a parte de baixo da cachoeira e mudou a pocilga para lá. Foram 22 anos só mexendo com porcos. Aqui tinha mais ou menos umas 20 cabeças de porca e 60 ao todo, mas lá no sitio nós chegamos até 950 cabeças. Aí seu João viu que o forte dele não era aquilo e diminui só para o consumo do hotel. Foi ideia dele voltar para cá, mais perto do hotel. Aí lá começou a mexer com boi. Eu pegava o almoço e a janta aqui no hotel todo dia. Eu comecei com o Fábio. Fui conhecer o seu João dois meses depois. Ele esteve lá na pocilga. O Fábio falou assim:

— Esse aí que é seu João, dono do hotel.

Sempre foi um ótimo patrão. Desse tempo todo, desde quando eu cheguei para cá, Dona Lili não foi muito com a minha cara, não. Eu tinha o cabelo comprido, brinco na orelha, badana na cabeça. Ela sempre falava assim:

— Esse rapaz aí, não sei não.

Mas eles me deram uma oportunidade, né, eu estou aí até hoje! Às vezes, quando ela brinca comigo, diz:

— Gilberto como é que a gente se engana, né?

Nunca fui de bagunça. Foi uma surpresa para dona Lili. Faço de tudo, aprendi tudo! Seu João falou uma coisa assim:

— Eu preciso de um cara aqui que não escolha serviço. Quero um cara que mexe com tudo. Funcionário bom para mim é aquele que gosta do serviço.

Eu nunca disse não. Eu me esforço e nunca consegui falar não. Uma vez seu João comprou uma motosserra e disse:

— Gilberto, eu preciso que aprenda a mexer com isso.  Eu não vou ficar pagando gente fora para fazer o serviço.

Eu peguei e comecei a mexer. Hoje eu sei fazer tudo na motosserra. Sei cortar madeira, sei abrir uma madeira, sei fazer de tudo. Eu considero o Vilarejo hoje a minha casa. A casa que eu não tive quando eu era mais novo. Hoje eu os considero demais. São pessoas muito boas. Não tenho nada a reclamar. Eu agradeço a Deus por acordar com saúde, respirando, agradeço pela minha família, meu pai, minha mãe, meus filhos. Aqui nunca teve um atraso de pagamento. Não sei como, a gente tem que levantar a mão para o céu e agradecer, porque o seu João nunca deixou faltar. A gente acaba dando valor a essas coisas, porque eu vi o sacrifício que meu pai passava.

Uma vez seu João brincou comigo:

— Dona Lili vive te elogiando, ela gosta tanto de você, te elogia tanto! Deixa dar a hora que ela sair para viajar que eu vou dar um fim em você!

Ele era brincalhão. Ele é muito bom, um ótimo patrão. A minha filha era pequena. Ela ficava doida para ir no pedalinho. Eu falava assim:

— Não pode, o dono daqui é muito bravo!

Um dia a dona Lili foi lá em casa e perguntou para ela se ela conhecia o hotel.  Aí ele disse que não, porque o dono era muito bravo. Ela falou que foi aí que percebeu que tinha que fazer algumas coisas para os filhos dos funcionários. Hoje as festas dos funcionários são muito bacanas. “Lugar de ser feliz” acho que representa muito bem o Vilarejo. Eu sou feliz aqui!  Hoje eu agradeço muito a dona Lili por ter me dado um voto de confiança. Agradeço de coração e vou seguindo em frente, fazendo o meu melhor!

Gilberto Lima Monsores, 50 anos, mais de 30 anos no hotel.
Da recreação para a Central de Reservas
Da recreação para a Central de Reservas
Gustavo Carvalho Brandão, 36 anos, funcionário do hotel há 5 anos.

Fiquei em quatro anos na recreação. Trabalhava com a turma dos baixinhos de 3 a 6 anos. Agora já estou há um ano e meio na central de reservas. Eu trabalhei na região toda praticamente e com turismo pedagógico. O diferencial do Vilarejo foi a receptividade das pessoas. Aqui todo mundo conversa, se conhece há muito tempo. Não é aquela coisa fria. Você chama as pessoas pelo nome. Achei bem diferente dos outros locais. Aqui você não precisa ser o personagem, você pode ser você mesmo e trabalhar da sua maneira. As pessoas gostam de você pelo que você é. Aqui a gente tem liberdade de trabalhar mais à vontade com recreação. Se for muito formal, atrapalha. Precisa de emoção. Para trabalhar com criança tem que gostar, tem que ter paciência e saber a forma certa de tratar. Eu fiz Educação Física. Você aprende a trabalhar com criança pequena. Tem uma forma de falar abaixando na mesma altura. Tem todo um respeito também pelas crianças, avós, pais, porque quem trabalha com os pequenos trabalha com a família toda. Tem todo um planejamento, desenvolvimento motor da criança, do lúdico. O hotel sempre deu liberdade e condições para a gente trabalhar.

Eu pedi para mudar de setor. Chega uma hora que eu já estava fisicamente cansado e precisava de um pouco de estabilidade, de ter horários fixos. Pedi no RH, fiz uma entrevista e fui para a central de reservas. O setor de vendas eu acho mais tranquilo, pois não trabalho nos finais de semana.  Eu percebo que às vezes as pessoas focam muito no valor, mas eu já falo:

— Essa será primeira de muitas vezes que você vai vir.  Aqui é um hotel totalmente familiar.

O Radical só agregou. As pessoas estão estressadas de cidade grande, onde não respiram o ar puro! Aí vêm para cá, pegam o Vilarejo Radical, sobem a colina e veem tudo lá de cima. É uma experiência de vida.

Para ser recreador tem que ter um pouco de cara de pau. Se a pessoa for muito inibida, com a fantasia perde a inibição. Cria um personagem, se solta.  O mais divertido e muito engraçado é o carnaval. Eu sempre gostei do concurso de piranha, do bloco do Vilarejo com as famílias toda reunidas com tranquilidade.

Eu conheço um monte de hotéis que foram construídos e não têm essa estrutura. O Vilarejo foi crescendo ao longo dos anos. As pessoas vêm e saem com um encantamento.  Elas querem voltar.  A comida daqui é maravilhosa, parece comida de mãe! Nossa, isso aqui é muito diferente.

Para mim, vir para o Vilarejo foi uma mudança pessoal muito grande. Eu vim de outra cidade, outro estado, estava naquela fase que eu queria mudar a minha vida.  Eu cheguei meio perdido, meio menino. Comecei a trabalhar, fui conhecendo as pessoas que já trabalhavam aqui há muito tempo e almejei um crescimento pessoal.   A maturidade foi chegando. Acabei criando uma relação com a cidade. Casei e hoje tenho um filho de três meses.  Eu acho que, através dos valores que a empresa me passou e das pessoas que me proporcionaram esse acolhimento, acabei me modificando. E hoje sou uma pessoa melhor. Isso me trouxe muita responsabilidade.  Esse tempo que eu estou aqui, cinco anos, já faz parte da minha história de vida.  Foi um amadurecimento como ser humano. Só tenho que agradecer. Eu não tenho palavras. Gratidão, muita gratidão por tudo que eu sou hoje. O Vilarejo me fez ser uma pessoa melhor!

Fiquei em quatro anos na recreação. Trabalhava com a turma dos baixinhos de 3 a 6 anos. Agora já estou há um ano e meio na central de reservas. Eu trabalhei na região toda praticamente e com turismo pedagógico. O diferencial do Vilarejo foi a receptividade das pessoas. Aqui todo mundo conversa, se conhece há muito tempo. Não é aquela coisa fria. Você chama as pessoas pelo nome. Achei bem diferente dos outros locais. Aqui você não precisa ser o personagem, você pode ser você mesmo e trabalhar da sua maneira. As pessoas gostam de você pelo que você é. Aqui a gente tem liberdade de trabalhar mais à vontade com recreação. Se for muito formal, atrapalha. Precisa de emoção. Para trabalhar com criança tem que gostar, tem que ter paciência e saber a forma certa de tratar. Eu fiz Educação Física. Você aprende a trabalhar com criança pequena. Tem uma forma de falar abaixando na mesma altura. Tem todo um respeito também pelas crianças, avós, pais, porque quem trabalha com os pequenos trabalha com a família toda. Tem todo um planejamento, desenvolvimento motor da criança, do lúdico. O hotel sempre deu liberdade e condições para a gente trabalhar.

Eu pedi para mudar de setor. Chega uma hora que eu já estava fisicamente cansado e precisava de um pouco de estabilidade, de ter horários fixos. Pedi no RH, fiz uma entrevista e fui para a central de reservas. O setor de vendas eu acho mais tranquilo, pois não trabalho nos finais de semana.  Eu percebo que às vezes as pessoas focam muito no valor, mas eu já falo:

— Essa será primeira de muitas vezes que você vai vir.  Aqui é um hotel totalmente familiar.

O Radical só agregou. As pessoas estão estressadas de cidade grande, onde não respiram o ar puro! Aí vêm para cá, pegam o Vilarejo Radical, sobem a colina e veem tudo lá de cima. É uma experiência de vida.

Para ser recreador tem que ter um pouco de cara de pau. Se a pessoa for muito inibida, com a fantasia perde a inibição. Cria um personagem, se solta.  O mais divertido e muito engraçado é o carnaval. Eu sempre gostei do concurso de piranha, do bloco do Vilarejo com as famílias toda reunidas com tranquilidade.

Eu conheço um monte de hotéis que foram construídos e não têm essa estrutura. O Vilarejo foi crescendo ao longo dos anos. As pessoas vêm e saem com um encantamento.  Elas querem voltar.  A comida daqui é maravilhosa, parece comida de mãe! Nossa, isso aqui é muito diferente.

Para mim, vir para o Vilarejo foi uma mudança pessoal muito grande. Eu vim de outra cidade, outro estado, estava naquela fase que eu queria mudar a minha vida.  Eu cheguei meio perdido, meio menino. Comecei a trabalhar, fui conhecendo as pessoas que já trabalhavam aqui há muito tempo e almejei um crescimento pessoal.   A maturidade foi chegando. Acabei criando uma relação com a cidade. Casei e hoje tenho um filho de três meses.  Eu acho que, através dos valores que a empresa me passou e das pessoas que me proporcionaram esse acolhimento, acabei me modificando. E hoje sou uma pessoa melhor. Isso me trouxe muita responsabilidade.  Esse tempo que eu estou aqui, cinco anos, já faz parte da minha história de vida.  Foi um amadurecimento como ser humano. Só tenho que agradecer. Eu não tenho palavras. Gratidão, muita gratidão por tudo que eu sou hoje. O Vilarejo me fez ser uma pessoa melhor!

Gustavo Carvalho Brandão, 36 anos, funcionário do hotel há 5 anos.
Patrões muito generosos
Patrões muito generosos
Humberto José Maria, 71 anos.

Comecei lá no Vilarejo em 1989. Trabalhei quase 10 anos. Puxei muito tijolo de Vargem Alegre para fazer aquelas alas. Eu entrei como motorista e fazia tudo que precisava no hotel. Peguei essa época ainda, bem no começo do hotel. Depois, quando ele fez laticínio, fiz muita entrega de queijo no Rio, em Volta Redonda, cheguei até Iguaba fazendo entrega de queijo. O laticínio nasceu assim: seu João estava conversando e, do nada, falou:

—  Vou fazer um laticínio!

Tudo dele é assim: o laticínio, Condomínio Vilarejo, os que vieram depois. Esse homem, se tivesse mais uns três dele aí, Conservatória estava feita. Por causa dele as coisas saíam. Fazia um rebuliço tremendo. A estrada saiu por esse motivo. Ele sempre foi muito simples, no meio da turma, receptivo. E os filhos vêm da mesma maneira. São pessoas humildes.  Quando faz festa, ele sempre manda convite para os funcionários antigos. Não esquece a gente. Sempre faz alguma homenagem. Eles não esquecem os funcionários. Meu irmão, Jorge Maria, por exemplo, brincava tanto que um dia ele falou assim:

— Ah, seu João tem tanta terra, podia me dar um terreno.

E ele deu um terreno pra ele. Essa casa aqui, eu devo muito a eles. Essa laje ele mandou os funcionários aqui pra fazer. E depois eu fui pagando. A mesma coisa com o telhado, a madeira. E não só eu. Com vários funcionários foi assim. Ele sempre ajudava no que precisasse, se tivesse no alcance. Não sabia dizer não. A família dele é toda assim.

A dona Lili sempre foi muito justa. Pegava junto nas coisas que ela mandava fazer. Ela fez uma obra muito bonita na praça. Foi até uma pena. Colocaram muito dinheiro nessa praça: caminhão trabalhando, material, funcionários... E ela comprou muitas plantas. Deixou a praça bonitinha. Tinha uns mosaicos de lua, de estrelas no chão. Aí veio o prefeito e quebrou tudo.

Desse tempo que trabalhei no Vilarejo, o que mais me marcou foi um senhorzinho que era militar e não viajava com ninguém a não ser comigo. Ele exigia do seu João: “Eu quero motorista tal para me apanhar na minha casa”. Como ele morava em Niterói, eu tinha que ir para buscar e levá-lo em casa.  Não queria outro motorista. Isso é uma coisa que me deixou assim bastante feliz. Era o seu Walter. Só confiava em mim. Pra mim isso era muito bacana.

Meus filhos trabalharam no hotel, e a Vanessa está até hoje. Eu vou me arriscar a dizer que em Conservatória é capaz de não ter uma família que não tenha passado pelo Vilarejo. Se tiver, é muito pouco. Ele deu oportunidade para muita gente. Eu fico muito grato. Ele merece: quanto mais ele cresce, mais gente ele emprega. Devem ter quase umas 200 pessoas empregadas. Eles criaram os dois filhos trabalhando. E parece que os dois estão criando os seus filhos da mesma maneira. Tem que trabalhar para ter as coisas e saber dar valor. Eu aprendi muito com eles.

Todo ano eles pagavam uma casa na praia para os funcionários.  Faziam muito isso para presentear funcionário no fim de ano. Davam um passeio para gente, e tudo por conta deles. A gente trabalhava brincando. Não via ninguém aborrecido. Agradeço por eles terem esse patrimônio, que serviu não só a mim, como a Conservatória, Barra do Piraí, Valença e Rio de Janeiro. Eles foram responsáveis por muitas e muitas vidas em Conservatória.

Comecei lá no Vilarejo em 1989. Trabalhei quase 10 anos. Puxei muito tijolo de Vargem Alegre para fazer aquelas alas. Eu entrei como motorista e fazia tudo que precisava no hotel. Peguei essa época ainda, bem no começo do hotel. Depois, quando ele fez laticínio, fiz muita entrega de queijo no Rio, em Volta Redonda, cheguei até Iguaba fazendo entrega de queijo. O laticínio nasceu assim: seu João estava conversando e, do nada, falou:

—  Vou fazer um laticínio!

Tudo dele é assim: o laticínio, Condomínio Vilarejo, os que vieram depois. Esse homem, se tivesse mais uns três dele aí, Conservatória estava feita. Por causa dele as coisas saíam. Fazia um rebuliço tremendo. A estrada saiu por esse motivo. Ele sempre foi muito simples, no meio da turma, receptivo. E os filhos vêm da mesma maneira. São pessoas humildes.  Quando faz festa, ele sempre manda convite para os funcionários antigos. Não esquece a gente. Sempre faz alguma homenagem. Eles não esquecem os funcionários. Meu irmão, Jorge Maria, por exemplo, brincava tanto que um dia ele falou assim:

— Ah, seu João tem tanta terra, podia me dar um terreno.

E ele deu um terreno pra ele. Essa casa aqui, eu devo muito a eles. Essa laje ele mandou os funcionários aqui pra fazer. E depois eu fui pagando. A mesma coisa com o telhado, a madeira. E não só eu. Com vários funcionários foi assim. Ele sempre ajudava no que precisasse, se tivesse no alcance. Não sabia dizer não. A família dele é toda assim.

A dona Lili sempre foi muito justa. Pegava junto nas coisas que ela mandava fazer. Ela fez uma obra muito bonita na praça. Foi até uma pena. Colocaram muito dinheiro nessa praça: caminhão trabalhando, material, funcionários... E ela comprou muitas plantas. Deixou a praça bonitinha. Tinha uns mosaicos de lua, de estrelas no chão. Aí veio o prefeito e quebrou tudo.

Desse tempo que trabalhei no Vilarejo, o que mais me marcou foi um senhorzinho que era militar e não viajava com ninguém a não ser comigo. Ele exigia do seu João: “Eu quero motorista tal para me apanhar na minha casa”. Como ele morava em Niterói, eu tinha que ir para buscar e levá-lo em casa.  Não queria outro motorista. Isso é uma coisa que me deixou assim bastante feliz. Era o seu Walter. Só confiava em mim. Pra mim isso era muito bacana.

Meus filhos trabalharam no hotel, e a Vanessa está até hoje. Eu vou me arriscar a dizer que em Conservatória é capaz de não ter uma família que não tenha passado pelo Vilarejo. Se tiver, é muito pouco. Ele deu oportunidade para muita gente. Eu fico muito grato. Ele merece: quanto mais ele cresce, mais gente ele emprega. Devem ter quase umas 200 pessoas empregadas. Eles criaram os dois filhos trabalhando. E parece que os dois estão criando os seus filhos da mesma maneira. Tem que trabalhar para ter as coisas e saber dar valor. Eu aprendi muito com eles.

Todo ano eles pagavam uma casa na praia para os funcionários.  Faziam muito isso para presentear funcionário no fim de ano. Davam um passeio para gente, e tudo por conta deles. A gente trabalhava brincando. Não via ninguém aborrecido. Agradeço por eles terem esse patrimônio, que serviu não só a mim, como a Conservatória, Barra do Piraí, Valença e Rio de Janeiro. Eles foram responsáveis por muitas e muitas vidas em Conservatória.

Humberto José Maria, 71 anos.
Muita história pra contar
Muita história pra contar
Gerson Jorge, hóspede, amigo e compositor dos sambas-enredo do Bloco Vai quem vem.

Eu tenho o maior orgulho de dizer que faço parte da família Vilarejo. Falar do Vilarejo sem falar de Conservatória ou falar de Conservatória sem falar do Vilarejo é impossível. Eu conheci Conservatória em janeiro de 1983. O Hotel Vilarejo tinha dois meses inaugurado e foi lá que eu fiquei, no quarto 209, na única ala do hotel de 28 apartamentos.  Durante os dois anos, 1983 e 1984, eu estive lá pelo menos oito vezes.  Durante férias e feriados fui muito ao hotel.  Todas as vezes que eu ia ao hotel, em vez de brincar só com os meus filhos, eu juntava a criançada para fazer brincadeira com todos eles.  Meus filhos brincavam também, era muito melhor. Fazia gincana, cinema, bingo, futebol e outras coisas.  Durante dois anos foram assim. Em 1985, quando estava começando a aparecer as recreações nos grandes hotéis, o João perguntou a mim e à minha esposa Cristina se gostaríamos de fazer a recreação do hotel. Aí eu disse que topava, mas que eu não queria compromisso: quando a gente pudesse, a gente ia fazer na base da amizade na base da troca. E assim foi até mais ou menos 1988. Nós continuamos lá como amigos, frequentando hotel, passávamos férias, feriados. Quase todos os anos estávamos no hotel Vilarejo.

O carnaval era apoteose: o clímax das nossas diversões. Além das farras de manhã, tarde e noite, também nos divertíamos nos blocos da cidade. O Vilarejo era uma ala do bloco da cidade, e a gente desfilava todo ano. Até que, em 1994, logo depois do desfile, nós estávamos na avenida e levamos uma bronca pelo alto-falante, porque nós não cantamos o samba corretamente. Foi aí que surgiu a ideia pra criar o nosso próprio bloco Vai Quem Vem! A partir daí foram 15 anos fazendo a letra do samba do bloco. As famílias se envolviam nas escolhas, na confecção e na preparação do desfile. Vivíamos uma alegria que que se espalhava para o ano inteiro. Muitas idas de Botafogo a Olaria na casa de Lúcia e Orlando, meus queridos parceiros e irmãos do Hotel Vilarejo. Eu chegava com a letra na casa deles, na cozinha, batucando alguma coisa. A Lúcia ao violão ou no piano logo saía a melodia, depois era só marcar ensaio e tudo fluía naturalmente. A gente virava criança de fato. Era muita gozação! Sinto muita saudade desse tempo

Nossos filhos mais velhos, Pablo e Diego, começaram a frequentar o hotel com sete e cinco anos. O caçula Rafael veio a primeira vez na barriga da minha esposa Cristina e foi frequentando até os 20 e poucos anos de idade. Isso se deve, é claro, à beleza do lugar, ao aconchego, ao atendimento, mas principalmente à energia, à empatia, à dedicação e ao carinho de Lili, João e seus filhos o Frederico e a Monique.  Guardo comigo lembranças e muitos amigos. Já frequentei muitas pousadas e muitos hotéis e nunca vi um lugar onde essa relação familiar se espalhasse a partir dos donos e por todos os personagens.

Um recado final especial ao casal Vilarejo, Lili e João. Vocês perpetuaram a coisa mais importante dessa vida: a felicidade. Juntaram coração e razão, plantaram sentimentos e colheram empreendimento. Não somos irmão de direito, mas dentro do peito não há precisão de documentos. O que vale é o sentimento. Portanto, meus eternos irmãos queridos, o Vilarejo foi praticamente a nossa segunda casa. Os meus filhos criaram asas, onde a liberdade, a inocência, a paz fizeram mais e mais por nossas vidas. Quantas lembranças queridas, quanto acalanto no coração, obrigado, muito obrigado, Lili e João!  Salve o Vilarejo, 40 anos de felicidade.

Eu tenho o maior orgulho de dizer que faço parte da família Vilarejo. Falar do Vilarejo sem falar de Conservatória ou falar de Conservatória sem falar do Vilarejo é impossível. Eu conheci Conservatória em janeiro de 1983. O Hotel Vilarejo tinha dois meses inaugurado e foi lá que eu fiquei, no quarto 209, na única ala do hotel de 28 apartamentos.  Durante os dois anos, 1983 e 1984, eu estive lá pelo menos oito vezes.  Durante férias e feriados fui muito ao hotel.  Todas as vezes que eu ia ao hotel, em vez de brincar só com os meus filhos, eu juntava a criançada para fazer brincadeira com todos eles.  Meus filhos brincavam também, era muito melhor. Fazia gincana, cinema, bingo, futebol e outras coisas.  Durante dois anos foram assim. Em 1985, quando estava começando a aparecer as recreações nos grandes hotéis, o João perguntou a mim e à minha esposa Cristina se gostaríamos de fazer a recreação do hotel. Aí eu disse que topava, mas que eu não queria compromisso: quando a gente pudesse, a gente ia fazer na base da amizade na base da troca. E assim foi até mais ou menos 1988. Nós continuamos lá como amigos, frequentando hotel, passávamos férias, feriados. Quase todos os anos estávamos no hotel Vilarejo.

O carnaval era apoteose: o clímax das nossas diversões. Além das farras de manhã, tarde e noite, também nos divertíamos nos blocos da cidade. O Vilarejo era uma ala do bloco da cidade, e a gente desfilava todo ano. Até que, em 1994, logo depois do desfile, nós estávamos na avenida e levamos uma bronca pelo alto-falante, porque nós não cantamos o samba corretamente. Foi aí que surgiu a ideia pra criar o nosso próprio bloco Vai Quem Vem! A partir daí foram 15 anos fazendo a letra do samba do bloco. As famílias se envolviam nas escolhas, na confecção e na preparação do desfile. Vivíamos uma alegria que que se espalhava para o ano inteiro. Muitas idas de Botafogo a Olaria na casa de Lúcia e Orlando, meus queridos parceiros e irmãos do Hotel Vilarejo. Eu chegava com a letra na casa deles, na cozinha, batucando alguma coisa. A Lúcia ao violão ou no piano logo saía a melodia, depois era só marcar ensaio e tudo fluía naturalmente. A gente virava criança de fato. Era muita gozação! Sinto muita saudade desse tempo

Nossos filhos mais velhos, Pablo e Diego, começaram a frequentar o hotel com sete e cinco anos. O caçula Rafael veio a primeira vez na barriga da minha esposa Cristina e foi frequentando até os 20 e poucos anos de idade. Isso se deve, é claro, à beleza do lugar, ao aconchego, ao atendimento, mas principalmente à energia, à empatia, à dedicação e ao carinho de Lili, João e seus filhos o Frederico e a Monique.  Guardo comigo lembranças e muitos amigos. Já frequentei muitas pousadas e muitos hotéis e nunca vi um lugar onde essa relação familiar se espalhasse a partir dos donos e por todos os personagens.

Um recado final especial ao casal Vilarejo, Lili e João. Vocês perpetuaram a coisa mais importante dessa vida: a felicidade. Juntaram coração e razão, plantaram sentimentos e colheram empreendimento. Não somos irmão de direito, mas dentro do peito não há precisão de documentos. O que vale é o sentimento. Portanto, meus eternos irmãos queridos, o Vilarejo foi praticamente a nossa segunda casa. Os meus filhos criaram asas, onde a liberdade, a inocência, a paz fizeram mais e mais por nossas vidas. Quantas lembranças queridas, quanto acalanto no coração, obrigado, muito obrigado, Lili e João!  Salve o Vilarejo, 40 anos de felicidade.

Gerson Jorge, hóspede, amigo e compositor dos sambas-enredo do Bloco Vai quem vem.
Orgulho em pertencer à Família Vilarejo
Orgulho em pertencer à Família Vilarejo
Fátima Vasconcelos, hóspede há mais de 20 anos.

Frequento o hotel há mais de 20 anos. Pra mim é uma grande família. As coisas foram mudando. O crescimento do hotel foi enorme, mas sempre com a sua essência de família, princípios, ética, qualidade e preservação da natureza, que é muito importante! Inclusive eu tenho uma árvore plantada aqui na fazenda. É o meu segundo lar. Já passei por muitas coisas. Antigamente meu pai e minha avó também frequentavam aqui (lágrimas). Hoje em dia eles já não estão mais aqui com a gente, mas ficou a lembrança. A minha filha ama. Hoje ela tem 28 anos e lembra de tudo. Do caça-fantasma lá do início, dessas brincadeiras frequentes aqui do hotel.  As festas, tudo, os antigos funcionários, alguns que hoje já não estão com a gente. O Gustavo, garçom, era uma pessoa maravilhosa! Viramos amigos aqui. A gente fez uma amizade. Nós chegamos como hóspedes e viramos amigos. Eu venho frequentemente, no Natal, Ano Novo e carnaval. Sempre frequentei vários outros hotéis, mas depois que eu conheci aqui me cativou. Cativou a família toda. A gente fala que é uma cachaça, a gente chega aqui, experimenta e não sai mais.

O hotel foi crescendo aos poucos, hoje é um complexo maravilhoso! Sem palavras, mas a essência é a mesma desde o início.  Essa união que tem essa presença do João, da Lili, os filhos e agora os netos que estão sempre presentes. Eu moro no Rio, na Gávea, já tive a oportunidade de ir para outros lugares, mas eu sempre volto. A minha referência é aqui! É um lugar que não cansa, já saio com saudade, querendo voltar!

Conservatória é uma cidade seresteira, o hotel proporciona tudo! O Vilarejo trouxe o desenvolvimento. Aqui tudo é muito bem cuidado, bem florido, mantendo a natureza que é muito importante.  Esse cuidado é muito importante. Minha filha hoje está com 28 anos e frequenta aqui desde pequena. Eu sinto nela essa ligação, ela sempre vem para cá e sempre remete aqui porque é um link familiar. Para ela estar aqui é estar em casa, reconhece todo mundo, fala com todo mundo, conhece as pessoas da cidade também. Cada vez que você vem, conhece alguém e vai fazendo outros ciclos de amizade. Todas as datas que vivi aqui foram muito importantes. Para mim, são muito marcantes. Hoje eu não tenho mais meu pai, não tenho mais a minha avó, mas eu me sinto em família.  Me sinto em casa, isso é importante, me remete à família, paz e carinho. O carnaval é uma alegria! E tem segurança aqui. A gente pode andar, pode conversar. É muito seguro. Isso é muito importante nos dias de hoje. O nosso bloco é difícil comparar.  É a nossa Sapucaí, com tudo que tem direito. Realmente, quando o bloco passa, é uma grande emoção.

Aqui a gente se sente bem, se sente feliz. Quando a gente vem para cá, tem essa paz, esse equilíbrio, esse encontro! Você consegue descansar, pensar, refletir e conseguir essa estabilidade. Todo mundo é tratado com muito respeito, uma empatia um pelo outro. É um lugar maravilhoso, uma segunda casa que a gente viu crescer. Cada vez que a gente chega aqui e vê a fazenda, a forma como cresceu, nossa, é gratificante! Ver isso você se sente parte de alguma maneira, cada vez que você pisa tem uma novidade. A Casa Velha virou um café, é de uma delicadeza aquele ponto, para todo mundo se encontrar, um ponto para as pessoas se conhecerem.  Tomar um café, bater um papo. Vai crescendo a amizade, vai criando um vínculo, ficou muito linda.

Lili e seu João é difícil falar. Fico emocionada (muitas lágrimas) porque fazemos parte de uma família. Um carinho imenso nessa longa trajetória! Queria dizer que vocês moram no nosso coração!  Estamos sempre aqui e continuaremos, de pai para filho, para neto... E é muito bom saber que a gente pode estar com todos. Aqui é um lugar realmente de ser feliz e é onde a gente se sente feliz! Quero mandar um beijo enorme para vocês, para todo Vilarejo. Sinto muito orgulho de pertencer à Família Vilarejo.  Amo muito todos vocês.

Frequento o hotel há mais de 20 anos. Pra mim é uma grande família. As coisas foram mudando. O crescimento do hotel foi enorme, mas sempre com a sua essência de família, princípios, ética, qualidade e preservação da natureza, que é muito importante! Inclusive eu tenho uma árvore plantada aqui na fazenda. É o meu segundo lar. Já passei por muitas coisas. Antigamente meu pai e minha avó também frequentavam aqui (lágrimas). Hoje em dia eles já não estão mais aqui com a gente, mas ficou a lembrança. A minha filha ama. Hoje ela tem 28 anos e lembra de tudo. Do caça-fantasma lá do início, dessas brincadeiras frequentes aqui do hotel.  As festas, tudo, os antigos funcionários, alguns que hoje já não estão com a gente. O Gustavo, garçom, era uma pessoa maravilhosa! Viramos amigos aqui. A gente fez uma amizade. Nós chegamos como hóspedes e viramos amigos. Eu venho frequentemente, no Natal, Ano Novo e carnaval. Sempre frequentei vários outros hotéis, mas depois que eu conheci aqui me cativou. Cativou a família toda. A gente fala que é uma cachaça, a gente chega aqui, experimenta e não sai mais.

O hotel foi crescendo aos poucos, hoje é um complexo maravilhoso! Sem palavras, mas a essência é a mesma desde o início.  Essa união que tem essa presença do João, da Lili, os filhos e agora os netos que estão sempre presentes. Eu moro no Rio, na Gávea, já tive a oportunidade de ir para outros lugares, mas eu sempre volto. A minha referência é aqui! É um lugar que não cansa, já saio com saudade, querendo voltar!

Conservatória é uma cidade seresteira, o hotel proporciona tudo! O Vilarejo trouxe o desenvolvimento. Aqui tudo é muito bem cuidado, bem florido, mantendo a natureza que é muito importante.  Esse cuidado é muito importante. Minha filha hoje está com 28 anos e frequenta aqui desde pequena. Eu sinto nela essa ligação, ela sempre vem para cá e sempre remete aqui porque é um link familiar. Para ela estar aqui é estar em casa, reconhece todo mundo, fala com todo mundo, conhece as pessoas da cidade também. Cada vez que você vem, conhece alguém e vai fazendo outros ciclos de amizade. Todas as datas que vivi aqui foram muito importantes. Para mim, são muito marcantes. Hoje eu não tenho mais meu pai, não tenho mais a minha avó, mas eu me sinto em família.  Me sinto em casa, isso é importante, me remete à família, paz e carinho. O carnaval é uma alegria! E tem segurança aqui. A gente pode andar, pode conversar. É muito seguro. Isso é muito importante nos dias de hoje. O nosso bloco é difícil comparar.  É a nossa Sapucaí, com tudo que tem direito. Realmente, quando o bloco passa, é uma grande emoção.

Aqui a gente se sente bem, se sente feliz. Quando a gente vem para cá, tem essa paz, esse equilíbrio, esse encontro! Você consegue descansar, pensar, refletir e conseguir essa estabilidade. Todo mundo é tratado com muito respeito, uma empatia um pelo outro. É um lugar maravilhoso, uma segunda casa que a gente viu crescer. Cada vez que a gente chega aqui e vê a fazenda, a forma como cresceu, nossa, é gratificante! Ver isso você se sente parte de alguma maneira, cada vez que você pisa tem uma novidade. A Casa Velha virou um café, é de uma delicadeza aquele ponto, para todo mundo se encontrar, um ponto para as pessoas se conhecerem.  Tomar um café, bater um papo. Vai crescendo a amizade, vai criando um vínculo, ficou muito linda.

Lili e seu João é difícil falar. Fico emocionada (muitas lágrimas) porque fazemos parte de uma família. Um carinho imenso nessa longa trajetória! Queria dizer que vocês moram no nosso coração!  Estamos sempre aqui e continuaremos, de pai para filho, para neto... E é muito bom saber que a gente pode estar com todos. Aqui é um lugar realmente de ser feliz e é onde a gente se sente feliz! Quero mandar um beijo enorme para vocês, para todo Vilarejo. Sinto muito orgulho de pertencer à Família Vilarejo.  Amo muito todos vocês.

Fátima Vasconcelos, hóspede há mais de 20 anos.
Minha família Vilarejo
Minha família Vilarejo
Flávio Faria, 69 anos, funcionário.

Comecei a trabalhar no dia 5 de abril de 1987. Estou lá até hoje. Comecei com umas vaquinhas junto com Fábio e o Frederico.  O curral era ali perto da entrada. Quando eu comecei a trabalhar não existe aquele lago, era pasto do gado. Depois foi ampliando, aumentando mais o gado. Chegamos a tirar ali mais de 1000 litros de leite. Só ali onde tem aquele lago e estou lá faz 35 anos. E continuo trabalhando. Minhas filhas foram criadas juntas com os filhos do Seu João, a Monique e o Frederico. Criado juntos, nós somos patrão e amigos. Quando eu entrei, o hotel já estava funcionando há uns três ou quatro anos e só tinha uma parte ali da recepção, funcionava a cozinha mais umas 15 suítes. Foi aumentando, cada dia, cada ano, fazendo mais suítes e chegou ao ponto que chegou. Hoje está recebendo trezentos e tantas pessoas toda semana.

Eu trabalhei toda minha vida na parte do curral, depois que eu quis parar de mexer com gado. O Hotel produzia queijo só para consumo. Abriu laticínio, aí começou a fazer queijo para vender para fora. Depois fechou uns tempos. No começo eram muitas exposições, Valença, Rio das Flores, Volta Redonda, Barra Mansa e Conservatória.  Tinha muitos torneios de curral, era muito bom! Seu João gostava muito e participava de tudo. Temos muitos troféus. Ganhamos muitas exposições. Ele participava. E sempre muito trabalhador, muito disciplinado com as coisas, gente boa, bom de coração, bom para ajudar as pessoas.  Se dependesse de uma ajuda, de qualquer coisa, um favor, um médico, de qualquer coisa, ele estava pronto para servir. Ele sempre fala comigo.  Como se fosse da família. Para mim é família. Frequentava minha casa. Frederico não saía da minha casa, foi praticamente criado com a gente.  Tinha mocotó ou uma galinhada.  Frederico chegava das festas de madrugada, com sono. Eu o escondia para o seu João não o achar dormindo.  Uma vida muito boa. Agora cada eles me colocaram na horta. Parece que eles estão gostando, eu estou muito feliz, só recebo elogios.

Seu João sempre foi enérgico com os filhos, da mesma forma que era com os funcionários. Cobrança tinha demais, não resta dúvida, nunca deu moleza para eles, nunca passou a mão na cabeça deles. Eles tinham que trabalhar, então o Frederico estudava e vinha pra casa no fim de semana.  Você acha que ele ficava jogando bola de gude, bola no campo? Nada, estava junto no curral comigo, desde garoto. Frederico entende muito de gado, seu João largou gado e jogou tudo na mão dele.  Na região, o único gado de nome é do Vilarejo. Fala que é gado do Vilarejo, o pessoal respeita.

Onde eu moro só tinha uma casa. A primeira casa que foi feita aqui foi da minha mãe. Aí, depois que o seu João veio para cá, chegou com a turma da construtora José Carlos, irmão dele. Aí bombou Conservatória.  Teve muita obra, muitas casas. Quantos condomínios têm em Conservatória desse lado de cá do túnel?  Quanto que cresceu? Agradeça ao Vilarejo, porque Conservatória cresceu dessa maneira foi por causa do Vilarejo.

Eu trabalhava na fazenda com gado. Cansei desse negócio e falei com o Frederico e com seu João que até queria sair do serviço.  Seu João me respondeu:

— Aqui na empresa tem uns 50 lugares para você trabalhar.  Você pode escolher onde você quer trabalhar.

Eu me considero da família Vilarejo. Eles sempre falam para todo mundo que gostam de mim. Para mim não é patrão, é minha família. Respeito como patrão, mas para mim é como uma família.  Eles me respeitam como família, minha esposa, minhas filhas e meus netos. Estamos juntos para tudo, nas horas boas e nas horas ruins. É a minha família Vilarejo.

Comecei a trabalhar no dia 5 de abril de 1987. Estou lá até hoje. Comecei com umas vaquinhas junto com Fábio e o Frederico.  O curral era ali perto da entrada. Quando eu comecei a trabalhar não existe aquele lago, era pasto do gado. Depois foi ampliando, aumentando mais o gado. Chegamos a tirar ali mais de 1000 litros de leite. Só ali onde tem aquele lago e estou lá faz 35 anos. E continuo trabalhando. Minhas filhas foram criadas juntas com os filhos do Seu João, a Monique e o Frederico. Criado juntos, nós somos patrão e amigos. Quando eu entrei, o hotel já estava funcionando há uns três ou quatro anos e só tinha uma parte ali da recepção, funcionava a cozinha mais umas 15 suítes. Foi aumentando, cada dia, cada ano, fazendo mais suítes e chegou ao ponto que chegou. Hoje está recebendo trezentos e tantas pessoas toda semana.

Eu trabalhei toda minha vida na parte do curral, depois que eu quis parar de mexer com gado. O Hotel produzia queijo só para consumo. Abriu laticínio, aí começou a fazer queijo para vender para fora. Depois fechou uns tempos. No começo eram muitas exposições, Valença, Rio das Flores, Volta Redonda, Barra Mansa e Conservatória.  Tinha muitos torneios de curral, era muito bom! Seu João gostava muito e participava de tudo. Temos muitos troféus. Ganhamos muitas exposições. Ele participava. E sempre muito trabalhador, muito disciplinado com as coisas, gente boa, bom de coração, bom para ajudar as pessoas.  Se dependesse de uma ajuda, de qualquer coisa, um favor, um médico, de qualquer coisa, ele estava pronto para servir. Ele sempre fala comigo.  Como se fosse da família. Para mim é família. Frequentava minha casa. Frederico não saía da minha casa, foi praticamente criado com a gente.  Tinha mocotó ou uma galinhada.  Frederico chegava das festas de madrugada, com sono. Eu o escondia para o seu João não o achar dormindo.  Uma vida muito boa. Agora cada eles me colocaram na horta. Parece que eles estão gostando, eu estou muito feliz, só recebo elogios.

Seu João sempre foi enérgico com os filhos, da mesma forma que era com os funcionários. Cobrança tinha demais, não resta dúvida, nunca deu moleza para eles, nunca passou a mão na cabeça deles. Eles tinham que trabalhar, então o Frederico estudava e vinha pra casa no fim de semana.  Você acha que ele ficava jogando bola de gude, bola no campo? Nada, estava junto no curral comigo, desde garoto. Frederico entende muito de gado, seu João largou gado e jogou tudo na mão dele.  Na região, o único gado de nome é do Vilarejo. Fala que é gado do Vilarejo, o pessoal respeita.

Onde eu moro só tinha uma casa. A primeira casa que foi feita aqui foi da minha mãe. Aí, depois que o seu João veio para cá, chegou com a turma da construtora José Carlos, irmão dele. Aí bombou Conservatória.  Teve muita obra, muitas casas. Quantos condomínios têm em Conservatória desse lado de cá do túnel?  Quanto que cresceu? Agradeça ao Vilarejo, porque Conservatória cresceu dessa maneira foi por causa do Vilarejo.

Eu trabalhava na fazenda com gado. Cansei desse negócio e falei com o Frederico e com seu João que até queria sair do serviço.  Seu João me respondeu:

— Aqui na empresa tem uns 50 lugares para você trabalhar.  Você pode escolher onde você quer trabalhar.

Eu me considero da família Vilarejo. Eles sempre falam para todo mundo que gostam de mim. Para mim não é patrão, é minha família. Respeito como patrão, mas para mim é como uma família.  Eles me respeitam como família, minha esposa, minhas filhas e meus netos. Estamos juntos para tudo, nas horas boas e nas horas ruins. É a minha família Vilarejo.

Flávio Faria, 69 anos, funcionário.
Vilarejo de geração para geração
Vilarejo de geração para geração
Diva Aparecida de Souza, 71 anos, ex. funcionária da lavanderia.

Comecei a trabalhar em 1988 na lavanderia. Era bom, tinha muita amizade, tinha Beta, Tania, Helena, eu gostava muito. Sinto falta. A gente aposenta, mas sente saudades. Seu João, dona Lili e Monique são gente muito boa. Não tinha muito contato com seu João, só nas reuniões que ele fazia com a gente. Ele quase não ia na lavanderia. Quando a lavanderia era no hotel, eu via mais eles, depois foi lá para Acalanto. Quando eu fui trabalhar só tinha ala 100 e a ala 200. Depois estava fazendo o restaurante e a ala 300.  Depois cresceu muito. Foi muito importante pra mim.

Eu sempre trabalhei fora e nunca tive a carteira assinado. Foi no Vilarejo que assinaram a minha carteira. Isso me ajudou muito. E trabalhei lá até me aposentar. Acabei de criar meus filhos ali. Com 12 filhos, numa época difícil, que estava todo mundo em casa.

Eles são pessoas boas, que não esquecem a gente. Chamaram os funcionários antigos e fizeram uma homenagem, uma festinha pra gente. Eu estava com a perna quebrada na época e não queria ir. Mas eles falaram: vai de carro. E aí eu fui. Foi bom, eles não esquecem a gente.

Agradeço pelos tempos que eu trabalhei. Foi muito gratificante porque a Dona Lili, seu João, Monique e Frederico são ótimas pessoas, têm um bom coração. A dona Lili tem um coração enorme. Dona Lili é humilde, ela é rica, mas é humilde, agradável, ela não tem esse negócio de funcionário, trata todo mundo bem, de igual pra igual.

Sou muita grata. Seis pessoas da minha família trabalham lá: duas netas, Ana Evelyn e a Vitória, e quatro filhos, Beta, Esther, Eliseu e Eliezer. É muito importante isso. Já é a terceira geração da minha família trabalhando lá. Eu agradeço. Sou muito grata a eles porque abriram uma porta de emprego para mim.

Comecei a trabalhar em 1988 na lavanderia. Era bom, tinha muita amizade, tinha Beta, Tania, Helena, eu gostava muito. Sinto falta. A gente aposenta, mas sente saudades. Seu João, dona Lili e Monique são gente muito boa. Não tinha muito contato com seu João, só nas reuniões que ele fazia com a gente. Ele quase não ia na lavanderia. Quando a lavanderia era no hotel, eu via mais eles, depois foi lá para Acalanto. Quando eu fui trabalhar só tinha ala 100 e a ala 200. Depois estava fazendo o restaurante e a ala 300.  Depois cresceu muito. Foi muito importante pra mim.

Eu sempre trabalhei fora e nunca tive a carteira assinado. Foi no Vilarejo que assinaram a minha carteira. Isso me ajudou muito. E trabalhei lá até me aposentar. Acabei de criar meus filhos ali. Com 12 filhos, numa época difícil, que estava todo mundo em casa.

Eles são pessoas boas, que não esquecem a gente. Chamaram os funcionários antigos e fizeram uma homenagem, uma festinha pra gente. Eu estava com a perna quebrada na época e não queria ir. Mas eles falaram: vai de carro. E aí eu fui. Foi bom, eles não esquecem a gente.

Agradeço pelos tempos que eu trabalhei. Foi muito gratificante porque a Dona Lili, seu João, Monique e Frederico são ótimas pessoas, têm um bom coração. A dona Lili tem um coração enorme. Dona Lili é humilde, ela é rica, mas é humilde, agradável, ela não tem esse negócio de funcionário, trata todo mundo bem, de igual pra igual.

Sou muita grata. Seis pessoas da minha família trabalham lá: duas netas, Ana Evelyn e a Vitória, e quatro filhos, Beta, Esther, Eliseu e Eliezer. É muito importante isso. Já é a terceira geração da minha família trabalhando lá. Eu agradeço. Sou muito grata a eles porque abriram uma porta de emprego para mim.

Diva Aparecida de Souza, 71 anos, ex. funcionária da lavanderia.
Não sei ver Conservatória sem Vilarejo
Não sei ver Conservatória sem Vilarejo
Altair José Furtado Duque, 48 anos, funcionário do Vilarejo há 22 anos

Em 1993, eu fiz uma prova para trabalhar no laticínio e, na hora da entrevista, não fui bem. Depois de oito anos, voltei e estou até hoje. Antigamente, não tinha asfalto. Os ônibus agarravam no caminho. Tinha que ficar esperando o pessoal chegar para jantar e para a gente finalizar a nossa copa. Saí muitas vezes depois do horário. Hoje, graças a Deus, tem o asfalto. Hoje é muito mais fácil. A copa hoje é muito maior do que era antigamente. E a estrutura é muito melhor. Eu era jovem quando eu casei com 20 anos. E aí já fui trabalhar. Sempre fui independente. Quando eu entrei aqui, a responsabilidade foi grande, mas tudo que eles me pediam eu fazia com boa vontade. Às vezes, foi difícil. Muitas vezes achei que eu não ia saber fazer.  Você acha que não vai dar conta as mudanças de função. Eu estou aqui há 22 anos na empresa. Nunca tive medo de desafios. Se tiver medo do desafio, você não vai para frente.

Seu João era agitado, mas aprendi muito com ele. Ele chegava e falava o que tinha de fazer e resolvia. Era o jeito dele. Imagina uma pessoa para manter isso tudo por 40 anos.  Se não fosse uma pessoa firme, não daria. Vilarejo me moldou muito. Eu cresci, formei minha família, tenho minha casinha graças a Deus! Sou bem controlado na vida, tenho uma base firme.  Eu tenho muita amizade com o seu João, com a Dona Lili e com os filhos. Aqui sempre tive liberdade de chegar, perguntar. Isso me fez crescer.  Nunca tive medo de ser mandado embora, pois sempre fiz o melhor. Quando eles pediam alguma coisa, eu nunca falei não.  Por isso que eu estou até hoje.  Eu me moldei na empresa.

Conservatória é pequenininha. A pessoa que trabalha aqui tem que dar valor ao seu trabalho. É de onde você tira o seu sustento. Eu sempre dei valor a tudo que a empresa dá para a gente, por isso que a gente vai para frente e fico tranquilo. A empresa me deu estabilidade. Eu não tenho medo. Eu não sei ver Conservatória sem Vilarejo.  Grande parte das pessoas veio pra cá por causa do hotel. Hoje muitas delas têm casa, sítio e até fazenda aqui. Se Conservatória é o que é hoje, agradeça principalmente ao seu João. Quantas famílias, quantos condomínios? Boa parte foi a obra do Vilarejo, que ajudou.  Não existia quase nada do lado de cá do túnel.  Se as pessoas forem no Cruzeiro tirar uma foto ou filmar, do túnel para cá é outra cidade. E isso foi criado depois do Vilarejo. A gente não percebe isso. Só as pessoas que vêm de fora que percebem o que havia 30 anos atrás e como mudou. Isso é um diferencial de uma cidade. Você pode ficar na rua meia-noite e não tem um problema de um assalto. As pessoas têm tranquilidade.

Na hora que eu mais precisei a empresa sempre esteve ao meu lado. Na época da doença dos meus pais, nunca perdi um dia de serviço, nunca fiquei sozinho. A empresa sempre me apoiou. Em 2012, perdi meu pai e a minha mãe. Se eu não tivesse uma base na minha empresa, me escorando por trás, eu não sei como seria. Seu João e os meninos, na época que mais precisei, me ajudaram muito. Foi uma época difícil, e a empresa colaborou comigo. Eu nunca passei dificuldades. Então, só tenho a agradecer.  Hoje eu tenho 22 anos na empresa. É uma vida. É quase a metade da minha vida. Então, eu dou graças a Deus.

Em 1993, eu fiz uma prova para trabalhar no laticínio e, na hora da entrevista, não fui bem. Depois de oito anos, voltei e estou até hoje. Antigamente, não tinha asfalto. Os ônibus agarravam no caminho. Tinha que ficar esperando o pessoal chegar para jantar e para a gente finalizar a nossa copa. Saí muitas vezes depois do horário. Hoje, graças a Deus, tem o asfalto. Hoje é muito mais fácil. A copa hoje é muito maior do que era antigamente. E a estrutura é muito melhor. Eu era jovem quando eu casei com 20 anos. E aí já fui trabalhar. Sempre fui independente. Quando eu entrei aqui, a responsabilidade foi grande, mas tudo que eles me pediam eu fazia com boa vontade. Às vezes, foi difícil. Muitas vezes achei que eu não ia saber fazer.  Você acha que não vai dar conta as mudanças de função. Eu estou aqui há 22 anos na empresa. Nunca tive medo de desafios. Se tiver medo do desafio, você não vai para frente.

Seu João era agitado, mas aprendi muito com ele. Ele chegava e falava o que tinha de fazer e resolvia. Era o jeito dele. Imagina uma pessoa para manter isso tudo por 40 anos.  Se não fosse uma pessoa firme, não daria. Vilarejo me moldou muito. Eu cresci, formei minha família, tenho minha casinha graças a Deus! Sou bem controlado na vida, tenho uma base firme.  Eu tenho muita amizade com o seu João, com a Dona Lili e com os filhos. Aqui sempre tive liberdade de chegar, perguntar. Isso me fez crescer.  Nunca tive medo de ser mandado embora, pois sempre fiz o melhor. Quando eles pediam alguma coisa, eu nunca falei não.  Por isso que eu estou até hoje.  Eu me moldei na empresa.

Conservatória é pequenininha. A pessoa que trabalha aqui tem que dar valor ao seu trabalho. É de onde você tira o seu sustento. Eu sempre dei valor a tudo que a empresa dá para a gente, por isso que a gente vai para frente e fico tranquilo. A empresa me deu estabilidade. Eu não tenho medo. Eu não sei ver Conservatória sem Vilarejo.  Grande parte das pessoas veio pra cá por causa do hotel. Hoje muitas delas têm casa, sítio e até fazenda aqui. Se Conservatória é o que é hoje, agradeça principalmente ao seu João. Quantas famílias, quantos condomínios? Boa parte foi a obra do Vilarejo, que ajudou.  Não existia quase nada do lado de cá do túnel.  Se as pessoas forem no Cruzeiro tirar uma foto ou filmar, do túnel para cá é outra cidade. E isso foi criado depois do Vilarejo. A gente não percebe isso. Só as pessoas que vêm de fora que percebem o que havia 30 anos atrás e como mudou. Isso é um diferencial de uma cidade. Você pode ficar na rua meia-noite e não tem um problema de um assalto. As pessoas têm tranquilidade.

Na hora que eu mais precisei a empresa sempre esteve ao meu lado. Na época da doença dos meus pais, nunca perdi um dia de serviço, nunca fiquei sozinho. A empresa sempre me apoiou. Em 2012, perdi meu pai e a minha mãe. Se eu não tivesse uma base na minha empresa, me escorando por trás, eu não sei como seria. Seu João e os meninos, na época que mais precisei, me ajudaram muito. Foi uma época difícil, e a empresa colaborou comigo. Eu nunca passei dificuldades. Então, só tenho a agradecer.  Hoje eu tenho 22 anos na empresa. É uma vida. É quase a metade da minha vida. Então, eu dou graças a Deus.

Altair José Furtado Duque, 48 anos, funcionário do Vilarejo há 22 anos
Desistir jamais
Desistir jamais
Denise Oliveira, funcionária do RH.

Eu trabalho aqui há quase 30 anos. Eu entrei 1991. Aí trabalhei 15 anos direto. Saí, fiquei dois anos fora e voltei há 12 anos. Quando entrei, era um hotel pequeno, tinha só a parte de baixo da recepção, ala 100, 200, mais a ala 700, lá em cima o casarão. Aos poucos eu vi tudo isso crescendo, cada pedacinho desse hotel, cada construção, cada parede levantada disso aqui, desde que eu entrei. Participei de tudo.

Entrei como camareira e trabalhei três anos. Aí eu terminei o segundo grau e tive oportunidade de trabalhar no escritório. Chamaram-me para o escritório. E aí eu fiquei, fui caixa, seu João sempre puxando para frente, sempre dando oportunidade. Ele via muita qualidade em todo mundo. Ele nos colocava em vários setores. Dizia: “Hoje você vai trabalhar na recepção, hoje você vai fazer aqui, então você vai fazer aquilo”. Ele treinava todo mundo para fazer de tudo.  Ele dizia que os funcionários tinham que saber fazer de tudo. Então, eu rodei por vários setores da empresa: setor de transportes, central de reservas, fui para Rio das Ostras no financeiro quando ele comprou lá. Um crescimento profissional incrível. Eu entrei de camareira. Eu sabia que eu não queria ficar lavando o banheiro o resto da minha vida, isso eu sabia.  Eu não sabia que eu ia chegar até aqui, subir a um cargo de confiança! Seu João sempre apostou e estimulou. Quando eu comecei fazer faculdade era muito cansativo. Eu vinha trabalhar morando em Barra e depois tinha que ir para Volta Redonda.  Chegava em casa quase meia-noite e levantava 5 horas da manhã no outro dia.  Teve dias que eu pensei em desistir. Eu sentava pra conversar com ele e falava:

— Seu João, acho que eu vou desistir.

Ele:

— Não, você não vai desistir, você vai terminar.

Ele incentivava a estudar. Hoje eu sou responsável pelo departamento de pessoal, um dos cargos de confiança. Ele dizia que eu era braço direito dele.  Muito tempo de convivência, tempo de confiança de ambas as partes. A gente faz um trabalho, conquista e a outra parte reconhece. Isso ele sabe fazer muito bem, sempre soube, tem um coração gigante. Ele vê as pessoas como ser humano, ele sempre ajudou todo mundo. O que ele pode fazer sempre fez, sempre teve a preocupação com os funcionários dele. De chegar ao final do mês, lá no início, falando “esse mês tá apertado, vamos vender um carro, vamos pagar todo mundo!”. Nunca, nesses anos que eu trabalho aqui, o salário atrasou. Nunca deixou isso acontecer. Ele dava um jeito, vendia uma coisa, mas o pagamento dos funcionários era em dia. Ele tem uma preocupação de levar o alimento para dentro da casa das pessoas. Sempre pensou em colocar uma cesta básica, dar um plano de saúde, uma preocupação enorme com a saúde de todo mundo, não só dos funcionários, mas da família também.

Quando a gente tem vaga disponível a primeira coisa que é feita é a divulgação dentro da cidade e a comunicação interna, porque às vezes tem alguém lá fora, um parente, e a empresa sempre dá oportunidade para a pessoa da mesma família. Tem empresa que não aceita duas pessoas trabalhando que sejam da mesma família. Aqui, não, porque a gente conhece todo mundo. Quanto mais gente conhecida, melhor. Já sabemos da responsabilidade, do caráter da pessoa, é melhor.  O pessoal de Conservatória a gente conhece todo mundo. Só não trabalha aqui quem não quer trabalhar, porque oportunidade tem. É muito serviço? É. Mas é uma oportunidade de sustento. Hoje eu tenho muito agradecer a eles pela oportunidade de estar aqui já há quase 30 anos.  Eu escolhi essa empresa e ela me escolheu.  Eu faço parte do Vilarejo. Eu tenho muito orgulho disso, de ter aprendido tudo que eu aprendi. Eles me acolheram. Eu só tenho a agradecer pela oportunidade, por acreditar em mim e pela confiança.

Eu trabalho aqui há quase 30 anos. Eu entrei 1991. Aí trabalhei 15 anos direto. Saí, fiquei dois anos fora e voltei há 12 anos. Quando entrei, era um hotel pequeno, tinha só a parte de baixo da recepção, ala 100, 200, mais a ala 700, lá em cima o casarão. Aos poucos eu vi tudo isso crescendo, cada pedacinho desse hotel, cada construção, cada parede levantada disso aqui, desde que eu entrei. Participei de tudo.

Entrei como camareira e trabalhei três anos. Aí eu terminei o segundo grau e tive oportunidade de trabalhar no escritório. Chamaram-me para o escritório. E aí eu fiquei, fui caixa, seu João sempre puxando para frente, sempre dando oportunidade. Ele via muita qualidade em todo mundo. Ele nos colocava em vários setores. Dizia: “Hoje você vai trabalhar na recepção, hoje você vai fazer aqui, então você vai fazer aquilo”. Ele treinava todo mundo para fazer de tudo.  Ele dizia que os funcionários tinham que saber fazer de tudo. Então, eu rodei por vários setores da empresa: setor de transportes, central de reservas, fui para Rio das Ostras no financeiro quando ele comprou lá. Um crescimento profissional incrível. Eu entrei de camareira. Eu sabia que eu não queria ficar lavando o banheiro o resto da minha vida, isso eu sabia.  Eu não sabia que eu ia chegar até aqui, subir a um cargo de confiança! Seu João sempre apostou e estimulou. Quando eu comecei fazer faculdade era muito cansativo. Eu vinha trabalhar morando em Barra e depois tinha que ir para Volta Redonda.  Chegava em casa quase meia-noite e levantava 5 horas da manhã no outro dia.  Teve dias que eu pensei em desistir. Eu sentava pra conversar com ele e falava:

— Seu João, acho que eu vou desistir.

Ele:

— Não, você não vai desistir, você vai terminar.

Ele incentivava a estudar. Hoje eu sou responsável pelo departamento de pessoal, um dos cargos de confiança. Ele dizia que eu era braço direito dele.  Muito tempo de convivência, tempo de confiança de ambas as partes. A gente faz um trabalho, conquista e a outra parte reconhece. Isso ele sabe fazer muito bem, sempre soube, tem um coração gigante. Ele vê as pessoas como ser humano, ele sempre ajudou todo mundo. O que ele pode fazer sempre fez, sempre teve a preocupação com os funcionários dele. De chegar ao final do mês, lá no início, falando “esse mês tá apertado, vamos vender um carro, vamos pagar todo mundo!”. Nunca, nesses anos que eu trabalho aqui, o salário atrasou. Nunca deixou isso acontecer. Ele dava um jeito, vendia uma coisa, mas o pagamento dos funcionários era em dia. Ele tem uma preocupação de levar o alimento para dentro da casa das pessoas. Sempre pensou em colocar uma cesta básica, dar um plano de saúde, uma preocupação enorme com a saúde de todo mundo, não só dos funcionários, mas da família também.

Quando a gente tem vaga disponível a primeira coisa que é feita é a divulgação dentro da cidade e a comunicação interna, porque às vezes tem alguém lá fora, um parente, e a empresa sempre dá oportunidade para a pessoa da mesma família. Tem empresa que não aceita duas pessoas trabalhando que sejam da mesma família. Aqui, não, porque a gente conhece todo mundo. Quanto mais gente conhecida, melhor. Já sabemos da responsabilidade, do caráter da pessoa, é melhor.  O pessoal de Conservatória a gente conhece todo mundo. Só não trabalha aqui quem não quer trabalhar, porque oportunidade tem. É muito serviço? É. Mas é uma oportunidade de sustento. Hoje eu tenho muito agradecer a eles pela oportunidade de estar aqui já há quase 30 anos.  Eu escolhi essa empresa e ela me escolheu.  Eu faço parte do Vilarejo. Eu tenho muito orgulho disso, de ter aprendido tudo que eu aprendi. Eles me acolheram. Eu só tenho a agradecer pela oportunidade, por acreditar em mim e pela confiança.

Denise Oliveira, funcionária do RH.
Coração aberto para ser feliz
Coração aberto para ser feliz
Daniela da Silva Gomes, 38 anos, funcionária da central de reservas.

Eu tenho 20 anos de Vilarejo. É uma longa história. Vim trabalhar no feriado de Consciência Negra de 2002 e fiquei por dois anos.  Depois eu saí para fazer outras coisas e voltei em 2009 para central de reserva. Fiquei até 2012. Após um pequeno intervalinho, voltei em 2012 e estou até hoje, 2022. Eu comecei aqui no Vilarejo no restaurante do Hotel Acalanto, fazendo controle de portaria de quem entrava para as refeições. Depois eu fui chamada para telefonista da recepção. Trabalhei lá até 2009. Quando eu retornei, fui para central de reserva na parte de venda dos pacotes do hotel. Aqui foi o primeiro local que eu trabalhei com hotelaria. Escolhi o curso Gestão de Hotelaria e Turismo, mas no meio da faculdade fui chamada para trabalhar em outro hotel. Eu fiquei por um ano e meio, mais ou menos, mas voltei para o Vilarejo. Acho que o bom filho à casa torna (risos). Nesse tempo todo muitas coisas mudaram.

Seu João e dona Lili sempre tiveram muito acolhimento com os colaboradores, uma coisa assim como um pai e mãe da gente. Hoje a gente tem na diretoria os filhos dos donos. São mais novos, vivem esse empreendedorismo, mas a empresa não vai deixar de ser familiar. Desde que eu entrei aprendi a dar esse atendimento humanizado para o cliente, para que ele sinta que aqui é a extensão mesmo da casa dele. A gente trabalha com os sonhos das pessoas.  A viagem é um sonho, e a gente precisa fazer isso tornar-se uma realidade. O Vilarejo é imbatível em hotelaria. Na pandemia trabalhamos até o dia 15 de março 2020. Eu estava de plantão.  Fui a última a ir embora, fiquei até a fechar. Eu estava com férias agendadas e com viagem marcada.  Depois a gente viu que não era nada disso, que o hotel ficaria fechado quatro meses. Deu aquela incerteza, um receio, mas ao mesmo tempo eu sabia que trabalhava numa empresa muito sólida. Eu não tive medo, a princípio. Do tempo em que eu trabalho aqui, sempre escutei seu João falando que passou por muitas crises com hotel e ele sempre acreditou. O seu João vivia falando isso:

—  Passei por várias crises! Eu enfrentei, não tive medo e arrisquei!

E o hotel recomeçou com um número reduzido. Os clientes antigos ligam perguntando. Eu falo que eu nunca trabalhei tanto como agora, nesses dois últimos anos. É muito bom, os empregos das pessoas foram mantidos. Eu me emociono (lágrimas). Ele não desistiu!  O Vilarejo está aí. Nós temos muita admiração por seu João. Aprendi muita coisa com eles. A dona Lili é mais observadora, dá aquele toque que faz toda a diferença. Uma vez eu estava atendendo no telefone na recepção, enquanto havia uma senhora me esperando no balcão. Depois, ela me chamou e falou assim:

— Minha filha, vou te falar uma coisa: por mais que você demorasse no telefone, se você desse um sorriso para o cliente que estava no balcão, ela te esperaria uma hora e meia, até terminar a ligação. Faltou só um sorriso.

Eu nunca mais me esqueci disso. Depois eu fui praticando. Por mais que eu estivesse no telefone, sempre sorria para quem esperava. Realmente aprendi lição.

Vários fatos que me marcaram! A gente tem uma ligação muito grande com os hóspedes. Eles ligam pra gente. Acaba criando um vínculo de amizade.  Não são só números, são pessoas. Acho que é por isso que são 40 anos de sucesso. Isso veio dessa base: dona Lili e seu João ensinaram isso muito bem esse acolhimento. Eu entrei para trabalhar só uma temporada, não imaginava que ficaria tanto tempo. Passei muita coisa aqui. Aqui é um lugar de ser feliz, desde que você esteja com o coração aberto. Tanto os hóspedes quanto os funcionários vivenciam isso. Quero deixar aqui registrado meu agradecimento, meu carinho pelos proprietários do hotel. Aqui eu tenho prazer de trabalhar. Levo essa empresa no coração com muito orgulho!

Eu tenho 20 anos de Vilarejo. É uma longa história. Vim trabalhar no feriado de Consciência Negra de 2002 e fiquei por dois anos.  Depois eu saí para fazer outras coisas e voltei em 2009 para central de reserva. Fiquei até 2012. Após um pequeno intervalinho, voltei em 2012 e estou até hoje, 2022. Eu comecei aqui no Vilarejo no restaurante do Hotel Acalanto, fazendo controle de portaria de quem entrava para as refeições. Depois eu fui chamada para telefonista da recepção. Trabalhei lá até 2009. Quando eu retornei, fui para central de reserva na parte de venda dos pacotes do hotel. Aqui foi o primeiro local que eu trabalhei com hotelaria. Escolhi o curso Gestão de Hotelaria e Turismo, mas no meio da faculdade fui chamada para trabalhar em outro hotel. Eu fiquei por um ano e meio, mais ou menos, mas voltei para o Vilarejo. Acho que o bom filho à casa torna (risos). Nesse tempo todo muitas coisas mudaram.

Seu João e dona Lili sempre tiveram muito acolhimento com os colaboradores, uma coisa assim como um pai e mãe da gente. Hoje a gente tem na diretoria os filhos dos donos. São mais novos, vivem esse empreendedorismo, mas a empresa não vai deixar de ser familiar. Desde que eu entrei aprendi a dar esse atendimento humanizado para o cliente, para que ele sinta que aqui é a extensão mesmo da casa dele. A gente trabalha com os sonhos das pessoas.  A viagem é um sonho, e a gente precisa fazer isso tornar-se uma realidade. O Vilarejo é imbatível em hotelaria. Na pandemia trabalhamos até o dia 15 de março 2020. Eu estava de plantão.  Fui a última a ir embora, fiquei até a fechar. Eu estava com férias agendadas e com viagem marcada.  Depois a gente viu que não era nada disso, que o hotel ficaria fechado quatro meses. Deu aquela incerteza, um receio, mas ao mesmo tempo eu sabia que trabalhava numa empresa muito sólida. Eu não tive medo, a princípio. Do tempo em que eu trabalho aqui, sempre escutei seu João falando que passou por muitas crises com hotel e ele sempre acreditou. O seu João vivia falando isso:

—  Passei por várias crises! Eu enfrentei, não tive medo e arrisquei!

E o hotel recomeçou com um número reduzido. Os clientes antigos ligam perguntando. Eu falo que eu nunca trabalhei tanto como agora, nesses dois últimos anos. É muito bom, os empregos das pessoas foram mantidos. Eu me emociono (lágrimas). Ele não desistiu!  O Vilarejo está aí. Nós temos muita admiração por seu João. Aprendi muita coisa com eles. A dona Lili é mais observadora, dá aquele toque que faz toda a diferença. Uma vez eu estava atendendo no telefone na recepção, enquanto havia uma senhora me esperando no balcão. Depois, ela me chamou e falou assim:

— Minha filha, vou te falar uma coisa: por mais que você demorasse no telefone, se você desse um sorriso para o cliente que estava no balcão, ela te esperaria uma hora e meia, até terminar a ligação. Faltou só um sorriso.

Eu nunca mais me esqueci disso. Depois eu fui praticando. Por mais que eu estivesse no telefone, sempre sorria para quem esperava. Realmente aprendi lição.

Vários fatos que me marcaram! A gente tem uma ligação muito grande com os hóspedes. Eles ligam pra gente. Acaba criando um vínculo de amizade.  Não são só números, são pessoas. Acho que é por isso que são 40 anos de sucesso. Isso veio dessa base: dona Lili e seu João ensinaram isso muito bem esse acolhimento. Eu entrei para trabalhar só uma temporada, não imaginava que ficaria tanto tempo. Passei muita coisa aqui. Aqui é um lugar de ser feliz, desde que você esteja com o coração aberto. Tanto os hóspedes quanto os funcionários vivenciam isso. Quero deixar aqui registrado meu agradecimento, meu carinho pelos proprietários do hotel. Aqui eu tenho prazer de trabalhar. Levo essa empresa no coração com muito orgulho!

Daniela da Silva Gomes, 38 anos, funcionária da central de reservas.
Da produção ao Leilão
Da produção ao Leilão
Ailton de Paula Pereira, 66 anos ex-funcionário.

Eu comecei a trabalhar em 1991 como vigia no Vilarejo. Trabalhei no Rio, em Barra do Piraí e vim para Conservatória. Depois, pedi para sair, mas me arrependi e pedi pra voltar. Aí o Fábio me falou assim:  “Vai vir um rapaz aqui. Se ele não ficar, você continua”.

O rapaz não foi. Aí, eu voltei. Mas eu fui mexer com gado de exposição, até que o seu João resolveu mexer com cabras. No capril, trabalhei desde a fundação da estrutura para tirar o leite das cabras. Abriram o laticínio, e o Frederico me perguntou se eu queria trabalhar com ele lá. Fábio falou assim:  “Eu o empresto por um mês”.

Mas o Frederico não me deixou voltar mais. Fiquei trabalhando no laticínio um bom tempo e depois resolvi sair. O curral era onde hoje é estacionamento, a garagem.  Eu não lembro porque tem muito tempo que eu não vou ali. Tinha a Vila do Sapo e tinha um quartinho do rapaz que trabalhava no curral.  Fazia divisa com a vila, dali para frente era o capril, tinha o curral, as baias dos animais. Para frente era o outro curral. Eu cuidava do gado.  Era assim: não tinha muita coisa não.  A estrada era por dentro, e o ônibus passava na porta do Vilarejo, aí até que seu João que fez o asfalto por fora e fechou a passagem por dentro.

Era muito difícil a gente não encontrar com seu João todos os dias.  Ele sempre estava perto da gente, conversando, zangando.  Zangava bem, mas eu não tenho nada a reclamar. Ele me tratava bem, me respeitava e eu o respeitava. Ele tinha uma coisa, ele enxergava lá na frente.  Se ele fosse fazer alguma coisa, não sei, eu acho que antes ele ficava pensando naquilo um ano antes de começar, pra ele não quebrar. E tudo que ele pegou para fazer deu certo!  Eu acho que ele fazia assim, ele ficava pensando sozinho, pensando, pensando, aí quando ele resolvia fazer ia embora, deslanchava, não dava errado nada. Tudo que ele fazia dava certo. Foi muito bom trabalhar lá. Eles eram muito bons. Eu trabalhava com Fábio e gostava. O Frederico e a Monique também muito bons de trabalhar. A Dona Lili então, gente boa demais, humana.

Tinha o gado, e seu João sempre gostou de gado de leite. Depois, ele começou a ir para exposições. Andava pra todo lado.  Eu fui a muitas exposições em Barra do Piraí, com gado e cabras.  O povo gostava, e ganhamos muitas medalhas com o gado Botinique. As cabras eram da melhor raça, sanem, toda branquinha. Tinha uma das cabras de um chifre só, e a Jaqueline, filha do Gaúcho, colocou o nome nela de Lili.  A dona Lili sabia e não ligava, não. Ela era da paz. Agora, se fosse Monique, era arriscado zangar.  O pior é que soltava a cabra para o pasto, a gente chamava e ela vinha. Eu gostava de trabalhar lá.  Eu gostei muito do aprendizado no laticínio.  Aprendi a fazer o queijo, o doce de leite. Hoje eu entendo, porque eu aprendi no Vilarejo.

Eu comecei a trabalhar em 1991 como vigia no Vilarejo. Trabalhei no Rio, em Barra do Piraí e vim para Conservatória. Depois, pedi para sair, mas me arrependi e pedi pra voltar. Aí o Fábio me falou assim:  “Vai vir um rapaz aqui. Se ele não ficar, você continua”.

O rapaz não foi. Aí, eu voltei. Mas eu fui mexer com gado de exposição, até que o seu João resolveu mexer com cabras. No capril, trabalhei desde a fundação da estrutura para tirar o leite das cabras. Abriram o laticínio, e o Frederico me perguntou se eu queria trabalhar com ele lá. Fábio falou assim:  “Eu o empresto por um mês”.

Mas o Frederico não me deixou voltar mais. Fiquei trabalhando no laticínio um bom tempo e depois resolvi sair. O curral era onde hoje é estacionamento, a garagem.  Eu não lembro porque tem muito tempo que eu não vou ali. Tinha a Vila do Sapo e tinha um quartinho do rapaz que trabalhava no curral.  Fazia divisa com a vila, dali para frente era o capril, tinha o curral, as baias dos animais. Para frente era o outro curral. Eu cuidava do gado.  Era assim: não tinha muita coisa não.  A estrada era por dentro, e o ônibus passava na porta do Vilarejo, aí até que seu João que fez o asfalto por fora e fechou a passagem por dentro.

Era muito difícil a gente não encontrar com seu João todos os dias.  Ele sempre estava perto da gente, conversando, zangando.  Zangava bem, mas eu não tenho nada a reclamar. Ele me tratava bem, me respeitava e eu o respeitava. Ele tinha uma coisa, ele enxergava lá na frente.  Se ele fosse fazer alguma coisa, não sei, eu acho que antes ele ficava pensando naquilo um ano antes de começar, pra ele não quebrar. E tudo que ele pegou para fazer deu certo!  Eu acho que ele fazia assim, ele ficava pensando sozinho, pensando, pensando, aí quando ele resolvia fazer ia embora, deslanchava, não dava errado nada. Tudo que ele fazia dava certo. Foi muito bom trabalhar lá. Eles eram muito bons. Eu trabalhava com Fábio e gostava. O Frederico e a Monique também muito bons de trabalhar. A Dona Lili então, gente boa demais, humana.

Tinha o gado, e seu João sempre gostou de gado de leite. Depois, ele começou a ir para exposições. Andava pra todo lado.  Eu fui a muitas exposições em Barra do Piraí, com gado e cabras.  O povo gostava, e ganhamos muitas medalhas com o gado Botinique. As cabras eram da melhor raça, sanem, toda branquinha. Tinha uma das cabras de um chifre só, e a Jaqueline, filha do Gaúcho, colocou o nome nela de Lili.  A dona Lili sabia e não ligava, não. Ela era da paz. Agora, se fosse Monique, era arriscado zangar.  O pior é que soltava a cabra para o pasto, a gente chamava e ela vinha. Eu gostava de trabalhar lá.  Eu gostei muito do aprendizado no laticínio.  Aprendi a fazer o queijo, o doce de leite. Hoje eu entendo, porque eu aprendi no Vilarejo.

Ailton de Paula Pereira, 66 anos ex-funcionário.
Todo dia é um aprendizado novo
Todo dia é um aprendizado novo
Cláudio Vilarinho de Jesus Vieira, 22 anos, trabalha há 4 anos.

A minha irmã, Juliana (Tia Duda), já trabalhava no hotel. Comecei por causa dela. Comecei colocando música, som no Batistão, na boate que tinha ao lado. Depois fui para Acalanto. Fiquei um tempo lá. Já fiquei na recepção um tempo. Trabalhei como boy, depois fui para o restaurante. Na piscina trabalhei bastante tempo. Eu rodei bastante. Depois da piscina fiz o programa de Jovem Aprendiz. Trabalhei o tempo no escritório e agora estou no almoxarifado. É um ambiente muito acolhedor, não só para os hóspedes, mas também para os colaboradores. A gente trabalha muito tempo junto e cria um laço meio familiar, pega bastante amizade. Eu gosto bastante, brinco muito com as pessoas. Tanto é que os hóspedes elogiam bastante os funcionários. Um ponto bastante positivo é a união dos funcionários: todos são muito educados e se colocam no lugar do outro.  Até mesmo entre os funcionários a gente se preocupa em ajudar.  Dona Lili e seu João são bastante receptivos. Eles têm um carinho por todos.

Aqui a gente aprende todo dia. Falo para mim mesmo: todo dia é um aprendizado novo.  Todo dia você tira uma lição do que faz.  Você tem que ser o melhor sempre. Hoje eu fui bem, mas amanhã eu posso ser melhor. Tem que tentar melhorar todos os dias. Aqui também não é diferente. Tem que se doar e dar o seu melhor. Quem trabalha no Vilarejo pode trabalhar em qualquer lugar do mundo. A gente sempre fala isso.

Eu entrei muito novo, com 16 para 17 anos, e moldei minha parte profissional aqui. Ainda tenho muito o que aprender como profissional e como pessoa.  O Vilarejo me ajudou muito no jeito de conversar e de tratar as pessoas. Eles capacitam a gente. As pessoas que já trabalham, os mais antigos, vão abraçando os que chegam e dão um suporte. Eles sempre dão cursos. Eu tenho vários cursos daqui. O último que eu fiz foi de primeiros socorros.  Foi muito legal. Eles estão sempre inovando, motivando a gente a querer mais. Dão oportunidades. Hoje eu sou um profissional, eu aprendi aqui dentro. A empresa me moldou para ser o que eu sou, graças a Deus! Eu acho muito bacana.  Os momentos de estresse todo ambiente tem, né?  Eu acho que é tranquilo.  As meninas são superacolhedoras, muito pacientes, em todos os setores do hotel.

As pessoas, quando chegam, sentem esse acolhimento.  A gente veste a camisa, bate no peito. Aqui é Vilarejo. Acho muito legal. Às vezes o hóspede chega estressado, cansado da viagem. Você faz uma caipirinha: o cara já relaxa, já é outra pessoa. Todo mundo sai daqui muito satisfeito. Quando eu ficar velho eu vou contar: trabalhei no Vilarejo! Foi meu primeiro emprego. Vou lembrar, com certeza.

Eu agradeço a oportunidade que eles me deram de entrar na empresa e crescer aqui dentro como profissional. Só tenho a agradecer por tudo que eles me ensinam todos os dias.

A minha irmã, Juliana (Tia Duda), já trabalhava no hotel. Comecei por causa dela. Comecei colocando música, som no Batistão, na boate que tinha ao lado. Depois fui para Acalanto. Fiquei um tempo lá. Já fiquei na recepção um tempo. Trabalhei como boy, depois fui para o restaurante. Na piscina trabalhei bastante tempo. Eu rodei bastante. Depois da piscina fiz o programa de Jovem Aprendiz. Trabalhei o tempo no escritório e agora estou no almoxarifado. É um ambiente muito acolhedor, não só para os hóspedes, mas também para os colaboradores. A gente trabalha muito tempo junto e cria um laço meio familiar, pega bastante amizade. Eu gosto bastante, brinco muito com as pessoas. Tanto é que os hóspedes elogiam bastante os funcionários. Um ponto bastante positivo é a união dos funcionários: todos são muito educados e se colocam no lugar do outro.  Até mesmo entre os funcionários a gente se preocupa em ajudar.  Dona Lili e seu João são bastante receptivos. Eles têm um carinho por todos.

Aqui a gente aprende todo dia. Falo para mim mesmo: todo dia é um aprendizado novo.  Todo dia você tira uma lição do que faz.  Você tem que ser o melhor sempre. Hoje eu fui bem, mas amanhã eu posso ser melhor. Tem que tentar melhorar todos os dias. Aqui também não é diferente. Tem que se doar e dar o seu melhor. Quem trabalha no Vilarejo pode trabalhar em qualquer lugar do mundo. A gente sempre fala isso.

Eu entrei muito novo, com 16 para 17 anos, e moldei minha parte profissional aqui. Ainda tenho muito o que aprender como profissional e como pessoa.  O Vilarejo me ajudou muito no jeito de conversar e de tratar as pessoas. Eles capacitam a gente. As pessoas que já trabalham, os mais antigos, vão abraçando os que chegam e dão um suporte. Eles sempre dão cursos. Eu tenho vários cursos daqui. O último que eu fiz foi de primeiros socorros.  Foi muito legal. Eles estão sempre inovando, motivando a gente a querer mais. Dão oportunidades. Hoje eu sou um profissional, eu aprendi aqui dentro. A empresa me moldou para ser o que eu sou, graças a Deus! Eu acho muito bacana.  Os momentos de estresse todo ambiente tem, né?  Eu acho que é tranquilo.  As meninas são superacolhedoras, muito pacientes, em todos os setores do hotel.

As pessoas, quando chegam, sentem esse acolhimento.  A gente veste a camisa, bate no peito. Aqui é Vilarejo. Acho muito legal. Às vezes o hóspede chega estressado, cansado da viagem. Você faz uma caipirinha: o cara já relaxa, já é outra pessoa. Todo mundo sai daqui muito satisfeito. Quando eu ficar velho eu vou contar: trabalhei no Vilarejo! Foi meu primeiro emprego. Vou lembrar, com certeza.

Eu agradeço a oportunidade que eles me deram de entrar na empresa e crescer aqui dentro como profissional. Só tenho a agradecer por tudo que eles me ensinam todos os dias.

Cláudio Vilarinho de Jesus Vieira, 22 anos, trabalha há 4 anos.
A pessoa entrava para lavar panela e saía cozinhando
A pessoa entrava para lavar panela e saía cozinhando
Catarina da Silva, 62 anos, ex. funcionária chefe da cozinha

Eu comecei em maio 1985, ajudando a minha mãe a matar porcos. Ela e meu irmão matavam os porcos para fazer linguiça, chouriço, queijo, doces. Depois que saiu um funcionário da cozinha, fui puxada pra lá. A cozinha era na parte de trás do restaurante.  Depois foi aumentando.  Trabalhava muito, mas muito mesmo. A estrada não era asfaltada. Ônibus agarrava, demorava a chegar e atrasava muito. E a gente tinha que esperar o pessoal chegar. Teve vezes do seu João vir aqui me trazer em casa, às 5 horas da manhã. Eu tomava um banho e voltava para o hotel. Nós ficávamos até madrugada, esperando.  O ônibus atolava nas estradas, e o pessoal chegava tarde, querendo nem que fosse uma sopa.  Muitas vezes foi assim. Era tudo feito no hotel: pão, bolo, fazia tudo lá, era sempre uma correria.  Depois foi melhorando, foi aumentando, foi tendo mais funcionários, mas sempre muito apertado. Muito trabalho. Costumo dizer que, como eu tinha um cargo de responsabilidade, eu acabava quase que morando dentro do hotel. Eu sempre ficava preocupada.  Será que vão fazer direito? Será que vão dar conta na hora certa?  Eu sempre ficava do começo até o final.  Então, durante anos e anos foi assim.  Era muito difícil eu largar e vir embora. Sempre tinha essa preocupação.  E, para no outro dia não ter problema, eu preferia ficar lá até mais tarde. Quando o bicho pegava na cozinha, seu João ia pra lá. Ele gostava de cozinhar. Dona Lili não gostava muito, não.  Ela gostava mais das outras áreas. A cozinha não era o forte dela.  Seu João sempre estava na cozinha ensinando alguma coisa.  Ele viajava, aprendia alguma coisa diferente, chegava lá e já queria que a gente fizesse do jeito que ele ensinava.  Ele gostava! Era sempre assim, sempre muito animado, muito empreendedor, e sempre levou a gente para fazer cursos fora daqui. Eu fiz muitos cursos.  Às vezes uma semana, vários dias. Eu sempre falei: lá era uma escola, não aprendia quem não queria. A pessoa entrava para lavar panela e saía de lá cozinhando.  Saía sabendo fazer de tudo. Cozinha tem que gostar. Se não gostar, não vai.

Eu aprendi a cozinhar nova, com as minhas patroas. Quando eu fui para o Vilarejo, eu já tinha passado por várias casas, então já tinha uma noção do básico.  Sabia que tinha que fazer bem feito. Eu fui aprendendo os detalhes, aperfeiçoando, todo dia você aprende alguma coisa. Às vezes a gente acha que sabe e tem uma pessoa que sabe mais. Todo dia a gente aprende.

A cozinha é importante, basicamente é o coração de tudo. Se a pessoa comer uma comida que não for boa, ela não vai querer voltar naquele lugar. Pode o restante do hotel estar ótimo. Se a comida estiver ruim, a pessoa não volta. Então, é complicado: tem que ter muito jogo de cintura, muita paciência para poder aguentar os outros. Eu tive muitas oportunidades de aprender. Fiquei lá quase 30 anos. Só tenho a agradecer. Foi uma época muito difícil, mas foi boa. Foi um aprendizado muito bom.

Eu comecei em maio 1985, ajudando a minha mãe a matar porcos. Ela e meu irmão matavam os porcos para fazer linguiça, chouriço, queijo, doces. Depois que saiu um funcionário da cozinha, fui puxada pra lá. A cozinha era na parte de trás do restaurante.  Depois foi aumentando.  Trabalhava muito, mas muito mesmo. A estrada não era asfaltada. Ônibus agarrava, demorava a chegar e atrasava muito. E a gente tinha que esperar o pessoal chegar. Teve vezes do seu João vir aqui me trazer em casa, às 5 horas da manhã. Eu tomava um banho e voltava para o hotel. Nós ficávamos até madrugada, esperando.  O ônibus atolava nas estradas, e o pessoal chegava tarde, querendo nem que fosse uma sopa.  Muitas vezes foi assim. Era tudo feito no hotel: pão, bolo, fazia tudo lá, era sempre uma correria.  Depois foi melhorando, foi aumentando, foi tendo mais funcionários, mas sempre muito apertado. Muito trabalho. Costumo dizer que, como eu tinha um cargo de responsabilidade, eu acabava quase que morando dentro do hotel. Eu sempre ficava preocupada.  Será que vão fazer direito? Será que vão dar conta na hora certa?  Eu sempre ficava do começo até o final.  Então, durante anos e anos foi assim.  Era muito difícil eu largar e vir embora. Sempre tinha essa preocupação.  E, para no outro dia não ter problema, eu preferia ficar lá até mais tarde. Quando o bicho pegava na cozinha, seu João ia pra lá. Ele gostava de cozinhar. Dona Lili não gostava muito, não.  Ela gostava mais das outras áreas. A cozinha não era o forte dela.  Seu João sempre estava na cozinha ensinando alguma coisa.  Ele viajava, aprendia alguma coisa diferente, chegava lá e já queria que a gente fizesse do jeito que ele ensinava.  Ele gostava! Era sempre assim, sempre muito animado, muito empreendedor, e sempre levou a gente para fazer cursos fora daqui. Eu fiz muitos cursos.  Às vezes uma semana, vários dias. Eu sempre falei: lá era uma escola, não aprendia quem não queria. A pessoa entrava para lavar panela e saía de lá cozinhando.  Saía sabendo fazer de tudo. Cozinha tem que gostar. Se não gostar, não vai.

Eu aprendi a cozinhar nova, com as minhas patroas. Quando eu fui para o Vilarejo, eu já tinha passado por várias casas, então já tinha uma noção do básico.  Sabia que tinha que fazer bem feito. Eu fui aprendendo os detalhes, aperfeiçoando, todo dia você aprende alguma coisa. Às vezes a gente acha que sabe e tem uma pessoa que sabe mais. Todo dia a gente aprende.

A cozinha é importante, basicamente é o coração de tudo. Se a pessoa comer uma comida que não for boa, ela não vai querer voltar naquele lugar. Pode o restante do hotel estar ótimo. Se a comida estiver ruim, a pessoa não volta. Então, é complicado: tem que ter muito jogo de cintura, muita paciência para poder aguentar os outros. Eu tive muitas oportunidades de aprender. Fiquei lá quase 30 anos. Só tenho a agradecer. Foi uma época muito difícil, mas foi boa. Foi um aprendizado muito bom.

Catarina da Silva, 62 anos, ex. funcionária chefe da cozinha
Não tem como não ser feliz aqui no Vilarejo
Não tem como não ser feliz aqui no Vilarejo
Carlos Humberto Felício Vicente, 58 anos, um dos primeiros recreadores do hotel.

Eu trabalhei 10 anos no Vilarejo. Entrei em 1989.  E assim começamos nossa caminhada. Nós fomos os primeiros recreadores: eu, Tio Paulinho e a Noemi. Hoje ela se casou. Mora em Conservatória. Uma grande amiga. Eu e tio Paulinho viramos quase irmãos! Nessa época só tinha a ala 100, 200 e a 300 em cima do restaurante. Havia uns chalés e as seis suítes. Que eu me recordo é basicamente isso.  Tinha o “Refúgio dos baixinhos”, que era perto da recepção, e o American Bar. As festas eram onde hoje é o Boteco do João. Nas festas juninas, queijo e vinhos e forró com Pedro Quinane.  Antes era tudo ali, onde era o Rancho das redes. Era bem tranquilo. O Vilarejo sempre foi uma família. Os hóspedes que vinham na festa de Santo Antônio, que é padroeiro Conservatória, eram os mesmos que vinham Natal, Ano Novo e carnaval.  O pessoal já tinha os seus quartos reservados de um ano para o outro. E assim o hotel formou essa família. Estavam todos aqui em todos os feriados. Era maravilhoso! Eu já tinha experiência em outros hotéis-fazenda. Eu até sou suspeito porque eu já trabalhei em vários hotéis-fazenda, mas eu nunca vi uma estrutura igual ao Vilarejo. Hoje em dia, eu tenho minha casa aqui em Conservatória. Comprei uma casa no Condomínio Nova Conservatória. Eu até brinco com Seu João, que eu trabalhei, juntei o dinheiro e dei tudo de novo para o Seu João para comprar casa!

Naquele tempo, muita coisa não tinha. As duas ruas, uma que sobe e outra que desce! Tinha a pracinha. Para sair com os hóspedes era marcado. Toda quarta-feira tinha city tour. A gente pedia ao pessoal das lojinhas — três ou quatro lojinhas. Eles abriam 3 horas da tarde, e quando a gente saía com os ônibus eles fechavam as lojas. Hoje cresceu muito. Esse outro lado do túnel também cresceu muito!  Não tinha nada, era a pocilga e a parte da criação das galinhas. Era tudo onde são os condomínios. O primeiro condomínio foi feito pelo Vilarejo.  A horta era onde hoje é o condomínio Nova Conservatória.  O hotel mudou muito. Eu falo para todo mundo. Toda vez que a gente vem aqui tem uma obra diferente, mudou alguma coisa. Eu sempre admirei todos os funcionários, meus amigos.

Eu não tinha nada, hoje eu tenho uma academia no Rio. Eu sempre admirei muita Dona Lili na parte de organização, de limpeza. Onde ela passava, onde ela via uma ponte cigarro, ela catava e jogava no lixo. Hoje eu procuro fazer isso na minha academia. Sempre que eu vejo um papelzinho no chão, eu jogo no lixo.  O Vilarejo para mim foi uma escola, eu aprendi muito aqui.

Nós conversávamos muito com a Monique e falávamos que queríamos aumento. Ela respondia:

— Eu vou ver com o pai.

E depois ela vinha e falava:

— O pai falou que tá liberado, pode ficar tranquilo que vocês vão receber um aumento.

Eu falo que ele é meu padrinho e ela, minha madrinha. Para mim, eles são um exemplo de administradores. Sempre presentes, sempre participando de tudo nas organizações dos eventos.  Depois que eu e minha esposa começamos a namorar, no primeiro Ano Novo eu estava trabalhando, e ela veio de ônibus de linha que vinha para a rodoviária. Pedi para o Paulinho: “Não comenta nada não, que a Regina vem aí”.  Só que era uma família, aí o Paulinho foi e comentou. Todos ficaram sabendo. Quando era meia-noite eu fui esperar Regina. Ela era muito envergonhada! Ela desceu do ônibus, e a gente vinha de mão dada. Aí veio garçom com a bandeja com queijo, com copo de vinho. Aquilo não sai da minha cabeça até hoje. Eles foram para encontrar com a gente: seresteiro com violão, cantando. Foi emocionante!

O Quinane fazia forró e de madrugada fazia aquela serenata. Eu acompanhava, era até engraçado, no outro dia no restaurante o pessoal chegava e falava:

— Que seresta bonita!

Eu falava:

— Fui eu que fiz!

Eles falavam:

— Que voz bonita, Carlos!

Mas depois eu falava que era o Quinane. Ele era uma figura! Fazia forró e serenata. Eu tenho amizade com ele até hoje.

Lembro do Gustavo, não existia igual! Uma vez chegou um garçom novo para trabalhar. Ele falou assim:

— Carlão, fala para ele que tem que pegar uma escada lá na frente.  Manda ele pegar uma escada para pintar o rodapé!  Ele foi lá na entrada e falou:

— O Gustavo me mandou pegar uma escada para pintar rodapé.

O vigia riu e falou:

— Larga de ser bobo. Não tem escada nenhuma. Onde já se viu escada para pintar rodapé!

Aquele era terrível, muito engraçado!  Foi uma época muito boa, era um trabalho muito prazeroso. E até os hóspedes falavam:

— Vocês se divertem e ainda vão receber no final do mês!

Tínhamos muitas histórias. Eu vinha para cá no dia 20 de dezembro e só ia embora na quarta-feira de cinzas. Eu ficava direto. Na época eram sós dois ou três recreadores, hoje em dia acho que tem uns 10. Eu cheguei a morar aqui no Vilarejo. Tinha época que eu descia na sexta feira com hóspedes, deixava o pessoal em Copacabana, no aeroporto, em Niterói, e voltava para o escritório do Vilarejo Turismo. Pegava as etiquetas e voltava para embarcar o pessoal para trazer para cá na sexta-feira. No mesmo dia eu descia e voltava para hotel. Eu nem fui à minha formatura! Eu passei muitas noites que os ônibus de hóspedes atolavam na estrada de chão na época das chuvas! O trator tinha que sair daqui do hotel para puxar o ônibus atolado lá na estrada. Quando o ônibus agarrava, a gente falava: “Já está pertinho, o hotel vai mandar alguém pra nos buscar”. E sempre dava certo.

Em outra ocasião, estávamos eu, seu João e Frederico, e tinha um hóspede querendo acionar o chuveiro, mas não tinha onde abri-lo. Seu João gritou assim:

— Bate palma que vai sair água do chuveiro.

Assim que o hóspede batia palma, eles lá de cima ligavam a água. Aí todo mundo que chegava perto do chuveiro batia palmas. O pessoal ria muito e ninguém entendia que eles é que ligavam a água que saía no chuveiro. Achavam que era só bater palma que a água descia. Era muito engraçado. Ficou marcado.

Eu brinquei com a dona Lili: disse que, quando eu morrer, quero que autorize a minha esposa e a minha filha a jogarem minhas cinzas lá no Cruzeiro. Ela disse que está autorizado. Eu fico emocionado (muitas lágrimas). Eu sempre falo: tudo que eu tenho, hoje em dia, eu devo ao Hotel Fazenda Vilarejo. Isso aqui é felicidade pura, não tem como não ser feliz aqui no Vilarejo.

Eu trabalhei 10 anos no Vilarejo. Entrei em 1989.  E assim começamos nossa caminhada. Nós fomos os primeiros recreadores: eu, Tio Paulinho e a Noemi. Hoje ela se casou. Mora em Conservatória. Uma grande amiga. Eu e tio Paulinho viramos quase irmãos! Nessa época só tinha a ala 100, 200 e a 300 em cima do restaurante. Havia uns chalés e as seis suítes. Que eu me recordo é basicamente isso.  Tinha o “Refúgio dos baixinhos”, que era perto da recepção, e o American Bar. As festas eram onde hoje é o Boteco do João. Nas festas juninas, queijo e vinhos e forró com Pedro Quinane.  Antes era tudo ali, onde era o Rancho das redes. Era bem tranquilo. O Vilarejo sempre foi uma família. Os hóspedes que vinham na festa de Santo Antônio, que é padroeiro Conservatória, eram os mesmos que vinham Natal, Ano Novo e carnaval.  O pessoal já tinha os seus quartos reservados de um ano para o outro. E assim o hotel formou essa família. Estavam todos aqui em todos os feriados. Era maravilhoso! Eu já tinha experiência em outros hotéis-fazenda. Eu até sou suspeito porque eu já trabalhei em vários hotéis-fazenda, mas eu nunca vi uma estrutura igual ao Vilarejo. Hoje em dia, eu tenho minha casa aqui em Conservatória. Comprei uma casa no Condomínio Nova Conservatória. Eu até brinco com Seu João, que eu trabalhei, juntei o dinheiro e dei tudo de novo para o Seu João para comprar casa!

Naquele tempo, muita coisa não tinha. As duas ruas, uma que sobe e outra que desce! Tinha a pracinha. Para sair com os hóspedes era marcado. Toda quarta-feira tinha city tour. A gente pedia ao pessoal das lojinhas — três ou quatro lojinhas. Eles abriam 3 horas da tarde, e quando a gente saía com os ônibus eles fechavam as lojas. Hoje cresceu muito. Esse outro lado do túnel também cresceu muito!  Não tinha nada, era a pocilga e a parte da criação das galinhas. Era tudo onde são os condomínios. O primeiro condomínio foi feito pelo Vilarejo.  A horta era onde hoje é o condomínio Nova Conservatória.  O hotel mudou muito. Eu falo para todo mundo. Toda vez que a gente vem aqui tem uma obra diferente, mudou alguma coisa. Eu sempre admirei todos os funcionários, meus amigos.

Eu não tinha nada, hoje eu tenho uma academia no Rio. Eu sempre admirei muita Dona Lili na parte de organização, de limpeza. Onde ela passava, onde ela via uma ponte cigarro, ela catava e jogava no lixo. Hoje eu procuro fazer isso na minha academia. Sempre que eu vejo um papelzinho no chão, eu jogo no lixo.  O Vilarejo para mim foi uma escola, eu aprendi muito aqui.

Nós conversávamos muito com a Monique e falávamos que queríamos aumento. Ela respondia:

— Eu vou ver com o pai.

E depois ela vinha e falava:

— O pai falou que tá liberado, pode ficar tranquilo que vocês vão receber um aumento.

Eu falo que ele é meu padrinho e ela, minha madrinha. Para mim, eles são um exemplo de administradores. Sempre presentes, sempre participando de tudo nas organizações dos eventos.  Depois que eu e minha esposa começamos a namorar, no primeiro Ano Novo eu estava trabalhando, e ela veio de ônibus de linha que vinha para a rodoviária. Pedi para o Paulinho: “Não comenta nada não, que a Regina vem aí”.  Só que era uma família, aí o Paulinho foi e comentou. Todos ficaram sabendo. Quando era meia-noite eu fui esperar Regina. Ela era muito envergonhada! Ela desceu do ônibus, e a gente vinha de mão dada. Aí veio garçom com a bandeja com queijo, com copo de vinho. Aquilo não sai da minha cabeça até hoje. Eles foram para encontrar com a gente: seresteiro com violão, cantando. Foi emocionante!

O Quinane fazia forró e de madrugada fazia aquela serenata. Eu acompanhava, era até engraçado, no outro dia no restaurante o pessoal chegava e falava:

— Que seresta bonita!

Eu falava:

— Fui eu que fiz!

Eles falavam:

— Que voz bonita, Carlos!

Mas depois eu falava que era o Quinane. Ele era uma figura! Fazia forró e serenata. Eu tenho amizade com ele até hoje.

Lembro do Gustavo, não existia igual! Uma vez chegou um garçom novo para trabalhar. Ele falou assim:

— Carlão, fala para ele que tem que pegar uma escada lá na frente.  Manda ele pegar uma escada para pintar o rodapé!  Ele foi lá na entrada e falou:

— O Gustavo me mandou pegar uma escada para pintar rodapé.

O vigia riu e falou:

— Larga de ser bobo. Não tem escada nenhuma. Onde já se viu escada para pintar rodapé!

Aquele era terrível, muito engraçado!  Foi uma época muito boa, era um trabalho muito prazeroso. E até os hóspedes falavam:

— Vocês se divertem e ainda vão receber no final do mês!

Tínhamos muitas histórias. Eu vinha para cá no dia 20 de dezembro e só ia embora na quarta-feira de cinzas. Eu ficava direto. Na época eram sós dois ou três recreadores, hoje em dia acho que tem uns 10. Eu cheguei a morar aqui no Vilarejo. Tinha época que eu descia na sexta feira com hóspedes, deixava o pessoal em Copacabana, no aeroporto, em Niterói, e voltava para o escritório do Vilarejo Turismo. Pegava as etiquetas e voltava para embarcar o pessoal para trazer para cá na sexta-feira. No mesmo dia eu descia e voltava para hotel. Eu nem fui à minha formatura! Eu passei muitas noites que os ônibus de hóspedes atolavam na estrada de chão na época das chuvas! O trator tinha que sair daqui do hotel para puxar o ônibus atolado lá na estrada. Quando o ônibus agarrava, a gente falava: “Já está pertinho, o hotel vai mandar alguém pra nos buscar”. E sempre dava certo.

Em outra ocasião, estávamos eu, seu João e Frederico, e tinha um hóspede querendo acionar o chuveiro, mas não tinha onde abri-lo. Seu João gritou assim:

— Bate palma que vai sair água do chuveiro.

Assim que o hóspede batia palma, eles lá de cima ligavam a água. Aí todo mundo que chegava perto do chuveiro batia palmas. O pessoal ria muito e ninguém entendia que eles é que ligavam a água que saía no chuveiro. Achavam que era só bater palma que a água descia. Era muito engraçado. Ficou marcado.

Eu brinquei com a dona Lili: disse que, quando eu morrer, quero que autorize a minha esposa e a minha filha a jogarem minhas cinzas lá no Cruzeiro. Ela disse que está autorizado. Eu fico emocionado (muitas lágrimas). Eu sempre falo: tudo que eu tenho, hoje em dia, eu devo ao Hotel Fazenda Vilarejo. Isso aqui é felicidade pura, não tem como não ser feliz aqui no Vilarejo.

Carlos Humberto Felício Vicente, 58 anos, um dos primeiros recreadores do hotel.
Histórias do vigia
Histórias do vigia
Luiz Antônio Lima da Conceição, 63 anos, 31 anos de vigia no hotel.

Eu sempre trabalhei de vigia. Tenho muitas histórias. Teve uma coisa que aconteceu na época e que marcou para mim. A Monique morava perto da minha casa, e eu gostava de pegar carona. Um dia, fazendo barba em casa, eu errei e tirei um lado do bigode mais do que o outro. Fui acertar e ficou aquele bigodinho de Charlie Chaplin. Aí tirei tudo. Raspei correndo e vim embora de carona com ela. Eu estava para lá e para cá, carregando bagagem. Depois ela me observou, me chamou e perguntou o que estava acontecendo comigo e por que estava aborrecido.  Eu falei que não estava, e ela continuou insistindo:

— Você tá diferente, o que aconteceu? Confia em mim, pode falar.

E eu falei:

— Mas eu não estou chateado. Não estou aborrecido!

E ela dizendo que estava notando que eu estava meio aborrecido. Eu perguntei a mim mesmo: “Mas eu não estou aborrecido, por que ela tá perguntando isso?”.   De repente pensei: “Deve ser o bigode que eu tirei”.

Aí falei para ela:

—  Foi o bigode que eu tirei!

Ela:

— Eu vou te pedir um favor: nunca mais você tira o bigode!

E eu nunca mais tirei.

Antigamente tinha o gerador. Agora é automático: acabou a luz, ele entra rápido. Naquela época a gente tinha que sair correndo. A chave de ligar dava uma centelha de fogo.  Geralmente tinha dois vigias. Nesse dia vim correndo na recepção pegar a chave do gerador e o outro vigia foi comigo, mas, quando perto da casa do seu João, ele ficou para trás.  Eu saí correndo e falei pra ele ir à piscina e ao salão. Eu fui para o gerador e, quando eu retornei, estava ele caído na valeta perto da sala da Renata. Aí eu perguntei:

—  O que aconteceu?

Ele disse:

— Eu caí aqui!

Eu fiquei bravo e falei:

— Mas você tá caído até agora? Já fui lá em cima, já liguei o gerador e você ainda tá aí!

Na verdade, ele tinha medo, porque quando você virava a chave gerava uma centelha de fogo. Medroso, deitou e ficou lá.

Hoje é bem melhor. Cresceu muito. Parece uma cidade. Seu João contava a história dele para a gente nas reuniões, as dificuldades, essa coisa toda. Agora está colhendo os frutos, Graças a Deus. Está crescendo cada vez mais. Vê lá embaixo o Eco parque! Muito bom. Teve uma vez que fui eleito funcionário padrão. Eu não sabia. Quando eu cheguei à guarita, me falaram que a dona Lili tinha falado para ir à casa dela.  Eu pensei: “Ué, o que aconteceu?”.  Eu achei que fosse uma bronca. Eu fui à casa dela. Ela desceu e me deu os parabéns, aquela coisa toda e me deu um cheque. Eu peguei, enfiei no bolso, doido pra saber quanto era. Meu Deus do céu, desci e passei na recepção foi no banheiro. Aí que eu fui olhar o cheque. Meu Deus, era um salário inteiro. Eu, feliz da vida, botei no bolso, cheguei na guarita e fiquei quieto. Mas depois eles ficaram sabendo. Respeito e sou muito respeitado por todos. O pagamento sempre foi em dia. Às vezes até antes do dia. Graças a Deus, só tenho a agradecer ao seu João, a Dona Lili, a Monique e o Frederico, muito obrigado mesmo de coração à família Vilarejo.

Eu sempre trabalhei de vigia. Tenho muitas histórias. Teve uma coisa que aconteceu na época e que marcou para mim. A Monique morava perto da minha casa, e eu gostava de pegar carona. Um dia, fazendo barba em casa, eu errei e tirei um lado do bigode mais do que o outro. Fui acertar e ficou aquele bigodinho de Charlie Chaplin. Aí tirei tudo. Raspei correndo e vim embora de carona com ela. Eu estava para lá e para cá, carregando bagagem. Depois ela me observou, me chamou e perguntou o que estava acontecendo comigo e por que estava aborrecido.  Eu falei que não estava, e ela continuou insistindo:

— Você tá diferente, o que aconteceu? Confia em mim, pode falar.

E eu falei:

— Mas eu não estou chateado. Não estou aborrecido!

E ela dizendo que estava notando que eu estava meio aborrecido. Eu perguntei a mim mesmo: “Mas eu não estou aborrecido, por que ela tá perguntando isso?”.   De repente pensei: “Deve ser o bigode que eu tirei”.

Aí falei para ela:

—  Foi o bigode que eu tirei!

Ela:

— Eu vou te pedir um favor: nunca mais você tira o bigode!

E eu nunca mais tirei.

Antigamente tinha o gerador. Agora é automático: acabou a luz, ele entra rápido. Naquela época a gente tinha que sair correndo. A chave de ligar dava uma centelha de fogo.  Geralmente tinha dois vigias. Nesse dia vim correndo na recepção pegar a chave do gerador e o outro vigia foi comigo, mas, quando perto da casa do seu João, ele ficou para trás.  Eu saí correndo e falei pra ele ir à piscina e ao salão. Eu fui para o gerador e, quando eu retornei, estava ele caído na valeta perto da sala da Renata. Aí eu perguntei:

—  O que aconteceu?

Ele disse:

— Eu caí aqui!

Eu fiquei bravo e falei:

— Mas você tá caído até agora? Já fui lá em cima, já liguei o gerador e você ainda tá aí!

Na verdade, ele tinha medo, porque quando você virava a chave gerava uma centelha de fogo. Medroso, deitou e ficou lá.

Hoje é bem melhor. Cresceu muito. Parece uma cidade. Seu João contava a história dele para a gente nas reuniões, as dificuldades, essa coisa toda. Agora está colhendo os frutos, Graças a Deus. Está crescendo cada vez mais. Vê lá embaixo o Eco parque! Muito bom. Teve uma vez que fui eleito funcionário padrão. Eu não sabia. Quando eu cheguei à guarita, me falaram que a dona Lili tinha falado para ir à casa dela.  Eu pensei: “Ué, o que aconteceu?”.  Eu achei que fosse uma bronca. Eu fui à casa dela. Ela desceu e me deu os parabéns, aquela coisa toda e me deu um cheque. Eu peguei, enfiei no bolso, doido pra saber quanto era. Meu Deus do céu, desci e passei na recepção foi no banheiro. Aí que eu fui olhar o cheque. Meu Deus, era um salário inteiro. Eu, feliz da vida, botei no bolso, cheguei na guarita e fiquei quieto. Mas depois eles ficaram sabendo. Respeito e sou muito respeitado por todos. O pagamento sempre foi em dia. Às vezes até antes do dia. Graças a Deus, só tenho a agradecer ao seu João, a Dona Lili, a Monique e o Frederico, muito obrigado mesmo de coração à família Vilarejo.

Luiz Antônio Lima da Conceição, 63 anos, 31 anos de vigia no hotel.
Pessoas na frente dos números
Pessoas na frente dos números
Carlos Alberto Campos Pereira, 48 anos.

Minha experiência no Vilarejo foi muito paralela à minha chegada aqui na região. Eu sou português, morava no Rio de Janeiro, trabalhava numa empresa de hotelaria, depois me mudei para Ipiabas. Em determinada altura enviei uns currículos para sentir o mercado. Fiquei muito surpreso quando, em uma sexta-feira, eu enviei meu currículo e no mesmo dia o seu João recebeu esse currículo em mãos e me ligou. Eu aceitei vir para conversar com ele nesse sábado. Nos reunimos e, quando eu vi, já estava contratado. Sem saber, minha contratação aconteceu em menos de duas horas de conversa com seu João. Ele tinha uma proposta em termos de trabalho. Eu vim mostrar, apresentar a minha experiência, mas no meio da conversa já estávamos conversando como patrão e empregado, como funcionário e chefe, já com as tarefas bem definidas. Na segunda-feira já estava eu trabalhando no Vilarejo. Eu já conhecia Conservatória. O que me surpreendeu no Vilarejo foi encontrar uma grande família. Diferente do hotel onde eu trabalhava, que era totalmente corporativo, com poucas relações familiares — pelo contrário, era proibida essa questão familiar; os funcionários não podiam ser parentes dos outros. Havia uma profissionalização muito maior. E foi isso que o seu João queria de mim: profissionalizar o Vilarejo. Quando eu vim para cá, foi bom, era um lugar muito agradável com pessoas muito agradáveis. Desenvolvemos o trabalho durante um ano e pouco com muito prazer. Até que chegou um ponto em que eu e o seu João conversamos melhor e a minha visão corporativa: não era totalmente o espírito do Vilarejo, que era mais familiar, com essas relações interpessoais mas intensificadas, e aí achamos que seria melhor não dar mais continuidade a essa parceria. Como eu tinha uma visão administrativa e financeira, o foco principalmente eram os números. Fui entendendo ao longo daquele período que, no Vilarejo, as pessoas eram mais importantes do que os números. Às vezes não importa que tenha um funcionário a mais, que pague um salário a mais. O que importava é que o funcionário esteja bem, que a família Vilarejo esteja bem. Hoje eu entendo isso de outra forma. Tem esse lado social do Vilarejo, que hoje eu entendo como fundamental no crescimento do hotel como todo.  Essa visão não é apenas um negócio. Não são apenas números, são questões de família, de tradição, valores culturais que são muito importantes.

O seu João acabava sendo o pai para todos os funcionários e colaboradores. Porque ele conhecia individualmente cada colaborador e sabia do seu histórico. Ele não só era aquela pessoa que cobrava um trabalho que devia ser executado, mas também sabia das relações desse funcionário com o Vilarejo, com as famílias que eram de Conservatória. Ele acolhia o colaborador como pessoa, como ser humano, não como funcionário só do Vilarejo. Então, raramente ele mandava alguém embora, porque ele ia até o limite para que aquela pessoa ficasse no Vilarejo. Seu João sempre apostou nas pessoas, em dar condições para que fizessem o seu trabalho. Ele investia regularmente em informação e treinamento e se predispunha a estar junto com as equipes, para dar treinamento, para ensinar tudo aquilo que ele aprendeu de hotelaria. Seu João é empreendedor. Ele não foi apenas um acionista, não só colocava dinheiro. Ele se envolvia, ele sabia montar uma cama, ele sabia montar um buffet, ele sabia como atender um hóspede na negociação.  Ele sabia melhor do que ninguém todo passo a passo de como o hotel funcionava. Ele conseguiu agregar valores. Todos são tratados da mesma forma. Todos se tratam com cordialidade, amizade e respeito. Ninguém tem mais, todos estão no mesmo nível. O atendimento é o melhor possível, e isso é porque as pessoas são felizes aqui.

Depois de quase dez anos que já tinha saído, novamente pensaram em mim. Abriram um cargo de gerente administrativo e fui chamado novamente. Quando eu cheguei aqui foi uma emoção muito grande, como regressar à casa. Fui muito bem acolhido. A expectativa era grande. Foi uma sensação, uma emoção muito forte. Minha eterna gratidão ao seu João e a Dona Lili pela oportunidade de fazer parte da família Vilarejo. Me sinto muito feliz de estar aqui, me sinto acolhido por toda a família Vilarejo.

Minha experiência no Vilarejo foi muito paralela à minha chegada aqui na região. Eu sou português, morava no Rio de Janeiro, trabalhava numa empresa de hotelaria, depois me mudei para Ipiabas. Em determinada altura enviei uns currículos para sentir o mercado. Fiquei muito surpreso quando, em uma sexta-feira, eu enviei meu currículo e no mesmo dia o seu João recebeu esse currículo em mãos e me ligou. Eu aceitei vir para conversar com ele nesse sábado. Nos reunimos e, quando eu vi, já estava contratado. Sem saber, minha contratação aconteceu em menos de duas horas de conversa com seu João. Ele tinha uma proposta em termos de trabalho. Eu vim mostrar, apresentar a minha experiência, mas no meio da conversa já estávamos conversando como patrão e empregado, como funcionário e chefe, já com as tarefas bem definidas. Na segunda-feira já estava eu trabalhando no Vilarejo. Eu já conhecia Conservatória. O que me surpreendeu no Vilarejo foi encontrar uma grande família. Diferente do hotel onde eu trabalhava, que era totalmente corporativo, com poucas relações familiares — pelo contrário, era proibida essa questão familiar; os funcionários não podiam ser parentes dos outros. Havia uma profissionalização muito maior. E foi isso que o seu João queria de mim: profissionalizar o Vilarejo. Quando eu vim para cá, foi bom, era um lugar muito agradável com pessoas muito agradáveis. Desenvolvemos o trabalho durante um ano e pouco com muito prazer. Até que chegou um ponto em que eu e o seu João conversamos melhor e a minha visão corporativa: não era totalmente o espírito do Vilarejo, que era mais familiar, com essas relações interpessoais mas intensificadas, e aí achamos que seria melhor não dar mais continuidade a essa parceria. Como eu tinha uma visão administrativa e financeira, o foco principalmente eram os números. Fui entendendo ao longo daquele período que, no Vilarejo, as pessoas eram mais importantes do que os números. Às vezes não importa que tenha um funcionário a mais, que pague um salário a mais. O que importava é que o funcionário esteja bem, que a família Vilarejo esteja bem. Hoje eu entendo isso de outra forma. Tem esse lado social do Vilarejo, que hoje eu entendo como fundamental no crescimento do hotel como todo.  Essa visão não é apenas um negócio. Não são apenas números, são questões de família, de tradição, valores culturais que são muito importantes.

O seu João acabava sendo o pai para todos os funcionários e colaboradores. Porque ele conhecia individualmente cada colaborador e sabia do seu histórico. Ele não só era aquela pessoa que cobrava um trabalho que devia ser executado, mas também sabia das relações desse funcionário com o Vilarejo, com as famílias que eram de Conservatória. Ele acolhia o colaborador como pessoa, como ser humano, não como funcionário só do Vilarejo. Então, raramente ele mandava alguém embora, porque ele ia até o limite para que aquela pessoa ficasse no Vilarejo. Seu João sempre apostou nas pessoas, em dar condições para que fizessem o seu trabalho. Ele investia regularmente em informação e treinamento e se predispunha a estar junto com as equipes, para dar treinamento, para ensinar tudo aquilo que ele aprendeu de hotelaria. Seu João é empreendedor. Ele não foi apenas um acionista, não só colocava dinheiro. Ele se envolvia, ele sabia montar uma cama, ele sabia montar um buffet, ele sabia como atender um hóspede na negociação.  Ele sabia melhor do que ninguém todo passo a passo de como o hotel funcionava. Ele conseguiu agregar valores. Todos são tratados da mesma forma. Todos se tratam com cordialidade, amizade e respeito. Ninguém tem mais, todos estão no mesmo nível. O atendimento é o melhor possível, e isso é porque as pessoas são felizes aqui.

Depois de quase dez anos que já tinha saído, novamente pensaram em mim. Abriram um cargo de gerente administrativo e fui chamado novamente. Quando eu cheguei aqui foi uma emoção muito grande, como regressar à casa. Fui muito bem acolhido. A expectativa era grande. Foi uma sensação, uma emoção muito forte. Minha eterna gratidão ao seu João e a Dona Lili pela oportunidade de fazer parte da família Vilarejo. Me sinto muito feliz de estar aqui, me sinto acolhido por toda a família Vilarejo.

Carlos Alberto Campos Pereira, 48 anos.
Gustavo, o inesquecível
Gustavo, o inesquecível
Vanessa Rodrigues Batista, filha de Gustavo Batista

Meu pai, o Gustavo, começou na obra do hotel, passou a ser vigia e depois parou no restaurante. Foi onde ele ficou. Seu João deu oportunidade para ele e se empenhou de uma forma muito grande. Hoje o restaurante tem o nome dele. Eles fizeram essa homenagem. Foi um momento legal, bem bonito, em que nós nos sentimos acolhidos. Acredito que onde ele está ficou muito feliz com essa homenagem.

Meu pai foi uma pessoa que todo mundo respeitava muito, era uma pessoa muito boa. Ele ajudava todo mundo. Acho que todo mundo da família e as pessoas da rua também o tinham como amigo. Ele tinha esse lado brincalhão mesmo, principalmente no trabalho. Alguém sempre conta o que ele aprontou. Quando eu nasci, meu pai já trabalhava no hotel. Então foram muitos anos assim. Eu ficava cobrando a presença dele. Depois de um tempo, eu fui trabalhar no Vilarejo. Aí foi possível entender o quanto ele era realmente querido. Depois de mais adulta, eu entendi o quão importante era para ele estar ali, principalmente nesses períodos de Natal e feriados. Quando eu entrei lá, todo mundo queria saber quem era Vanessa filha do Gustavo. Então entendi o que era o Gustavo dentro do Vilarejo. Ele amava o que fazia.

Às vezes, as pessoas ligam para saber como é que a gente está. Algumas não acreditam que ele se foi.  Essas coisas é que fazem a gente seguir, com saudade, mas feliz porque a gente sabe o quanto ele deixou um legado de bondade muito importante na nossa vida. Ele foi um grande exemplo de profissional e marcou uma época. Até hoje, oito anos depois que ele se foi, em todo lugar que a gente vai as pessoas que o conheciam falam desse lado humano do meu pai. Ele era uma pessoa de muita fé, uma confiança muito grande. Eu lembro que na última semana que ele estava no hospital, a gente ia lá visitá-lo e ele falava:

—  Eu estou bem, eu não tenho medo de ir embora. Eu quero ficar bem. Se for para eu ficar, eu quero ficar bem. Eu quero fazer as minhas coisas! (lágrimas).

E logo depois ele se foi. Eu sei que ele foi tranquilo. Estava preparado e não queria ficar sentindo as dores que ele estava sentindo. Ele não tinha noção da importância que ele tinha para as pessoas. Sempre foi um cara muito batalhador, de correr atrás das coisas dele, tudo que nós temos. Foi ele que batalhou para não deixar faltar nada para a gente. Mas ele não tinha noção da importância que ele tinha. Eu lembro que a Monique chegou a visitá-lo no hospital. Ele estava fazendo hemodiálise e, quando eu fui visitá-lo, estava emocionado porque Monique tinha ido vê-lo. Acho que ela tinha dito para ele o quanto ele era importante e ele ficou assim surpreso!  Eu fiquei muito feliz por ele ter sentido isso antes de partir, porque às vezes a gente não tem essa noção do que a gente faz na vida das pessoas.  A gente vive uma vida corrida e nem se dá conta, mas nesse dia eu lembro que ele chegou para mim e falou assim:

—  Olha, sabe quem veio me visitar? A Monique e me deu até um beijo no rosto e um abraço.

Eu acho que ele ficou muito feliz com isso! E assim era meu pai Gustavo. Tenho muito orgulho mesmo. Com as homenagens prestadas e os relatos, o nosso coração não consegue ficar triste, porque é como se ele estivesse aqui. Desse jeito a gente consegue suprir a saudade que ele deixou na nossa vida.

Meu pai, o Gustavo, começou na obra do hotel, passou a ser vigia e depois parou no restaurante. Foi onde ele ficou. Seu João deu oportunidade para ele e se empenhou de uma forma muito grande. Hoje o restaurante tem o nome dele. Eles fizeram essa homenagem. Foi um momento legal, bem bonito, em que nós nos sentimos acolhidos. Acredito que onde ele está ficou muito feliz com essa homenagem.

Meu pai foi uma pessoa que todo mundo respeitava muito, era uma pessoa muito boa. Ele ajudava todo mundo. Acho que todo mundo da família e as pessoas da rua também o tinham como amigo. Ele tinha esse lado brincalhão mesmo, principalmente no trabalho. Alguém sempre conta o que ele aprontou. Quando eu nasci, meu pai já trabalhava no hotel. Então foram muitos anos assim. Eu ficava cobrando a presença dele. Depois de um tempo, eu fui trabalhar no Vilarejo. Aí foi possível entender o quanto ele era realmente querido. Depois de mais adulta, eu entendi o quão importante era para ele estar ali, principalmente nesses períodos de Natal e feriados. Quando eu entrei lá, todo mundo queria saber quem era Vanessa filha do Gustavo. Então entendi o que era o Gustavo dentro do Vilarejo. Ele amava o que fazia.

Às vezes, as pessoas ligam para saber como é que a gente está. Algumas não acreditam que ele se foi.  Essas coisas é que fazem a gente seguir, com saudade, mas feliz porque a gente sabe o quanto ele deixou um legado de bondade muito importante na nossa vida. Ele foi um grande exemplo de profissional e marcou uma época. Até hoje, oito anos depois que ele se foi, em todo lugar que a gente vai as pessoas que o conheciam falam desse lado humano do meu pai. Ele era uma pessoa de muita fé, uma confiança muito grande. Eu lembro que na última semana que ele estava no hospital, a gente ia lá visitá-lo e ele falava:

—  Eu estou bem, eu não tenho medo de ir embora. Eu quero ficar bem. Se for para eu ficar, eu quero ficar bem. Eu quero fazer as minhas coisas! (lágrimas).

E logo depois ele se foi. Eu sei que ele foi tranquilo. Estava preparado e não queria ficar sentindo as dores que ele estava sentindo. Ele não tinha noção da importância que ele tinha para as pessoas. Sempre foi um cara muito batalhador, de correr atrás das coisas dele, tudo que nós temos. Foi ele que batalhou para não deixar faltar nada para a gente. Mas ele não tinha noção da importância que ele tinha. Eu lembro que a Monique chegou a visitá-lo no hospital. Ele estava fazendo hemodiálise e, quando eu fui visitá-lo, estava emocionado porque Monique tinha ido vê-lo. Acho que ela tinha dito para ele o quanto ele era importante e ele ficou assim surpreso!  Eu fiquei muito feliz por ele ter sentido isso antes de partir, porque às vezes a gente não tem essa noção do que a gente faz na vida das pessoas.  A gente vive uma vida corrida e nem se dá conta, mas nesse dia eu lembro que ele chegou para mim e falou assim:

—  Olha, sabe quem veio me visitar? A Monique e me deu até um beijo no rosto e um abraço.

Eu acho que ele ficou muito feliz com isso! E assim era meu pai Gustavo. Tenho muito orgulho mesmo. Com as homenagens prestadas e os relatos, o nosso coração não consegue ficar triste, porque é como se ele estivesse aqui. Desse jeito a gente consegue suprir a saudade que ele deixou na nossa vida.

Vanessa Rodrigues Batista, filha de Gustavo Batista
O aprendizado no laticínio
O aprendizado no laticínio
Ailton de Paula Pereira, 66 anos ex-funcionário.

Eu comecei a trabalhar em 1991 como vigia no Vilarejo. Trabalhei no Rio, em Barra do Piraí e vim para Conservatória. Depois, pedi para sair, mas me arrependi e pedi pra voltar. Aí o Fábio me falou assim:  “Vai vir um rapaz aqui. Se ele não ficar, você continua”.

O rapaz não foi. Aí, eu voltei. Mas eu fui mexer com gado de exposição, até que o seu João resolveu mexer com cabras. No capril, trabalhei desde a fundação da estrutura para tirar o leite das cabras. Abriram o laticínio, e o Frederico me perguntou se eu queria trabalhar com ele lá. Fábio falou assim:  “Eu o empresto por um mês”.

Mas o Frederico não me deixou voltar mais. Fiquei trabalhando no laticínio um bom tempo e depois resolvi sair. O curral era onde hoje é estacionamento, a garagem.  Eu não lembro porque tem muito tempo que eu não vou ali. Tinha a Vila do Sapo e tinha um quartinho do rapaz que trabalhava no curral.  Fazia divisa com a vila, dali para frente era o capril, tinha o curral, as baias dos animais. Para frente era o outro curral. Eu cuidava do gado.  Era assim: não tinha muita coisa não.  A estrada era por dentro, e o ônibus passava na porta do Vilarejo, aí até que seu João que fez o asfalto por fora e fechou a passagem por dentro.

Era muito difícil a gente não encontrar com seu João todos os dias.  Ele sempre estava perto da gente, conversando, zangando.  Zangava bem, mas eu não tenho nada a reclamar. Ele me tratava bem, me respeitava e eu o respeitava. Ele tinha uma coisa, ele enxergava lá na frente.  Se ele fosse fazer alguma coisa, não sei, eu acho que antes ele ficava pensando naquilo um ano antes de começar, pra ele não quebrar. E tudo que ele pegou para fazer deu certo!  Eu acho que ele fazia assim, ele ficava pensando sozinho, pensando, pensando, aí quando ele resolvia fazer ia embora, deslanchava, não dava errado nada. Tudo que ele fazia dava certo. Foi muito bom trabalhar lá. Eles eram muito bons. Eu trabalhava com Fábio e gostava. O Frederico e a Monique também muito bons de trabalhar. A Dona Lili então, gente boa demais, humana.

Tinha o gado, e seu João sempre gostou de gado de leite. Depois, ele começou a ir para exposições. Andava pra todo lado.  Eu fui a muitas exposições em Barra do Piraí, com gado e cabras.  O povo gostava, e ganhamos muitas medalhas com o gado Botinique. As cabras eram da melhor raça, sanem, toda branquinha. Tinha uma das cabras de um chifre só, e a Jaqueline, filha do Gaúcho, colocou o nome nela de Lili.  A dona Lili sabia e não ligava, não. Ela era da paz. Agora, se fosse Monique, era arriscado zangar.  O pior é que soltava a cabra para o pasto, a gente chamava e ela vinha. Eu gostava de trabalhar lá.  Eu gostei muito do aprendizado no laticínio.  Aprendi a fazer o queijo, o doce de leite. Hoje eu entendo, porque eu aprendi no Vilarejo.

Eu comecei a trabalhar em 1991 como vigia no Vilarejo. Trabalhei no Rio, em Barra do Piraí e vim para Conservatória. Depois, pedi para sair, mas me arrependi e pedi pra voltar. Aí o Fábio me falou assim:  “Vai vir um rapaz aqui. Se ele não ficar, você continua”.

O rapaz não foi. Aí, eu voltei. Mas eu fui mexer com gado de exposição, até que o seu João resolveu mexer com cabras. No capril, trabalhei desde a fundação da estrutura para tirar o leite das cabras. Abriram o laticínio, e o Frederico me perguntou se eu queria trabalhar com ele lá. Fábio falou assim:  “Eu o empresto por um mês”.

Mas o Frederico não me deixou voltar mais. Fiquei trabalhando no laticínio um bom tempo e depois resolvi sair. O curral era onde hoje é estacionamento, a garagem.  Eu não lembro porque tem muito tempo que eu não vou ali. Tinha a Vila do Sapo e tinha um quartinho do rapaz que trabalhava no curral.  Fazia divisa com a vila, dali para frente era o capril, tinha o curral, as baias dos animais. Para frente era o outro curral. Eu cuidava do gado.  Era assim: não tinha muita coisa não.  A estrada era por dentro, e o ônibus passava na porta do Vilarejo, aí até que seu João que fez o asfalto por fora e fechou a passagem por dentro.

Era muito difícil a gente não encontrar com seu João todos os dias.  Ele sempre estava perto da gente, conversando, zangando.  Zangava bem, mas eu não tenho nada a reclamar. Ele me tratava bem, me respeitava e eu o respeitava. Ele tinha uma coisa, ele enxergava lá na frente.  Se ele fosse fazer alguma coisa, não sei, eu acho que antes ele ficava pensando naquilo um ano antes de começar, pra ele não quebrar. E tudo que ele pegou para fazer deu certo!  Eu acho que ele fazia assim, ele ficava pensando sozinho, pensando, pensando, aí quando ele resolvia fazer ia embora, deslanchava, não dava errado nada. Tudo que ele fazia dava certo. Foi muito bom trabalhar lá. Eles eram muito bons. Eu trabalhava com Fábio e gostava. O Frederico e a Monique também muito bons de trabalhar. A Dona Lili então, gente boa demais, humana.

Tinha o gado, e seu João sempre gostou de gado de leite. Depois, ele começou a ir para exposições. Andava pra todo lado.  Eu fui a muitas exposições em Barra do Piraí, com gado e cabras.  O povo gostava, e ganhamos muitas medalhas com o gado Botinique. As cabras eram da melhor raça, sanem, toda branquinha. Tinha uma das cabras de um chifre só, e a Jaqueline, filha do Gaúcho, colocou o nome nela de Lili.  A dona Lili sabia e não ligava, não. Ela era da paz. Agora, se fosse Monique, era arriscado zangar.  O pior é que soltava a cabra para o pasto, a gente chamava e ela vinha. Eu gostava de trabalhar lá.  Eu gostei muito do aprendizado no laticínio.  Aprendi a fazer o queijo, o doce de leite. Hoje eu entendo, porque eu aprendi no Vilarejo.

Ailton de Paula Pereira, 66 anos ex-funcionário.
A eternidade na memória
A eternidade na memória
Ana Rita de Almeida Perlingeiro, amiga do casal.

Eu sou natural do Rio, mas passei aqui a minha infância quase toda. Na minha adolescência, estudei no Instituto Medianeira em Conservatória. Eu queria começar com uma frase que foi a Lili que me falou um dia. “O que a memória ama fica eterno”.  É um texto de Adélia Prado que diz assim no início: “É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momento”. E eu tenho muitos momentos eternizados, uma relação profunda com o Vilarejo. Eu gostaria de falar um pouquinho sobre dois pilares que são João e Lili. Eu conheci Lili na década de 1950. Bota tempo nisso! Nós fomos alfabetizadas juntas pela mesma professora. Fizemos também o primário e os quatro anos do ginásio. Depois fomos estudar em Valença. Eu conheci o João primeiro. Eu tinha 14 anos. Anos depois, a Lili conheceu o João. Começaram a namorar. Ela tinha uns 19 anos quando casou. Quando foi no dia seguinte ao casamento, eu fui embora para os Estados Unidos para fazer intercâmbio.  Ela me escreveu. Escrevia para mim de vez em quando. Ela casou em janeiro. Essa cartinha foi escrita em 16 de abril de 1968, três meses depois que ela casou:

“Querida mana Ana

Estamos vivendo momentos e dias maravilhosos que nos parecem sonhos. Sonhos diferentes, mas intensos de emoções.  Nunca pensei que o mundo pudesse me oferecer coisas e dias tão felizes quanto estes que tenho tido ao lado do João. Como já era de se esperar, João é o marido mais encantador que existe. Vivemos como dois namorados e sou felicíssima.

Lili.”

O tempo passou. Depois, Lili foi morar uma época na Bahia. João era um homem dinâmico, empreendedor. Ele teve uma serraria. Foram momentos bem difíceis pra eles, porque, na época, moravam numa casa de madeira. Foi muita luta. Depois eles voltaram para Valença. Os sonhos do João continuaram, com planos de vida sempre muito dinâmicos. Eu acho que João foi um cara que estava além da sua época. Ele não parava. A cabeça não parava de funcionar. Hoje você vê esse império, tudo tão lindo, eu vi isso em um papel de pão lá no sítio. Eu vi o João pegar um papel de pão cinza. E começou a fazer um croqui do hotel que ele estava bolando, sendo chamado de louco, porque um hotel aqui em Conservatória era considerado um absurdo!  E, graças a Deus, João nunca dava ouvidos a ninguém mesmo. Seus olhos brilhavam contando para gente. Era aquela emoção (muitas lágrimas). Eu fico emocionada também quando eu me lembro dessa época, desse exato momento do João fazendo um croqui no papel de pão. E esse sonho se realizou. Mas foi com muita garra e muito sacrifício. As pessoas hoje veem isso aqui e não têm ideia do que eles passaram, do que eles sofreram, do quanto eles lutaram para conseguir isso tudo.  Conservatória tem que ser muito grata. O povo tem que ser muito grato ao João. Eu conheci o lado de cá do túnel que só tinha um sítio do seu Liberato e outro mais à frente. Hoje a gente vê como esse lado do lado túnel cresceu.  O lado de lá só tinha poucos comércios, a gente contava nos dedos. E hoje cada casa tem praticamente uma porta com um comércio. Graças a quem? Ao Vilarejo, que trouxe desenvolvimento para Conservatória.  Quantas pessoas o hotel Vilarejo hoje emprega, quantas famílias são beneficiadas pelo Vilarejo?  Será que o povo de Conservatória tem a dimensão dessa grandiosidade do que o Vilarejo representa para Conservatória?

As pessoas comentam comigo que o Vilarejo tem um diferencial e esse diferencial vem dos seus colaboradores. João e a Lili sempre foram pessoas de um coração imenso, nunca mediram esforços para ajudar o próximo. Outra coisa que marca muito foi a educação que deram Monique e ao Frederico. Os filhos não precisavam trabalhar, mas eles herdaram essa garra, esse amor pelo trabalho, esse espírito guerreiro de João e Lili. Meus compadres, vocês estão de parabéns! Vocês souberam educar os filhos que tem. Parabéns, amo vocês demais!

Eu sou natural do Rio, mas passei aqui a minha infância quase toda. Na minha adolescência, estudei no Instituto Medianeira em Conservatória. Eu queria começar com uma frase que foi a Lili que me falou um dia. “O que a memória ama fica eterno”.  É um texto de Adélia Prado que diz assim no início: “É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momento”. E eu tenho muitos momentos eternizados, uma relação profunda com o Vilarejo. Eu gostaria de falar um pouquinho sobre dois pilares que são João e Lili. Eu conheci Lili na década de 1950. Bota tempo nisso! Nós fomos alfabetizadas juntas pela mesma professora. Fizemos também o primário e os quatro anos do ginásio. Depois fomos estudar em Valença. Eu conheci o João primeiro. Eu tinha 14 anos. Anos depois, a Lili conheceu o João. Começaram a namorar. Ela tinha uns 19 anos quando casou. Quando foi no dia seguinte ao casamento, eu fui embora para os Estados Unidos para fazer intercâmbio.  Ela me escreveu. Escrevia para mim de vez em quando. Ela casou em janeiro. Essa cartinha foi escrita em 16 de abril de 1968, três meses depois que ela casou:

“Querida mana Ana

Estamos vivendo momentos e dias maravilhosos que nos parecem sonhos. Sonhos diferentes, mas intensos de emoções.  Nunca pensei que o mundo pudesse me oferecer coisas e dias tão felizes quanto estes que tenho tido ao lado do João. Como já era de se esperar, João é o marido mais encantador que existe. Vivemos como dois namorados e sou felicíssima.

Lili.”

O tempo passou. Depois, Lili foi morar uma época na Bahia. João era um homem dinâmico, empreendedor. Ele teve uma serraria. Foram momentos bem difíceis pra eles, porque, na época, moravam numa casa de madeira. Foi muita luta. Depois eles voltaram para Valença. Os sonhos do João continuaram, com planos de vida sempre muito dinâmicos. Eu acho que João foi um cara que estava além da sua época. Ele não parava. A cabeça não parava de funcionar. Hoje você vê esse império, tudo tão lindo, eu vi isso em um papel de pão lá no sítio. Eu vi o João pegar um papel de pão cinza. E começou a fazer um croqui do hotel que ele estava bolando, sendo chamado de louco, porque um hotel aqui em Conservatória era considerado um absurdo!  E, graças a Deus, João nunca dava ouvidos a ninguém mesmo. Seus olhos brilhavam contando para gente. Era aquela emoção (muitas lágrimas). Eu fico emocionada também quando eu me lembro dessa época, desse exato momento do João fazendo um croqui no papel de pão. E esse sonho se realizou. Mas foi com muita garra e muito sacrifício. As pessoas hoje veem isso aqui e não têm ideia do que eles passaram, do que eles sofreram, do quanto eles lutaram para conseguir isso tudo.  Conservatória tem que ser muito grata. O povo tem que ser muito grato ao João. Eu conheci o lado de cá do túnel que só tinha um sítio do seu Liberato e outro mais à frente. Hoje a gente vê como esse lado do lado túnel cresceu.  O lado de lá só tinha poucos comércios, a gente contava nos dedos. E hoje cada casa tem praticamente uma porta com um comércio. Graças a quem? Ao Vilarejo, que trouxe desenvolvimento para Conservatória.  Quantas pessoas o hotel Vilarejo hoje emprega, quantas famílias são beneficiadas pelo Vilarejo?  Será que o povo de Conservatória tem a dimensão dessa grandiosidade do que o Vilarejo representa para Conservatória?

As pessoas comentam comigo que o Vilarejo tem um diferencial e esse diferencial vem dos seus colaboradores. João e a Lili sempre foram pessoas de um coração imenso, nunca mediram esforços para ajudar o próximo. Outra coisa que marca muito foi a educação que deram Monique e ao Frederico. Os filhos não precisavam trabalhar, mas eles herdaram essa garra, esse amor pelo trabalho, esse espírito guerreiro de João e Lili. Meus compadres, vocês estão de parabéns! Vocês souberam educar os filhos que tem. Parabéns, amo vocês demais!

Ana Rita de Almeida Perlingeiro, amiga do casal.
Um filme na minha cabeça
Um filme na minha cabeça
Aurildes Pereira Tigre, Pretinho, 66 anos, baiano foi um dos primeiros gerentes do hotel.

João foi para Bahia em 1973. Eu o conheci e comecei a trabalhar com ele em 1974. Quando foi em 1980, ele veio embora e me trouxe para trabalhar na transportadora em Valença. Era da filial do Rio, aí nós trouxemos o resto da madeira que tinha lá e empilhamos aqui, para começar o hotel em 1980. Esses mourões vieram de lá. Ninguém acreditou quando ele falou que ia fazer um hotel. Nossa!  Eu não acreditava que fosse dar certo um hotel aqui!  Ele fez e está aí até hoje.

 

Em 1982, ele inaugurou o hotel. Eu estava na transportadora. Depois de oito meses, ele vendeu a transportadora e eu voltei para cá. O hotel já estava funcionando, só tinha mesmo primeira ala, com 28 apartamentos, salão jogos, o restaurante e a piscina. Em 1985, ele começou a fazer os chalés, as suítes lá de cima e aí foi crescendo. Eu lembro de algumas pessoas que trabalharam aqui: o Roberto, José Francisco, Joaquim que era cozinheiro, as duas Marias e o Gustavo. Eu trabalhava na madeireira, na transportadora, e o João que me ensinou. Eu não tinha conhecimento nenhum de hotel, mas com um ano que eu estava aqui comecei a gerenciar. Eu imaginei assim: a princípio eu vou cuidar dos garçons e aí fui ficando, fui ficando e com um ano comecei ir tomando conta de tudo.

 

O começo foi muito difícil para ele. Foi duro. Começou do zero aqui. João é vitorioso!  Ninguém acreditava nisso. Eu fiquei trabalhando até o final de 1988. Fiquei seis anos aqui e voltei para a Bahia. Depois, eu fiquei 17 anos sem vir aqui. Quando cheguei já achei com outra estrutura. Modificou bastante. Quando eu voltei aqui, em 2007, o hotel já estava com 90 e poucos apartamentos. Já estava fazendo a última ala. Cheguei e levei aquele impacto.

 

Mudou muito! Piscina, campo de futebol... Mudou tudo mesmo! Eu chego aqui e passa um filme na minha cabeça. Como era antes? Tudo muito simples. E hoje você vê o hotel cheio! Você fica imaginando como uma coisa dá certo assim. João era supertrabalhador, levantava cinco horas da manhã e ia para o batente.  Ele pegava cedo. Com ele não tinha esse negócio, não. Cinco horas da manhã, e só pensava em coisas boas. É um vitorioso!

 

Conservatória foi muito importante pra mim. Eu vim trabalhar, ganhei conhecimento profissional e aprendi a gostar de viajar. Depois que eu vim para cá, trabalhar com turismo, eu acho que eu já andei metade do Brasil. A gente começa a trabalhar com turismo e aprende a passear também. Você vê o outro lado da vida! Todo ano eu pegava férias e ia para algum lugar.

 

Seu João era rigoroso com os filhos e pedia pra gente ser também. Ensinei a Monique e o Frederico a dirigirem. Ela, para mim, é uma pessoa muito especial. Monique me marcou muito até hoje. Nós ficamos amigos mesmo.

 

A serraria lá na Bahia desenvolveu a minha cidade também, assim como o hotel desenvolveu aqui. O pessoal começou a trabalhar, aí facilitou muito. Aqui, depois que ele fez o hotel, ainda demorou muito para o asfalto chegar. Mas trouxe o progresso e ajudou muito o lugar. Naquela época minha cidade era muito atrasada, não tinha nada, era igual Conservatória. Eu só tenho a agradecer, principalmente pelo seu João. Deus o botou no meu caminho.

João foi para Bahia em 1973. Eu o conheci e comecei a trabalhar com ele em 1974. Quando foi em 1980, ele veio embora e me trouxe para trabalhar na transportadora em Valença. Era da filial do Rio, aí nós trouxemos o resto da madeira que tinha lá e empilhamos aqui, para começar o hotel em 1980. Esses mourões vieram de lá. Ninguém acreditou quando ele falou que ia fazer um hotel. Nossa!  Eu não acreditava que fosse dar certo um hotel aqui!  Ele fez e está aí até hoje.

 

Em 1982, ele inaugurou o hotel. Eu estava na transportadora. Depois de oito meses, ele vendeu a transportadora e eu voltei para cá. O hotel já estava funcionando, só tinha mesmo primeira ala, com 28 apartamentos, salão jogos, o restaurante e a piscina. Em 1985, ele começou a fazer os chalés, as suítes lá de cima e aí foi crescendo. Eu lembro de algumas pessoas que trabalharam aqui: o Roberto, José Francisco, Joaquim que era cozinheiro, as duas Marias e o Gustavo. Eu trabalhava na madeireira, na transportadora, e o João que me ensinou. Eu não tinha conhecimento nenhum de hotel, mas com um ano que eu estava aqui comecei a gerenciar. Eu imaginei assim: a princípio eu vou cuidar dos garçons e aí fui ficando, fui ficando e com um ano comecei ir tomando conta de tudo.

 

O começo foi muito difícil para ele. Foi duro. Começou do zero aqui. João é vitorioso!  Ninguém acreditava nisso. Eu fiquei trabalhando até o final de 1988. Fiquei seis anos aqui e voltei para a Bahia. Depois, eu fiquei 17 anos sem vir aqui. Quando cheguei já achei com outra estrutura. Modificou bastante. Quando eu voltei aqui, em 2007, o hotel já estava com 90 e poucos apartamentos. Já estava fazendo a última ala. Cheguei e levei aquele impacto.

 

Mudou muito! Piscina, campo de futebol... Mudou tudo mesmo! Eu chego aqui e passa um filme na minha cabeça. Como era antes? Tudo muito simples. E hoje você vê o hotel cheio! Você fica imaginando como uma coisa dá certo assim. João era supertrabalhador, levantava cinco horas da manhã e ia para o batente.  Ele pegava cedo. Com ele não tinha esse negócio, não. Cinco horas da manhã, e só pensava em coisas boas. É um vitorioso!

 

Conservatória foi muito importante pra mim. Eu vim trabalhar, ganhei conhecimento profissional e aprendi a gostar de viajar. Depois que eu vim para cá, trabalhar com turismo, eu acho que eu já andei metade do Brasil. A gente começa a trabalhar com turismo e aprende a passear também. Você vê o outro lado da vida! Todo ano eu pegava férias e ia para algum lugar.

 

Seu João era rigoroso com os filhos e pedia pra gente ser também. Ensinei a Monique e o Frederico a dirigirem. Ela, para mim, é uma pessoa muito especial. Monique me marcou muito até hoje. Nós ficamos amigos mesmo.

 

A serraria lá na Bahia desenvolveu a minha cidade também, assim como o hotel desenvolveu aqui. O pessoal começou a trabalhar, aí facilitou muito. Aqui, depois que ele fez o hotel, ainda demorou muito para o asfalto chegar. Mas trouxe o progresso e ajudou muito o lugar. Naquela época minha cidade era muito atrasada, não tinha nada, era igual Conservatória. Eu só tenho a agradecer, principalmente pelo seu João. Deus o botou no meu caminho.

Aurildes Pereira Tigre, Pretinho, 66 anos, baiano foi um dos primeiros gerentes do hotel.